Após debates realizados em Salvador, delegações de 22 países criaram a rede ibero-americana de museus, que pretende impulsionar programas de intercâmbios, capacitação técnica, fundos de apoio e exposições itinerantes.
Após debates realizados em Salvador, delegações de 22 países criaram a rede ibero-americana de museus, que pretende impulsionar programas de intercâmbios, capacitação técnica, fundos de apoio e exposições itinerantes.
A rede foi criada durante o I Encontro Ibero-Americano de Museus que foi realizado de 26 a 28 de junho, em Salvador. Durante o evento, os participantes assinaram a Carta de Salvador, documento que estabelece os princípios norteadores das políticas públicas para área, que devem ser seguidos pelas nações signatárias.
A iniciativa, que contará com a participação de Portugal, Espanha e Andorra, e mais 19 países latino-americanos, foi proposta pela delegação brasileira representada pelo diretor de museus do Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan), José Nascimento Júnior.
A diretora geral de museus da República Dominicana, Luisa Peña Díaz, acredita que um aspecto importante da rede é que ela vai contribuir para um maior rigor no policiamento entre os tráficos de obras. “Há um fluxo muito grande do mercado ilegal de obras furtadas que pode ser coibido com esta integração”.
Díaz também considera que a aproximação possibilitada pela Carta de Salvador irá permitir um intenso intercâmbio cultural. “Nós somos um grupo de países que tem uma identidade cultural muito próxima, mas que precisa se conhecer uns aos outros”, declarou durante o evento.
Atualmente, calcula-se que existam cerca de dez mil museus espalhados pelas nações ibero-americanas, que recebem cem milhões de visitas, a cada ano. A iniciativa da assinatura também celebra o fato de que o ano de 2008 será dedicado aos museus da região. “O diálogo aqui estabelecido não é só entre as delegações, como também entre esses governos e a sociedade civil, que deve participar”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Museologia, Adolfo Samyn Nobre.