Com um dos maiores acervos da América Latina, museu passa por dificuldades e não tem programação para 2003. “A falta de patrocinador representa também falta de divulgação” 01/04/2003
Sem caixa na casa
O museu brasileiro que já teve a mais importante coleção de obras da América Latina passa por problemas – segundo a Folha de S. Paulo, de caráter financeiro e curatorial. O Museu de Arte de São Paulo (Masp) ainda não tem programação definida para este ano e, de acordo com depoimento de seu presidente, Julio Neves, ao jornal, a dificuldade principal reside em obter patrocínio. No ano passado, informa a Folha, foram organizadas pela instituição apenas sete mostras. Número tímido se comparado aos dos anos que vão até 1994, quando o Masp inaugurava, em média, uma mostra por semana.
Neves admite que o Museu está atrasado, mas adianta à Folha que várias mostras estão sendo pensadas, apesar de ser ainda muito cedo para anunciar qualquer uma delas. “A falta de patrocinador representa também falta de divulgação. Um milhão de pessoas passam diariamente em frente ao Masp, se tivéssemos mais publicidade, conseguiríamos mais público”, diz o presidente ao jornal.
Com um gasto anual de R$ 5 milhões, sem contar o aporte para exposições, o Masp, segundo o Folha, sobrevive, basicamente, da entrada de ingressos e patrocínios específicos, além dos R$ 780 mil anuais da prefeitura. “Isso não dá nem para pagar nossa conta de luz, há meses que encerramos o caixa sem um real sobrando”, diz o presidente.
Além do financeiro
Questionando o fato de ser apenas financeiro ou não o problema da instituição, a Folha ouviu a opinião de curadores, como Martin Grossmann. Para ele, “o Masp sofre da falta de uma orientação curatorial”. O ponto de vista é também o de Nelson Aguilar, curador de duas bienais de São Paulo: “O que se passa no Masp não é um sintoma pontual, mas ocorre em vários outros museus”.
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