Acabo de dar uma fuçada nos sites dos candidatos que participaram ontem do debate promovido pela Rede Bandeirantes e trago um resumo do que vi:
Dilma Rousseff
No site da candidata petista podemos encontrar inúmeras matérias relacionadas a inaugurações, eventos de lançamento de projetos e programas governamentais, além de material em vídeo produzido pela campanha para discutir o tema com a candidata. Numa dessas entrevistas, ela afirma que o orçamento da cultura chegou a R$ 2,2 bilhões, defende o projeto que revoga a Lei Rouanet, além de ações ainda não implementadas, como o “Vale Cultura” e o “Cinema perto de você”. Não encontrei nenhum documento organizado com diretrizes e ações programáticas concretas. O site abre espaço para a construção do programa.
Marina Silva
O site da candidata do PV à presidência traz diretrizes de “cultura e fortalecimento da diversidade“. No geral, traça uma linha de continuidade programática em relação ao governo atual, reforçando a cultura popular, comunidades indígenas, afrodescendentes, combatendo a discriminação e reforçando os direitos culturais. Marina se compromete a aprovar o Plano Nacional de Cultura e o Procultura (projeto que revoga Lei Rouanet). Fala, ainda, em desenvolver um sistema similar ao do CNPQ para avaliação de projetos. A candidata é quem vai mais longe em sua linha propositiva, com questões organizadas e compromissos assumidos.
José Serra
O tucano, assim como Marina, abre um espaço no site dedicado exclusivamente ao tema. Mas na hora de abordar a cultura, reforça o pensamento neoliberal, enxergando cultura apenas como ativo econômico. Fala de suas realizações, como a Virada Cultural, programa de fomento à dança e promete diversificar o financiamento. Dedica boa parte do site para explorar o potencial econômico da cultura e se diz “apaixonado por cultura”.
Nada encontrei nos sites dos outros candidatos à presidência.
Fonte: Ministério da Cultura* O Ministério da Cultura atingiu 100% de transparência ativa de acordo…
Até o dia 10 de fevereiro, a sociedade terá a oportunidade de participar da escolha…
O Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic) estará aberto a partir…
O Instituto Cultural Sicoob UniCentro Br está com inscrições abertas em seu edital de seleção…
Estão abertas, até 04 de fevereiro, as inscrições para o Edital Elisabete Anderle de Estímulo…
Estão abertas, até 10 de fevereiro, as inscrições para o Edital Prêmio Cidade da Música,…
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Educação idem.
A cultura é o percurso, a memória, a história sensível da civilização. Tudo que está à nossa volta e que compõe a vida em comum, a moradia, o meio de transporte, o sistema de governo, é conseqüência de como a cultura deste povo foi construída. Organizar é uma necessidade. É a constituição do poder do mundo objetivo.
Em complemento a este poder – ou em conflito, como querem os gregos - está a liberdade humana. O caminho que o homem escolheu para enfrentar este conflito foi a beleza, o imaginário, o nunca visto. A arte é filha da liberdade. Perdida a liberdade todo o resto é conseqüência. É na liberdade que está a essência do ser. A construção da ponte que alcança a essência do ser e provoca sua expressão é o que define o trabalho da arte. A comunicação continuada dessa essência é que forma a identidade. É a identidade que promove o fator gregário da sociedade.
Com a ruptura no processo de formação brasileira, determinado pelo golpe de 64, rompeu-se também o conceito de que a arte é continuada. Hoje, não existe nenhum mecanismo que reconheça o trabalho continuado do artista, ao mesmo tempo em que o papel do governo foi sendo substituído por leis de incentivo que celebram o evento: a publicação do livro, a exposição, a temporada do espetáculo. Enquanto o processo de criação, o seu fomento, a pesquisa, não são reconhecidos.
Criou-se a idéia de que o estado devia ser o produtor de cultura, que as estruturas deviam ser coordenadas e ocupadas por tecnocratas mantendo afastados os artistas de seus territórios. A arte foi perdendo seu espaço e sua função transgressora foi substituída pelo estar de acordo. Assim, a sociedade brasileira abriu mão de utilizar a arte com seu sentido libertador. Toda a política pública cultural ficou condicionada a estes erros conceituais. Será necessário para a promoção humana – tão esperada - do Brasil o radical reposicionamento estratégico da cultura, passando a ser compreendida como um poderoso instrumento de transformação social. A cultura é uma questão de desenvolvimento, sobretudo, humano.
Quando teremos a ousadia de conhecer quem verdadeiramente somos?
caco coelho
o lance 'e se organizar e lutar por seus direitos. 'e cada um por si. e o governo c seus amiguinhos. champagne francesa e passagens de aviao. oba. quero mamar nessa teta tbem. NAO OBRIGADO!!!
Pois é,
enquanto a classe cultural não entender que tem que se organizar em um partido político específico, em sintonia com a gestão sociocultural - nossos políticos continuarão formulando leis que no final das contas, só se destinam a abrir os cofres públicos para o show business internacional, visando Copa e Olimpíadas.... Enquanto os da "casa", limitem-se aos "Viradões" de palanques culturais, que as mentes brilhantes de nossos políticos globalizados elaboram.
Daí vai pra pior...
Aliás alguém pode me responder: Se revogam a Lei Rouanet, como é que ficam os projetos de demanda espontânea?
o ser 'e egoista por natureza. somos animais. animais sao egoistas. roubar, mater. tudo 'e natural. selecao natural. o mais forte. entao. a maioria 'e assim. mas. teve uns caras. espirituais. q ja nao estavam mais aki. estavam mas nao estavam. eles deram a vida p mostrar q juntos 'e melhor. mais facil. um planta. outro colhe. outro faz carro. outro faz musica. mas os macacos q nao entenderam ainda, ficam estragando tudo. querendo tudo so p eles. basicamente 'e isso. egoismo. burrice. atraso de vida. imposto. tao alto q nao da p ter um salario decente. dai vai tudo pro lixo. ou vai prum filme de 10 milhoes ou pra uma estrada de 100 bilhoes. nao vai p escola, nem pra saude. dai vira uma bola de neve. cada um por si. mas 'e pior assim. temos q pensar na comunidade. no Brasil. o q 'e o Brasil? o q queremos? pra onde estamos indo? estamos indo pra algum lugar?
a agência brasil não tem uma página para cultura. enviei e-mail perguntando por que. enviem também para saber a resposta. sss://agenciabrasil.ebc.com.br/
a gente se contenta com pouco ou então de uma maneira superficial com as coisas.
falta uma pesquisa sobre o cérebro dos políticos (rs) veja o link e entendera o comentário.
sss://basicregisters.blogspot.com/2010/07/ensino...
Acredito que o contexto socio-político do país que está sendo contruído neste momento esteja a revisão de inúmeras noções pre-estabelecidas, inclusive a de que Cultura tem de ser gerida por um ministério específico. Vai ser uma revolução de significados, de formas de entendimento do que é paz, cultural e educação - os pilares de formação de uma civilização. Quem sabe após as eleições nós, como povo brasileiro, não estejamos preparados para dar novos significados para nossos fazeres e saberes?
Eu gostaria que @ próxim@ president@ pudesse enxergar claramente esta questão e tomar as decisões corajosas que precisamos para vislumbrar uma nova forma de integrar produtores, cantadores, poetas, artesãos, mestres e tant@s outr@s manifestações que não cabem mais nas nomenclaturas atuais.
Leonardo,
Comentando o post de sua autoria "A resposta dos candidatos" em outubro de 2006, escrevi: sss://culturaemercado.com.br/analise/a-respo...
Já enviei a seguinte pergunta através do site do candidato LULA e não obtive a resposta.
Porque as ações culturais do governo Lula que são exemplares, inovadoras e inclusivas, especialmente para as juventudes das periferias e dos rincões desse imenso e belo país, ainda não foram motivo de destaque no programa eleitoral do rádio e da televisão. Inclusive em termos comparativos com o governo de FHC e do Alckmin em São Paulo?
A propósito, que tal enviar as mesmas perguntas para Dilma, Serra e Marina.
Abraço,
Zezito de Oliveira
Educador e Produtor Cultural
Já ovir alguem dizer que cultura,arte fazem parte de um segundo plano em nossa sociedade no estágio em que vivemos.Por outro lado Martir disse " a educação e a cultura é fundamental para o povo cubano "seguindo esse exemplo os cubanos fizeram a 51 anos a Revolução,extinguiram o analfabetismo,flagelo que atinge o resto da America Latina.
Artigas,avaliando o tamanho do Uruguai disse "somos pequenos não podemos contar com ajuda de ninguem que sejamos cultos e valentes "No Brasil nós temos a lei do piso salarial minimo para os professores aqui no rio grande do sul a governadora não paga ,entrou na justiça segundo ela por ser inconstitucional êta brasilzão essa Pindorama não é facil
Belo comentário, Caco!
Estou cansado de filmes, peças de teatro e espetáculos de dança que nada trazem de novo. Parece que nada aconteceu neste início de milênio. Os governos, de todas as esferas, querem nos convencer que o país está ótimo - apesar do capitalismo - , que a luta de classes inexiste e que somos felizes por assistirmos produtos feitos por nós, porém, a meu ver, com pouca reflexão e densidade, salvo exceções.
Parece, ainda, que a cultura é vista na qualidade de cereja do bolo, não como um instrumento político de transformação. Enquanto a sociedade brasileira não se vir realmente nas telas, nos palcos e nos espetáculos de dança faremos projetos para que apenas uma parcela de nós mesmos tenhamos acesso a mais um pouquinho daquilo que já vimos, já conhecemos. E lambamos os beiços ! Abraços,