Painéis já confirmados na área cultural do FSM caracterizam-se por críticas à ?mercantilização dos bens simbólicos?, ao ?poder da mídia? e à ?dominação imperialista?Por Sílvio Crespo
A organização do Fórum Social Mundial 2003 já confirmou a realização de oito painéis na área cultural. O evento, que acontecerá entre os dias 23 e 28, já tem quase 30 mil delegados inscritos, de 121 países. No total, quase 5 mil organizações participarão do evento, que terá mais de 1700 oficinas e seminários. Entre os cinco eixos temáticos que estruturam o Fórum, aquele que trata da cultura foi denominado Mídia, Culturas e Alternativas à Mercantilização e à Homogeneização.
De um modo geral, os painéis já confirmados para a área cultural abordam alternativas a políticas ditas ?neoliberais?. Na programação, vê-se o teor marxista das conferências, que não pouparão críticas à atual situação da cultura no contexto da globalização. Dessa forma, o Fórum Social acentua sua proposta original de fazer oposição ao Fórum Econômico Mundial, que ocorre anualmente em Davos, na Suíça, e promove a discussão entre chefes de governo que seguem a política de minimização do Estado adotada pelo Consenso de Washington.
Este ano, o FSM discutirá formas de intervenção cultural para evitar a ?mercantilização da produção de bens simbólicos?, ?resistir à homogeneização cultural? buscar meios de controlar o ?poder da mídia?.
Mídia
Entre os destaques da programação cultural, está o painel Estratégias de democratização da mídia, onde se discutirá produção, acesso, qualidade, distribuição e democratização da informação. Globalização, Informação e Comunicação será outro painel a debater a mídia, discutindo também visões da globalização, propriedade intelectual, e direito à comunicação. Um terceiro painel relacionado à comunicação terá a participação do jornalista Eugênio Bucci, que participou da elaboração do programa do governo Lula para a cultura.
Identidade
Produção artística, emancipação social e auto-determinação serão os temas do painel Produção de bens simbólicos e identidade dos povos. Na programação, está previsto que esse painel faça uma crítica ao consumismo cultural e proponha práticas alternativas para que o setor cultural possa contornar este problema.
Cultura como prática política é o nome do painel que discutirá a ?dominação imperialista, resistência e cultura?. Este painel procurará uma crítica com bases marxistas à ?mercantilização dos bens simbólicos?, além de discutir diálogos interculturais.
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