Evento promovido pela Red de Promotores Culturales de Latinoamérica y el Caribe reúne produtores culturais para discutir cultura e diversidade Por Deborah Rocha
América Latina e Caribe
Um importante evento relacionado ao mundo do marketing cultural ocorrerá neste sábado e domingo no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, numa reunião envolvendo cerca de 300 produtores culturais vindos de 23 países diferentes. O Encontro de Fundações Culturais da América Latina e Caribe é promovido pela Red de Promotores Culturales de Latinoamérica y el Caribe, uma rede de captação de recursos para as produções de teatro, música e dança dos continentes vizinhos.
Programação
A programação do primeiro dia inclui a discussão de questões como, o papel cultural da América Latina em meio aos conflitos atuais, o respeito à diversidade, o exercício de uma convivência equilibrada com as diversas culturas e a criatividade como elemento para a superação das dificuldades. Os participantes farão uma identificação do organismo ou instituição a que pertencem, apresentarão sua relação com com a América Latina, Caribe e/ou La Red, dando início à sessão de discussão de caminhos, metas e soluções a serem elaboradas e seguidas.
O segundo dia propõe-se a estabelecer possíveis conclusões e acordos após a abordagem dos seguintes temas: processos organizacionais e de cooperação, articulação e distribuição da informação, através da união entre sociedade civil, estado e empresas, projetos culturais e sustentabilidade, o papel das Redes e projetos de âmbito regional e, por fim, sinergia entre os projetos.
Participantes
Participarão do evento representantes de governos, como o ministro da Cultura, Franciso Weffort, e ministros do México, Chile, Colômbia e Venezuela, além de importantes representantes da Red e das fundações americanas Rockefeller, Ford, American Express, Texaco e Doris Duke. As holandesas Hivos e Prince Klaus, a italiana Arci, a alemã Bosch e a Japan Foundation também estarão na reunião.
Produção cultural
Desde 1991, quando foi criada, a Red aglutina projetos e apoios de diversos portes, desde os menores, como o festival de Nicarágua, até os mais importantes, como os de Bogotá e Caracas. No Brasil, grupos como o de Deborah Colker, Antônio Nóbrega, Quasar e Galpão, entre outros, já receberam apoio da Red. Oficinas, aulas e palestras também são iniciativas da Red que visam incentivar o desenvolvimento das artes cênicas e da música na América Central, região com muitas dificuldades no setor.
Escolha do local
O rumo da sede do evento foi desviado dos conflitos bélicos da Colômbia, da crise interna da Argentina e fixou-se no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. A escolha, diz o presidente da Red, Otávio Arbeláez, ao jornal Valor, deveu-se ?por conta da interessante lei de mecenato que o Brasil tem mantido e porque a cidade é um atrativo para qualquer visitante, seja americano, europeu, latino-americano ou japonês?.
Mercosul e 11 de setembro
Segundo o colombiano, um caráter de urgência foi somado ao encontro depois dos acontecimentos de 11 de setembro. ?Percebemos uma tendência das fundações americanas de investirem, primordialmente, em projetos na área da dança, teatro e música oriundos dos próprios Estados Unidos. Para nós, isso pode ser muito cruel?, diz Arbeláez ao Valor. Apesar disso, um recente acordo com a americana National Performance Network, uma equivalente à La Red, prevê turnês de grupos americanos em países latino-americanos, e vice-versa, num megaprojeto chamado Corredores Culturais do Mercosul. Segundo o Valor, o acordo visa fazer circular espetáculos entre os países do Mercosul.
?A Red só deu certo porque, em vez da tendência retórica e discursiva latino-americana, optamos por muita objetividade: preferimos a ?solucionática? à ?problemática?. E a principal conclusão de nossos encontros sempre é: quando será o próximo??, conta Arbeláez ao Valor.
Confira outras informações sobre este e outros eventos culturais na Agenda do Cultura e Mercado.
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