Vice-presidente da International Events Group, Nancy Fogle estará presente em São Paulo no Congresso Brasileiro de Sponsorship, dia 27; leia entrevista a Cultura e MercadoPor Deborah Rocha
26/05/2003

Uma das convidadas mais esperadas para o Congresso Brasileiro de Sponsorship, que acontece amanhã, dia 27, em São Paulo, no Club Transatlântico, das 8h às 18h, Nancy Fogle, vice-presidente da IEG, International Events Group, concede entrevista a Cultura e Mercado. A consultora fala sobre as diferenças entre a cultura de patrocínio nos Estados Unidos e nos demais países, além das atribuições do governo nas delimitações de critérios e das dificuldades enfrentadas hoje pelo setor cultural.
Na palestra de amanhã, Nancy dará uma visão geral sobre a indústria de patrocínio no mundo, apontará tendências mundiais que influenciam os mecanismos do patrocínio, além de destacar a importânia de se avaliar suas oportunidades e mensurar seus retornos de investimento. Formada em jornalismo, Nancy Fogle já analisou e renovou as estratégias de mais de 100 donos de propriedades de todos os tipos. Entre os clientes da IEG Consulting estão, NASA, World Wildlife Fund – WWF, AT&T, Canon, Compaq, Master Card, Mercedes Benz, Procter & Gamble, Samsung e Shell.

Com base em sua experiência na IEG, que principais diferenças poderiam ser apontadas entre as atividade de patrocínio nos Estados Unidos e no Brasil?
A indústria do patrocínio nos Estados Unidos/América do Norte, comparada com o Brasil e outros países Centro e Sul-Americanos, é maior. A IEG calcula que, em 2003, as companhias na América do Norte investirão U$$ 10,5 bilhões em patrocínios ao esporte, às artes, às causas sociais (doações), ao entretenimento e a festivais e eventos. Este número é comparado aos estimados U$$ 2,2 bilhões que deverão ser investidos em patrocínio pelas companhias nas Américas do Sul e Central. Em outras regiões, o aporte destinado ao patrocínio é de, por exemplo, U$$ 7,4 bilhões na Europa, U$$ 4,7 bilhões no Aro do Pacífico e U$$ 1,4 bilhão nos países restantes.

Além disso, os tipos de organizações patrocinados na América do Norte diferem do resto do mundo. Aqui, o gasto de U$$ 10,5 bilhões em patrocínio é dividido da seguinte maneira: 69% para esportes, 9% para causas sociais, 8% para festivais e eventos, 8% para entretenimento e 6% para artes. Enquanto que fora da América do Norte o aporte é dividido em 72% para esportes, 10% para entretenimento, 9% para festivais e eventos, 6% para artes e 3% para causas sociais1.

Uma das razões pelas quais o investimento via patrocínio na América do Norte é muito maior que nos demais países é a maior aceitação do público consumidor em relação aos produtos patrocinados pelas companhias. Essa aceitação colocou o patrocínio sob o ponto de vista de uma atividade lucrativa, que permite às companhias alcançar seus objetivos empresariais, bem como conquistar um público consumidor fiel, ganhar visibilidade e aumentar as vendas. Na América do Norte, 30% das companhias estão transferindo de 11% a 20% de seus orçamentos para atividades de patrocínio.

Na sua opinião, a quem deve ser atribuída a responsabilidade de patrocinar a cultura e seus produtos, ao governo ou à iniciativa privada?
Tendo em vista o aumento da pressão financeira colocada sobre o governo, muitos negociantes de patrocínio têm se virado para a sociedade civil em busca de suporte. E, enquanto essa tendência global foi originalmente baseada nas necessidades dos negociantes, ela tem florescido porque as companhias reconhecem que patrocinar manifestações sociais e culturais resulta no aumento do senso de comunidade e do espírito de cooperação entre os funcionários, bem como no aumento das vendas. É uma questão de fazer o bem, fazendo certo.

Especificamente em relação à responsabilidade do governo em patrocinar a cultura, é parte dessa responsabilidade o estabelecimento de critérios para o patrocínio? Quais são os limites?
A IEG recomenda às organizações com as quais trabalhamos que elas estabeleçam parâmetros em relação ao papel das empresas patrocinadoras.

Qual a sua opinião em relação ao patrocínio cultural no Brasil?
No geral, as organizações culturais não são tão pró-ativas em relação ao patrocínio quanto o são outros setores do patrocínio, como o do esporte, por exemplo. Isso deve-se ao fato, em parte, de sua alta dependência no governo e no suporte de donatários, o que resultou na apenas recente posição de suas organizações como oportunidades de marketing para as corporações.

Fontes:
1 IEG Sponsorship Report
2 2003 IEG/Performance Research Sponsorship Decision-Maker Survey


Tradução: Deborah Rocha

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1Comentário

  • Lycia, 25 de junho de 2008 @ 23:36 Reply

    Como posso saber quais as empresas que patrocinam causas em prol do bem estar animal ?

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