O secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, disse ontem (10) que a regulação do conteúdo das mídias não significa censura. Segundo ele, representantes de vários países que participaram do Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, em Brasília, demonstraram a necessidade de uma regulamentação que estabeleça obrigações de conteúdos.

“Na maioria dos países onde se regula conteúdo, ninguém acha que isso é censura, porque isso não se faz a priori. O que se tem são obrigações de conteúdos, que estão nos contratos, devem ser cumpridas e, geralmente, se referem a questões gerais como proteção da língua e das culturas nacional e regional, equilíbrio, imparcialidade, proteção de menores”, explicou o ministro, no encerramento do seminário.

Segundo Martins, as experiências colhidas no evento vão ajudar o governo brasileiro a formatar seu próprio marco regulatório da mídia. “A regulamentação é algo que cabe ao Estado fazer, à sociedade discutir, ao Congresso legislar a às agências, depois, fazer a regulação. Isso não tem nada demais, vimos experiências mais diversas. Todos entendendo que é necessário fazer a regulação”.

O ministro entende que a regulação deve levar em conta o ambiente e a história de cada país, além de princípios gerais como estímulo à concorrência, inovação, respeito aos direitos do cidadão e dos usuários e à privacidade das pessoas.

Franklin Martins disse ainda que o texto do novo marco regulatório será discutido com a sociedade em consulta pública e depois encaminhado ao Congresso Nacional. “O texto final é o que o Congresso vai aprovar um dia, não o que sai do governo”.

*Com informações da Agência Brasil.


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Atriz, pós-graduada em gestão da cultura.

1Comentário

  • Corina Moreira, 20 de novembro de 2010 @ 2:22 Reply

    Não dá mais pra fugir dessa discussão no Brasil, não é? Até porque o debate sobre "liberdade de expressão" e "liberdade de imprensa" está muito enviesado, confundindo-se liberdade de expressão com falta de responsabilidade diante do que se diz publicamente. É um debate difícil, sim, mas mais do que necessário, desde que de fato feito publicamente.

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