A Funarte São Paulo foi criada em 1978, no endereço atual, no bairro de Campos Elíseos, como uma extensão da Fundação Nacional de Arte, órgão do Ministério da Cultura, com sua sede no Rio de Janeiro, esta criada em 16 de dezembro de 1975. O carro chefe paulistano, na época, foi a Sala Guiomar Novaes, criada naquele mesmo ano.
A Sala foi palco das mais diversas manifestações musicais de seu tempo e revelou, através do Projeto Pixinguinha e Projeto Musical Funarte (existente até hoje), diversos nomes hoje consagrados na música popular brasileira, como Zizi Possi, Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Ângela Rorô, Ná Ozzetti, Arrigo Barnabé e, mais recentemente, Chico César e outros.
Desde que começou a funcionar em apenas cerca de 600 m2, a Funarte ocupa espaço contíguo ao do Ministério da Educação, localizado no mesmo endereço. Uma parceira entre a Delegada do MEC e o atual Coordenador Regional da Funarte/SP, sob orientação da Presidência, permitiu a ampliação do espaço para cerca de 2.500 m2. Hoje, a Funarte São Paulo ocupa sete galpões que se estendem da Alameda Nothmann à Rua Apa. São dois teatros, cinco salas de exposição, livraria on-line, sala de vídeo, espaço virtual, biblioteca e áreas polivantes.
O local não poderia ser mais perfeito para abrigar um centro de cultura. O conjunto foi construído pela Missão Militar Francesa, no começo do século 20. Originalmente, os galpões serviam às cavalariças da antiga Força Pública e, posteriormente, foram adaptados para utilização da Escola Técnica Federal, que passou a ocupar as instalações primitivas. Ainda permanecem no local as antigas caldeiras e maquinário, além dos amplos galpões com suas sustentações de madeira. O local chama tanta atenção, que tem servido de locação para produções novelísticas e cinematográficas.
Além da Sala Guiomar Novaes, onde acontece o Projeto Musical Funarte nos finais de semana, agora em parceria com a Gravadora Velas, e oficinas culturais durante a semana, a Funarte inaugurou mais um espaço de espetáculos, o Teatro Galpão Carlos Miranda, onde atualmente são encenadas peças e ministradas diversas oficinas. As cinco novas salas de exposição têm nomes de celebridades brasileiras: Galeria Mário Schenberg (reinaugurada), Ala Jorge Mautner, Espaço Almeida Salles, Sala Universal e Espaço Darcy Ribeiro. As salas são ocupadas durante o ano com exposições de artistas regionais e emergentes da cultura nacional. Na Galeria Mário Schenberg, por exemplo, acontece o Projeto Galeria de Ocupação, onde os artistas selecionados produzem no local as obras da exposição, interagindo com o público.
A livraria virtual (www.lojafunarte.com.br) é hoje uma das pontas de vanguarda da Funarte e disponibiliza cerca de 800 títulos editados pela instituição em diversas áreas artísticas, como teatro, dança, ópera, circo, artes plásticas e gráficas, fotografia, cinema, vídeo, música, pesquisa e documentação, ensaios, folclore e cultura popular. Entre as raridades encontram-se vídeos dos primórdios do cinema nacional, partituras, a série HistóriaVisual e coleções de CDs remasterizados.
Mas o que está por vir é o que será verdadeiramente uma revolução, de repercussão e referência internacionais, e já atende pelo nome de “Fábrica da Cultura”. Maiores informações no “pátio” da loja virtual.
PX Silveira é cineasta documentarista, dirige a Fundação Nacional de Arte em São Paulo, órgão do Ministério da Cultura. E-mail: rasilveira@hotmail.com
Px Silveira