Fui à Assembléia Legislativa de São Paulo, hoje, para cobrir o encontro entre a Ministra Ana de Hollanda e toda comunidade artística paulista. Confesso que estava preocupada com o que a poderia acontecer lá, visto o terrorismo produzido por uma meia dúzia de “novos líderes da Revolução Brasileira”. Ontem, também cobrindo um outro evento cultural, no Teatro do Sesi, em São Paulo, percebi uma certa ponta de tensão no semblante da Ministra, quando se referia ao evento de hoje.

Pois bem, as ameaças de tumulto não se concretizaram e o encontro, se não foi brilhante ao menos podemos dizer com segurança que a presença maciça de deputados estaduais, presidência estadual e nacional do PT foi o suficiente para inibir qualquer tentativa de intimidação da Ministra. Não serei irresponsável de escrever apressadamente uma matéria, apenas para tentar contrapor a grande maioria das mentiras escritas e publicadas sobre o mesmo encontro que presenciei. A irresponsabilidade e a fobia para derrubá-la de sua função, a qualquer custo, chega a ponto de um veículo de comunicação respeitável, como o Blog do Nassif, reproduzir às 20:10h uma “matéria” sobre um encontro que terminou às 18 horas. Tudo leva a crer que o seu conteúdo (se é que podemos chamar isso de conteúdo; o mais correto seria propaganda) estava pronto, apenas se colheu frases soltas na fala da Ministra, uma aqui e outra ali, as lançaram na rede e o Blog do Nassif repercutiu. É o fim.

Agora à noite, assisti com atenção, na Teve Brasil, ao programa Observatório da Imprensa, comandado pelo jornalista Alberto Diniz, onde o tema era o conteúdo jornalístico da cobertura sobre a morte de Osama bin Laden, contaminado pelo sectarismo religioso dos dois lados (pró e contra o líder da al-Qaeda). Mas, eu me pergunto se à mesma coisa não está acontecendo nessa relação promíscua, entre blog’s, portais, e interesses políticos econômicos, imediatos.

Publico, com urgência, esses aproximadamente 2.200 toques, não como a pauta que escolhi para realizar o meu trabalho, do Encontro ansiosamente esperado pela comunidade (coisa que o farei com o tempo e a acuidade que os artistas merecem) e, sim, escrevo nesse momento para protestar contra a “pauta única” dominada pela histeria que tomou conta da maioria “dita imprensa virtual”. A outra imprensa, todos nós conhecemos e não é preciso comentar.


Jornalista e produtora teatral. Foi assessora de imprensa do ex-prefeito Celso Daniel e coordenadora do Instituto de Formação do Jornalista (Sindicato Jornalista de São Paulo).

2Comentários

  • Manoel J de Souza Neto, 12 de maio de 2011 @ 12:22 Reply

    Cara Sueli, dado as 2500 assinaturas feitas no documento que pede a saida da ministra, considerando os 956.000 vezes a palavra repetida “Fora Ana de Hollanda” no google, considerando as dezenas/centenas de organizações, movimentos e pontos de cultura que se manifestaram contra a ministra, por favor me explique de onde tirou este dado de que existe “meia duzia” de revolucionários? E se usa o termo revolucionário, me responda, admite que algo esta retrogrado? Abraço

  • Suely Pinheiro, 14 de maio de 2011 @ 8:02 Reply

    Caro senhor Manoel,

    Agradeço sua atenção de lido até o final minha nota distribuída na rede e nos locais onde usualmente circulam as informações do Portal Macunaima. Não tenho muita inspiração para lhes explicar e discorrer sobre o termo revoluncionário ou pseudo revolucionário. Minha preocupação antes de tudo é com a informação e não coma interpretação tendenciosa como o que se viu na grande maioria das matérias que circularam após o encerramento do evento citado. Citar dois mil ou três mil assinaturas nada quer justifica o caracter golpista da mobilização, mas não é isso que pretendi discutir aqui. Mais, a nota não foi redigida exclusivamente para ser publicada no Cultura e Mercado. Sugiro ler, na na rede o artigo “Artistas Reconstroem Ato Político de Três Décadas” facilmente encontrável na rede e talvez tenha mais informações a respeito.

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