Associação que reúne as maiores produtoras de cinema veiculará anúncios em pelo menos 35 canais e 5 mil salas de exibição; perda anual da indústria seria de US$ 3 bilhões por anoPor Sílvio Crespo
27/07/2003
A MPAA (Motion Picture Association of America), associação que reúne os maiores estúdios de cinema dos Estados Unidos, lançou nesta semana uma campanha anti-pirataria na televisão e nas salas de cinema do país. Serão veiculados a partir de hoje anúncios de 30 segundos em pelo menos 35 canais de TV do país e, a partir desta sexta-feira, em 5 mil salas de exibição em várias cidades, informa o site norte-americano Brandweek.com. A associação não divulgou o custo da campanha, financiada pelos estúdios Universal, Sony Pictures Entertainment, Warner Bros, Metro-Goldwyn-Mayer, Walt Disney, 20th Century Fox e Paramount.
Segundo nota divulgada à imprensa pela MPAA, a ação faz parte de uma campanha de longo prazo junto aos consumidores. A estratégia de combate à pirataria da associação se desdobra em vários tipos de ações: implementação de leis e reforço da atual legislação de direitos autorais, apoio a governos (norte-americanos ou não) na investigação e combate a casos de pirataria, apoio às empresas associadas contra infratores e desenvolvimento de programas de educação do público que enfatizam os malefícios da violação de direitos autorais.
A MPAA calcula que a indústria norte-americana de cinema deixa de ganhar cerca de três bilhões de dólares por ano devido à pirataria. A associação não inclui nessa estimativa as trocas ilegais de músicas pela Internet, devido à dificuldade de se calcular esse valor. Mas, recentemente, a empresa Deloitte & Touche realizou um estudo, O impacto da Pirataria na Indústria de Filmes, que somente nos Estados Unidos seriam baixados ilegalmente de 400 mil a 600 mil filmes por dia. O problema é que a estimativa da Deloitte & Touche não bate com a da MPAA.
Música
O cantor pop Michael Jackson divulgou comunicado à imprensa afirmando ser contrário à prisão dos fãs que consomem produtos reproduzidos ilegalmente. “Eu gostaria que não esquecêssemos que os fãs são os que deram à indústria da música todo seu sucesso”, disse. Nesta semana, foi apresentada ao Congresso norte-americano uma proposta de se penalizar a prática de pirataria com até cinco anos de prisão e multa de até US$ 250 mil, segundo informou o Jornal do Comércio.
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