Pequenas lojas de disco terão que se desfazer de produtos falsificados e pagar indenização às grandes gravadoras, que pode chegar a 150 mil dólares por títuloPor Sílvio Crespo
A Riaa, Associação da Indústria Fonográfica dos Estados Unidos, identificou 78 pequenas lojas de CD que vendiam material pirata e enviou uma carta a cada uma delas, exigindo que se livrem dos produtos falsificados em duas semanas, segundo informa a Agência Reuters.
Combate à pirataria
A estratégia de caça aos piratas contou com a participação de agentes disfarçados de consumidores, que visitaram centenas e lojas de discos nos Estados Unidos. De acordo com a Reuters, foram encontrados produtos piratas em Chicago, Nova York, Los Angeles e Texas e Flórida. Os pequenos varejistas devem informar à Riaa a origem dos produtos e pagar indenização às cinco maiores gravadoras do mundo, segundo uma associação setorial.
Na carta entregue aos lojistas, a Riaa ameaça aqueles que se recusarem a atender suas exigências, afirmando que eles podem ter que pagar multas de até US$ 150 mil por título. A Riaa representa a AOL Time Warner, o Grupo EMI, a Sony, a Vivendi Universal e aBertelsmann, que em agosto comprou o site de troca ilegal de músicas Napster. Essas empresas estimam perder 300 milhões de dólares nos Estados Unidos com a pirataria.
Incentivo ao repertório local
Dados da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) apontam queda de 9% nas vendas mundiais de música no primeiro semestre de 2002. Essa queda é atribuída, pela IFPI, ao aumento da pirataria comercial, facilitada pelo CD-R e pela Internet, e também ao declínio econômico no âmbito global.
Em 2001, a indústria fonográfica norte-americana, a maior do mundo, teve uma queda de 4,5% no seu faturamento em relação a 2000, segundo a IFPI. No mesmo ano, enquanto os Estados Unidos iniciavam a longa batalha contra a Napster e outros sites do gênero, a indústria fonográfica da França registrou crescimento de 9,7%. Curiosamente, o sucesso das gravadoras francesas não é atribuído ao combate à pirataria, mas ao fortalecimento do repertório local e às ações de marketing da indústria de música.
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