INTERNET COLABORATIVA - Web2.0 atrai gigantes da mídia - Cultura e Mercado

INTERNET COLABORATIVA – Web2.0 atrai gigantes da mídia

O Grupo Abril está adentrando o infinito universo da Web2.0. Os espaços do www que compartilham conteúdos colaborativos ganham os internautas que se apropriam das ferramentas. Ambientes privados, no entanto, não democratizam informação.

O Grupo Abril lançará em breve o FIZ TV (www.fiztv.com.br), um canal cujo conteúdo audiovisual será formado por meio de colaborações espontâneas armazenadas on line e disponível a todos. Com isso, a maior editora de revistas do Brasil entra no universo da chamada Web2.0. O termo é utilizado para descrever a segunda geração da World Wide Web, que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais. A idéia é a de que o ambiente on-line torne-se mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização do conteúdo.

O maior exemplo dessa tendência da grande rede materializa-se, ou virtualiza-se, com a Wikipedia, cujas informações são disponibilizadas e editadas pelos próprios internautas, e reforça o conceito do compartilhamento wiki (super-rápido, no idioma havaiano). No Brasil, portais como o Overmundo (www.overmundo.com.br) já incentivam a produção e edição colaborativa.

O FIZ TV já apresenta um teaser na internet com sete vídeos, mas ainda não está aberto para carregar conteúdos. Parece que a Abril está empenhada em se tornar popular na internet e com o público em geral. Depois do sucesso do Youtube, a corporação midiática está fazendo sua versão nacional da receita. Os vídeos serão reproduzidos também em um canal da TVA. Quem coordena os trabalhos da FIZ TV é André Mantovani, ex diretor-geral da MTV Brasil, também propriedade do Grupo Abril.

O documentarista, roteirista e editor Daniel Florêncio, em seu blog (s://blog.danielflorencio.com/2007/05/fiz-tv.html), afirma que a iniciativa da Abril de tentar unir a velha mídia televisiva com a internet, não é pioneira. “Parece-me que ele está sendo criado mais ou menos nos moldes da Current TV, pra quem trabalho (que logo deve chegar ao Brasil). Acho complicado falar em cópia, quando existem idéias semelhantes, como a MTV FLUX, a experiência da MTV em User Generated Content”.

A partir das informações disponíveis na web, Florêncio entende que a Fiz TV anuncia-se interessante somente por ser a ferramenta que é, e não pelo que ela significa em termos de mídia, em termos de potencial. “Falta pragmatismo no Grupo Abril, pra utilizar todo o potencial da Fiz TV. Talvez falte interesse também, pois o que as novas tecnologias e ferramentas de Cauda Longa propiciam é a democratização da produção de conteúdo. Pluralidade de opinião”.

Florêncio acredita que democratização é o princípio do potencial colaborativo da internet: “Democratização. Essa é a palavra que não li em nenhum momento sendo utilizado pela Fiz TV. Talvez simplesmente não seja o interesse do canal… O fato é que até agora a Fiz TV não parece saber muito bem a que vem. Parece estar vazia de conceito, propostas e objetivo”.

Carlos Gustavo Yoda

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