Arnaldo Carrilho deixa a distribuidora por problemas de saúde; a empresa lançou 40% dos longas nacionais exibidos em 2002, mas em termos de público sua contribuição é modestaPor Sílvio Crespo
24/06/2003
O ator José Wilker assumiu ontem a presidência da distribuidora RioFilme. O diplomata Arnaldo Carrilho, afastado da empresa desde maio deste ano por problemas de saúde, deixou definitivamente o cargo. A estatal carioca foi criada pela Lei nº 1.672 de janeiro de 1991, com o objetivo de distribuir filmes nacionais. Desde então, a empresa tem contribuído também com investimentos diretos em salas de exibição e projeto de formação de público. Para este ano, já estão em andamento 10 projetos de co-produção e distribuição.
Dos 33 longas-metragens brasileiros lançados no ano passado, 13 foram distribuídos pela RioFilme, mas nenhum deles está na lista dos 10 campeões brasileiros de público e renda, de acordo com dados da empresa Filme B. O maior sucesso distribuído pela empresa carioca em 2003 foi o documentário Edifício Master, de Eduardo Coutinho, que, apesar de ter lançado apenas duas cópias e de ter ficado em cartaz por apenas três semanas no ano passado, ficou em 13º colocado no ranking nacional, com quase 45 mil ingressos vendidos e R$ 296 mil de renda.
Muitos filmes, pouca bilheteria
Em termos de renda, a participação da RioFilme no mercado de distribuição no Brasil tem sido inferior a 1%, desde a sua fundação. Entretanto, de acordo com o estudo ?RioFilme: uma distribuidora de filmes nacionais?, elaborado pelo pesquisador da Unicamp André Gatti, ?a empresa se revelou como a mais dinâmica companhia cinematográfica em número de lançamentos de filmes brasileiros entre 1992 e 2000?, levando às salas de exibição 98 longas no período.
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