Foto: Conbarba
Um novo estado de espírito paira sob o céu do Brasil, especialmente nestes dias que antecedem à II Conferência Nacional de Cultura. Bate fortemente um sentimento coletivo de comemoração à inteligência brasileira.

Honro-me de ser um artista feito exclusivamente no Brasil.
Nunca na minha vida procurei a sabedoria nos livros, nas doutrinas ortodoxas – O meu livro é o Brasil, não o mapa do Brasil na minha frente, mas a terra do Brasil, aonde eu piso, aonde eu sinto, aonde eu ando, aonde eu percorro.
(Villa Lobos).

Um novo estado de espírito paira sob o céu do Brasil, especialmente nestes dias que antecedem à II Conferência Nacional de Cultura. Bate fortemente um sentimento coletivo de comemoração à inteligência brasileira.

Não há como negar que Lula deu uma estupenda lição de guru na nossa “pedagogia cultural”, sempre lincada com um pensamento ficcional internacionalista. As novas fronteiras que o Brasil de Lula trouxe às conquistas coletivas do povo brasileiro, regidas por ele, traduzem que o mestre da nossa bandeira cultural é o presidente Lula.

Nem toda a amplitude teórica foi capaz de tal concepção didática que faz hoje brilhar os olhos dos brasileiros quando o assunto é o Brasil. Unida em sua natural relação interpessoal, a intelectualidade tropical do povo brasileiro brota em regime de excepcionalidade num novo ponto de identificação com sua cultura.

Quem mais seria capaz de produzir tamanha façanha de qualidade na auto-estima do povo brasileiro? Se o Presidente Lula era uma espécie de pagão, para os “institutos culturais”, sua influência sobre as concepções de nação se transformou num culto definitivo no mundo.

Qualquer geografia da nova ordem econômica global, por menor que seja a versão, destaca o Brasil como uma nova potência político-cultural e econômica, abandonando de vez a idéia de país do futuro, pois, nas retificações, o Brasil é um dos líderes das forças emergentes da economia e da cultura mundial.

As frases de Lula, sublinhadas pela imprensa mundial nos fóruns internacionais, sem dúvida têm a marca da cultura brasileira, da sabedoria do povo, da nossa intuição dinâmica. Os artigos internacionais divulgam a criticidade, a tolerância, a alegria, a generosidade e, sobretudo, a competência do presidente Lula, são vitórias do povo brasileiro.
A identidade fundamental com o povo faz de Lula o grande solista da Nação dos Tambores, um toque de aproximação umbilical, como em uma de nossas danças de roda (batuque de umbigada), que fertiliza a virtuosa força rítmica no coração do homem brasileiro. Hoje a cultura brasileira identificada e respeitada, é determinante na linha evolutiva da arte global. Criadores natos da festa produzida pela nossa forma de fazer cultura estão como estandartes no palácio do planalto. É como se continuássemos o grande desfile da cultura brasileira numa permanente apoteose global.

Lula não é um “formador de opinião”, muito mais que isso, ele é a imagem do portador e transmissor dos nossos cósmicos sentidos culturais.

A força hipnótica de Lula expressa a nossa liberdade rítmica. Os compassos de seus discursos nas tribunas internacionais apresentam, em suas consistentes observações, a forma do Brasil lidar com o moto-contínuo e desnortear os processos rígidos. Com esses assentos, Lula, assim como a nossa cultura, fixa sua série de compassos seguida sempre pela estupenda capacidade de improvisação.

As redondilhas que hoje fazem do Brasil um destaque global têm em Lula a derradeira marca de uma imagem real de produtividade inteligente e autossustentável promovida por nossa cultura.

As referências econômicas e as concepções de um novo projeto de desenvolvimento global, têm como exemplo o que foi criado e é executado pelo modelo de gestão desenvolvido pelo povo brasileiro e sua cultura operária, colaborativa e de subsistência em todo o território brasileiro. E isso nada mais é do que a verdadeira imagem virtuosística, carregada de interações estéticas de um catálogo desenhado por nossa cultura. Um desenvolvimento eficientemente nacional e soberano.

É através dessa simpática característica que a nossa literatura crítica tem que atuar no campo das artes brasileiras. É um gingado bem melhor que a pobreza horripilante da marcha monótona importada pelos civilistas que soam como sapatos duros que não cabem em nossos pés.

A exatidão magnífica de nossos gozos de embriaguez sonora, como dizia Mário de Andrade, o grande concerto de nossa gente de interpretação prodigiosa é a transcrição do nosso modelo de país que a terra anda a admirar na imagem de personalidade e evolução política da cultura moderna, representada pela figura de líder global do Presidente Lula da Silva.

O povo é, no fundo, a origem de todas as coisas belas e nobres, inclusive da boa música! O que é uma sinfonia senão a expressão musical dos sentimentos de um povo expressados por um indivíduo? O compositor genuíno, por mais cosmopolita que seja, é mais do que nada a expressão de um povo, de um ambiente… Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Não ponho breques nem freios, nem mordaça na exuberância tropical das nossas florestas e dos nossos céus, que eu transporto instintivamente para tudo o que escrevo. Por isso eu componho sem prender-me a formalismos, ou melhor, aos convencionalismos da nossa chamada civilização. O verdadeiro ideal do artista é servir à massa do povo. (Villa Lobos).


Bandolinista, compositor e pesquisador.

2Comentários

  • gil lopes, 26 de fevereiro de 2010 @ 14:15 Reply

    OLha o Carlão aí falando Bonito! E tá bonito mesmo, esse é o papo. Como diazia Tom Jobim: se vc não tiver talento, faça música brasileira. Se vc tiver talento faça música brasileira…faça música brasileira.
    O papo é esse. Parabéns Carlão, e a eleição vem aí mesmo, tá na hora de colocar o bloco na rua… ( mas tem que falar direito, de um jeito que a gente entenda e possa concordar…ou discordar quando for o caso).
    abração

  • Maria Inês Saba, 3 de março de 2010 @ 21:58 Reply

    O Presidente Lula teve sorte. Sorte de ter escolhido o Ministro Gil e o excepcional, empreendedor e articulador das políticas públicas, o Secretário da Cidadania Cultural Sr. Célio Turino, que idealizou e implantou o Programa Cultura Viva / Pontos, Pontinhos e Pontões de Cultura, que realmente levam e compartilham a Cultura para o “povão”. Todos os méritos para este batalhador da Cultura!! Pontão do Livro e da Leitura – Livro na Roda / Ponto de leitura Casarão do Barão – Campinas / SP.

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