Emissora busca parcerias para desenvolver projetos encabeçados por seu Núcleo de Documentários, que hoje tem estrutura para produzir 80 horas de filme por anoSegundo matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, o Núcleo de Documentários (Nudoc) mantido pela Fundação Padre Anchieta e pela TV Cultura entra em uma nova fase em que pretende intensificar seu trabalho no país e no exterior. De acordo com a jornalista Adriana del Ré, autora da matéria, o Núcleo foi fundado em 1998 para direcionar e impulsionar o volume de documentários produzido pela casa.

Hoje com uma estrutura suficiente para produzir 80 horas de filme por ano, o Nudoc contabilizou um total de 210 títulos em seu acervo nos últimos quatro anos. “Até então desenvolvíamos poucas produções”, admite o diretor do Departamento de Jornalismo da TV Cultura, Marco Antonio Coelho Filho. “Hoje, sem exagerar, somos a BBC da América Latina em termos de documentários.” Entre 1994 e 98, a produção de documentários ficava em torno de dois a três filmes por ano. Diante da escassez de dinheiro e da crise do setor, a TV Cultura passou a comprar produções internacionais, dedicando-se às suas próprias produções apenas eventualmente.

Com o mandato do atual presidente da fundação, novas metas de trabalho foram traçadas, segundo o jornal O Estado de São Paulo. Entre elas, acompanhar o espírito de uma TV pública, que procura atuar junto à sociedade. Alguns elementos como formação, informação, educação e entretenimento são levados em consideração. De simples ‘cliente’, a mesma sociedade passou à condição de parceira em potencial. Juntos, produtor independente e TV Cultura vão discutir o formato do filme e batalhar por recursos.

Basicamente, todo processo envolve a avaliação dos temas de abordagem (o que trata o documentário, qual sua real importância no momento, entre outros aspectos); de que maneira as produções vão dialogar com a sociedade e, por fim, a busca de um apoio financeiro.

Para Mário Borgneth, chefe do Nudoc, além das boas idéias, os projetos devem conter planos de orçamento e de viabilidade; devem ser ?um bom negócio?, afirma. Atualmente, o Nudoc também volta suas atenções para as co-produções internacionais, como aconteceu com o documentário Moro no Brasil, de Mika Kaurismäki, fruto da parceria entre TV Cultura, Magnatel/Alemanha e Arte/França. Seu lançamento mundial teve como cenário o Festival de Berlim deste ano.

Segundo a matéria do Estado de São Paulo, além de intensificar seu volume de títulos por ano, o Nudoc pretende conquistar mais espaço na programação da Cultura. Atualmente, a emissora reserva 360 horas anuais de sua programação para produções internacionais, produções brasileiras licenciadas e filmes do núcleo. Desse total de horas disponíveis, somente 25% são destinados aos produtos da casa. Borgneth quer chegar aos 35%.

De acordo com Marco Antonio Coelho Filho, os documentários são importantes, por se comportarem como um produto audivisual que mais radiografa e expõe a cultura de um povo. “Nossa missão é mostrar a identidade nacional”, comenta Coelho. “Acho que tivemos um resultado muito bom, adquirimos prestígio e investimos na área do audiovisual brasileiro.” Neste ano, o núcleo promete uma série de destaques, entre eles, o próprio Moro no Brasil, de Mika Kaurismäki (que ainda não foi exibido por aqui); Mesa Brasileira, de Ricardo Miranda; Niemeyer; o Arquiteto do Século, uma co-produção com o Pólo de Imagens; Expresso Brasil II, também co-produção com o Pólo de Imagens; És Tu Brasil, de Murilo Salles; Rogério, Vida de Músico, de Pedro Vieira; Especial Eco 92, de Washington Novaes; e Civilização do Cacau, co-produção com Tatu Filmes e Rogério Correia.

Contatos pelo e-mail documentários@tvcultura.com.br.


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