Votorantim Celulose e Papel e Cia Suzano rebatem acusações de movimentos sociais, mostrando sua visão sobre a plantação de eucalipto no Vale do Paraíba Paulista.

Em meio às discussões sobre o plano diretor em São Luiz do Paraitinga, que levantaram mais uma vez a questão dos impactos do desenvolvimento na região, em especial do avanço do cultivo do eucalipto (leia matéria sobre o tema aqui), a reportagem do 100 Canais abre espaço para a posição das duas maiores empresas de Celulose e Papel detentoras de florestas na região, a Votorantim Celulose e Papel (VCP) e a Cia Suzano. Em sua defesa, as empresas colocam a lei, projetos sociais e provas de sustentabilidade sócio ambiental.

A posição da VCP
Em posicionamento através de sua Gerente de Relacionamento Sócio-Ambiental e Cultural, Maria José Brito Zakia, a empresa cedeu breve entrevista, por e-mail e intermediada por seu escritório de assessoria de comunicação, que reproduzimos com edições pontuais, em questões que não se aplicam diretamente às políticas culturais.

100canais – Como a empresa realiza suas medições de impacto social e ambiental e quais os critérios de sustentabilidade para que não haja plantio em determinadas situações?
VCP – O primeiro critério seguido pela Votorantim Celulose e Papel para o plantio do eucalipto é o legal. Ou seja, as normas para se fazer o plantio, incluindo as leis municipais e planos diretores. O segundo critério é o plantio não ultrapassar 10% da área total do município, considerando áreas próprias e arrendadas. Há cerca de um ano, a VCP prioriza o fomento florestal, isto é, o plantio de eucalipto em parceria com produtores rurais.

100canais – Há relatos de plantio em área de mananciais, autorizado pelas autoridades locais. A empresa realiza esta prática?
VCP – A Votorantim Celulose e Papel é bastante rígida no que diz respeito à legislação ambiental em relação ao plantio de eucalipto. A empresa só realiza o cultivo do eucalipto em áreas permitidas pela lei. Desde 2005, a VCP adiou novos plantios de eucalipto em São Luiz do Paraitinga, em função do desenvolvimento do plano diretor do município. A empresa comprometeu-se a apoiar a iniciativa e, por isso, adiou novas aquisições e arrendamentos de terra.

100canais – Como a empresa mensura o impacto de sua atividade no meio de vida tradicional, assim como da recente modernização no plantio e corte para o desemprego?
VCP – É importante destacar que o plantio de eucalipto existe no Vale do Paraíba desde os anos 50, em função da vocação florestal da região, aliada ao declínio da atividade pecuária. Hoje, o eucalipto ocupa aproximadamente 10% da porção paulista do Vale do Paraíba.

A VCP é uma das empresas que mais emprega mão-de-obra rural na região. Em nosso processo, somente a colheita é mecanizada, o que exige profissionais qualificados. A empresa tem como política priorizar a contratação de funcionários na região de atuação, buscando, com isso, valorizar a mão-de-obra local.

Se por um lado não se pode afirmar que a atividade florestal é a causadora do êxodo rural, não se pode deixar de reconhecer que este êxodo acontece por outros fatores. As ações de responsabilidade social contribuem para minimizar esses impactos causados não só pela Votorantim, mas também pelas diversas atividades da região. Assim, a VCP trabalha desde 2004 em vários projetos culturais, educacionais e de geração de trabalho e renda nos municípios que constituem o Vale Paraibano.

100canais – Há relatos de demolição de capelas locais e de êxodo rural causado pela monocultura. A empresa tem levantamento se esta prática é realizada em terras de sua propriedade ou arrendadas?
VCP – Não há registro de demolição de capelas nas áreas da VCP. Em São Luiz do Paraitinga, a empresa atua em sete fazendas. Considerando o exposto sobre êxodo rural na questão acima, somente as atividades da VCP não seriam suficientes para causar tal impacto.

100canais – Não está claro para nós qual a relação de trabalho e a relação de exploração da terra nas propriedades que plantam eucalipto para a VCP. Poderiam esclarecer seus modelos de exploração do eucalipto?
VCP – O plantio de eucalipto para a Votorantim Celulose e Papel é realizado em áreas próprias e de terceiros. Nesta última, ocorre por meio do arrendamento de terras e do Programa de Fomento Florestal da VCP. O programa visa incentivar o plantio de eucalipto por pequenos produtores nas áreas onde a empresa está presente. Atualmente, 8% da madeira utilizada pela VCP são provenientes de terceiros. A expectativa é atingir 30% de madeira de terceiros, em 2014.

Em São Luiz do Paraitinga, há cerca de 3.800 hectares plantados entre áreas próprias da VCP e arrendadas. Deste total, 2 mil hectares são de eucalipto e o restante, áreas de conservação ambiental.

100canais – Nossas fontes na região referem a realização de ações de “reparação de danos”, como o patrocínio a cartilhas educativas e a projetos sociais. A FSB (assessoria de imprensa que presta serviços à empresa) está para nos mandar detalhes sobre as ações realizadas, mas gostaria de saber qual a política da empresa para tal área.
VCP – A VCP tem o compromisso de contribuir para o desenvolvimento econômico e social das comunidades nas quais está inserida. Isso não significa reparação de danos. O que todos buscam é um novo modelo de desenvolvimento, que inclui a gestão para a sustentabilidade, o que pressupõe estar inserido nas comunidades onde atua. Desta forma, a empresa atua em cada região de acordo com as diretrizes do Instituto Votorantim e das necessidades locais. No caso de São Luiz do Paraitinga, a empresa trabalha em parceria com a Prefeitura e organizações da sociedade civil.

– Projeto Oficina Escola de Artes Ofício de São Luiz do Paraitinga – Parceria com o Serviço Social de São Luiz do Paraitinga. – Capacitação de jovens com maior vulnerabilidade social. No primeiro ano do projeto eles foram capacitados para fazerem o restauro da Casa do Oswaldo Cruz, patrimônio histórico do município. Em 2007, ano que a VCP apóia o projeto, os jovens estão sendo capacitados para atuarem como guias turísticos mirins no município.

– Projeto Atelier Arte do Mato – Parceria com o Instituto Eco-solidário – Capacitação em artesanato, de um grupo de mulheres da zona rural (bairro Alvarenga), para geração de renda. Este é o segundo ano do projeto.

– Cartilha sobre queimadas – Parceria com a escola rural EMEF Bairro do Medeiros. – A professora desenvolveu com os alunos um material sobre o prejuízo das queimadas. Este material será publicado em formato de cartilha, para conscientizar a comunidade local.

– Projeto Janela para o Mundo – Parceria com a Editora Horizonte e Diretoria de Educação – Capacitação de professores das escolas municipais, sobre o tema “Consumo Consciente”. Trata-se de oficinas de capacitação e, entrega de material didático que será utilizado pelo professor para ministrar aulas sobre o tema com seus alunos. A oficina acontece em São Luiz do Paraitinga, com a participação dos professores do município de Redenção da Serra e de Natividade da Serra.

– Resgate da História de São Luiz do Paraitinga – Parceria com a UNITAU (Universidade de Taubaté) e Diretoria de Educação – Levantamento realizado por historiadores da universidade que será transformado em cartilha.

A posição da Suzano
O posicionamento da Cia Suzano se deu também mediado por sua assessoria de comunicação, através de uma breve entrevista telefônica com Luiz Cornacchioni, seu gerente da Unidade de Negócio Florestal.

A primeira questão levantada por esta reportagem dizia respeito ao impacto causado pela monocultura, e aos limites de utilização da terra em propriedades na região. Cornacchioni afirmou que qualquer atividade extrativa e qualquer monocultura trazem seus impactos, e que a empresa procura minimizá-los. “Temos um processo de licenciamento criterioso e um plano de uso de apenas 60% de nossas áreas, com aproximadamente 10% de nossos terrenos utilizados para infra-estrutura. Os 40% restantes são para preservação. De acordo com a legislação são necessários somente 25%, aproximadamente”, diz o executivo, que refere que a empresa conta ainda com um programa de estudos de biodiversidade, de estudo e controle da qualidade de água à montante e à jusante, e adquiriu recentemente a certificação FSC, “que é social e ambiental, a mais reconhecida certificação do tipo hoje. A gente faz o estado-da-arte em plantio de eucalipto”.

Quando questionado novamente sobre os impactos específicos deste “estado-da-arte” sobre a população local, em especial no tocante ao êxodo rural originado na monocultura, Cornacchioni coloca novamente que a empresa age dentro da lei, e colocou ainda que “a ocupação da fazenda é nossa. Eu estou usando a minha propriedade, não a do município”. Coloca ainda que, na certificação, o FSC fizeram consulta e reuniões públicas com a comunidade da região em que a empresa atua, e que se houvessem detectado alguma coisa, algum problema, a certificação não teria ocorrido. O executivo informa ainda que a empresa tem somente fazendas próprias na região. Tanto a Suzano quanto a Votorantim produziram cartilhas em que citam como alternativa produtiva a produção em propriedades de terceiros.

Em relação à destruição das antigas fazendas para plantio, assim como de capelas existentes nestas propriedades, Cornacchioni coloca que a empresa não tem benfeitoria alguma em suas propriedades na região, e evita comprar áreas com estas características. “Mas, quando há benfeitorias, fazemos consulta ao Condefat, IPHAN e órgãos afins. Temos, em São Paulo, somente um casarão, na cidade de Ipatinga, que hoje é um centro de visitação e partida para trilhas de ecoturismo”.

Quanto ao tão citado FSC, sigla em inglês que traduzida significa Conselho de Manejo Florestal, e sobre a qual o representante da Suzano declara que “Ter 100% de nosso Manejo Florestal certificado dentro dos princípios e critérios do FSC, conjuntamente com todas as outras certificações, significa a excelência da Suzano Papel e Celulose em todas as práticas feitas nas atividades produtivas industriais e de suas florestas. É sinal de que as atividades estão inseridas no conceito da sustentabilidade, ou seja, são economicamente viáveis, ambientalmente corretas e socialmente benéficas”, é importante colocar que se trata de uma organização não governamental sediada em Bohn, Alemanha, e com sede no Brasil.

Entre os benefícios que alega representar para os trabalhadores, a comunidade local e a sociedade estão a garantia do respeito aos direitos legais dos trabalhadores, a promoção dos direitos dos povos indígenas e das comunidades locais, a qualificação da mão de obra, a criação de espaços de participação para os trabalhadores e povos da floresta na definição dos padrões e no monitoramento das operações certificadas e a promoção da sustentabilidade do emprego. Em seu conselho diretor a entidade, cujo site é www.fsc.org.br, tem um representante da Suzano, de acordo com informações do próprio site.

ONGs e os “interesses da sociedade local”
Não há observadores imparciais neste processo, este repórter inclusive. Mas na busca por uma terceira visão, encontramos na terceira via uma ONG cujo trabalho deve ser levado em consideração, por representar o ponto de influência mais próximo da empresa com a comunidade, excluindo a participação de seus técnicos em palestras e reuniões do Comitê Gestor do Plano Diretor, seu contato com os políticos da região e a lida dos técnicos com os trabalhadores contratados para trabalhar a terra, ou mesmo terceirizados, ou o contato com proprietários de terras em que as empresas têm interesse.

O Instituto EcoSolidário, com sede em São José dos Campos, desenvolve o projeto “Atelier Arte do Mato”, com o qual diz que “pretende cumprir seu papel cidadão, favorecendo as comunidades locais com princípios de união e consciência eco-social”, e que “Fazer um projeto contínuo e sustentável é a melhor maneira de cosntruir um futuro melhor garantindo a existência da comunidade rural do município e principalmente a permanecia da vasta cultura caipira”, como dito em seu site. O projeto se iniciou em 2006, após pesquisa em 2005 que identificou, de acordo ainda com o site do instituto, “a perda de identidade cultural e dos valores do campo resultando num êxodo rural acelerado”.

O projeto é desenvolvido em parceria com a Votorantim Celulose e Papel, com o intuito de “incentivar o crescimento da cultura rural, da mentalidade associativista e cooperativista, a geração de renda complementar e o bem estar social, promovendo a chamada economia solidária”. Atende hoje 22 mulheres, nos bairros de Alvarengas e Mato Dentro. Para o Gestor de projetos da entidade, Marcos Fernandes da Costa, o projeto ataca um dos principais problemas da cidade, a falta de alternativas sustentáveis para o trabalhador do campo, apresentando formas de trabalho e renda “com o menor impacto ambiental possível”.

De acordo com Costa, a ONG ensina a população a trabalhar com produtos voltados com o resgate da cultura, como biojóias feitas a partir de sementes da região e móveis e peças artesanais feitos com bambu gigante, que tem plantações na região. A comercialização se dá a partir de cooperativas. Antes destas atividades foram constituídos espaços pedagógicos, para trabalhar questões como o Belo, o design, inclusive com visitas técnicas a outras feiras de artesanato, em São Paulo e em São José dos Campos. O projeto deve se estender por ao menos mais dois anos. “O objetivo é ser uma alternativa de renda no tempo livre, sem substituir o trabalho com a agropecuária. Faltam incentivos para estas populações se manterem aqui, a roça se tornou um trabalho sem valor e sem prazer. Culturalmente o jovem, o filho destas pessoas, não vê mais alternativa de ficar na terra”, explica o gestor.

Mas e a opinião da ONG sobre os impactos do plantio de eucalipto? “A monocultura em si é um problema, independente de ser eucalipto, pinhão-manso (usado na extração de biodísel) ou cana-de-açúcar. Quando a gente trabalha a questão da economia solidária, percebe que a monocultura é excludente. Agora, a gente tem um dualismo: sem monocultura não há economia. O que é necessário? Que os municípios construam um plano diretor que determine até quanto pode ter de monocultura, seja ela qual for. Como nossa região é empobrecida, qualquer alternativa que aparecer será abraçada, e as terras serão vendidas ou exploradas através da monocultura. Prova disso é que a cultura do pinhão e da cana tem avançado. As empresas são obrigadas a respeitar o código florestal, mas a bacia hidrográfica do Paraíba do Sul está perdendo muito em volume de águas, e os reservatórios estão caindo de maneira assustadora, o que é preocupante, para todas as monoculturas”, coloca Costa.

Não seria um contrasenso firmar a parceria com uma das empresas que promove a monocultura? “Se a Votorantim é uma empresa que gera de alguma forma algum passivo, não que ela tenha de compensar, mas ela tem de investir em projetos sociais e ambientais que gerem opções. Dessa forma ela está sanando este passivo, se a gente considerar um passivo. Eu considero como responsabilidade social e ambiental, que qualquer empresa tem de fazer, e que eles estão fazendo bem.”, diz Costa, e completa: “mas não é opção se o agricultor não tem outro jeito a não ser entregar as terras à Votorantim. Por isso eles tem de aprender um outro trabalho, um outro ofício, e a se organizar. Isso é dar liberdade ao povo”.

O maior dilema nesta questão, por sua vez, é o de como equilibrar este desenvolvimento. Há projetos de utilização menos agressiva da propriedade para o plantio (como o do professor Aziz Ab’Saber), que o próprio autor diz ter sido ignorado pelos legisladores do município. Por outro lado, estende-se há décadas uma solução governamental para a questão, talvez julgando que as coisas andam de acordo com os interesses da sociedade local, seja ela qual for.

Veja mais:
Matéria abordando a problemática por inteiro (acesse aqui)

Matéria abordando a posição dos movimentos (acesse aqui)

Cordel: O saci e o eucalipto (acesse aqui)

Guilherme Jeronymo


editor

3Comentários

  • André Luiz da Silva, 25 de setembro de 2007 @ 12:07 Reply

    É muito interessante a leitura das posições das empresas e Ongs. No conjunto o discurso é contraditório. Vejamos: a representante da Votorantim diz que respeita o limite de 10% da área do municipio. Informa que no Vale do Paraiba já há 10% do território ocupado pela monocultura do eucalipto. Conclusões: 1) Não há mais espaço para a expansão do plantio no Vale como um todo. 2) Mara José não diz, como afirmou recentemente em evento na UNITAU, que em São Luiz 20% da área do município já está ocupada pelo eucalipto.
    Outra contradição é quanto as parcerias com “pesquenos” produtores: Ela não negocia com propriedades menores do que 50 hectares (e nesta só aceita plantar em no mínmo 90% da área!).
    Mais um ponto: se seguem as leis deveriam apresentar um relatório de impacto sobre a biodiversidade e formas de compensação dos danos. Por um lado afirmam que não fazem reparação de suas atividades, do outro, estabelecem parcerias com Ongs que cumprem esse papel (questionável e limitado) de reparação de danos.
    Por fim, aos pequenos produtores não se trata de uma questão de escolha: praticamente são obrigados a abandonar a área, pois suas propriedades tornam-se cercadas pela monocultura de eucaliptos. Aliás, VCP e Suzano estão sendo processadas por caso de enevenenamento (assumido por Maria José em reportagem da TV local) de uma sitiante que se recusou a plantar eucalipto e viu sua propriedae circundada pelo deserto verde. O uso de agrotóxicos neste tipo de atividade é muito intenso. Por fim, é um contracenso sim uma Ong(?) aceitar financiamento de quem reduz as alternativas de sustentabilidade da cidade. Os fins jamais justificam os meios!
    E, sinceramente, 22 mulheres, com todo respeito que merecem, numericamente são insuficientes para a compensação dos danos da monocultura. Observação 1) as empresas não derrubam necessariamente as capelas, mas impedem o acesso a elas (o que dá quase no mesmo). Observação 2) Não sou contra o eucalipto, mas a monocultura, nisto concordo com o presidente da Ong, todas são prejudiciais, mas a do eucalipto é que está em discussão em São Luiz e na matéria.

  • André Luiz da Silva, 25 de setembro de 2007 @ 14:16 Reply

    Ao repórter faço provocações cordiais. Gostaria de saber porque foi dado este título à 2a parte da reportagem: “A floresta fala”.
    Conceitualmente é um equivoco fairmar que se trata de reflorestamento de eucalipto. Como li no cordel de Ditão Virgilio, a monocultura não pode ser considerada uma floresta. Floresta pressupõe biodiversidade, pressupõe flores!: os eucaliptos são cortados antes de florescerem. Pressupõe a presença de animais, um ecosistema rico e dinâmico. Por que considerar o discurso das multinacionais a voz da floresta?
    Vejo também que falta a fala dos pequenos agricultores. Porque estão ausentes?

  • marcos fernandes, 1 de abril de 2010 @ 17:53 Reply

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