Reportagem do jornal Folha de S. Paulo retrata “a falta de rumo que vem abalando o museu”, ressaltando a demissão de seu curador, Jacob Klintowitz, e o anúncio de que não terá mais alguém fixo nesse cargo. “O museu agora acha que todas as exposições têm de ser lucrativas, e eu não entendo de lucro, só entendo de arte”, declarou Klintowitz na mesma matéria.
Após cassar o mandato da ex-presidente Marilisa Rathsam há dois anos, a administração do museu pôs no lugar Jorge Landmann, que indicou Klintowitz para o cargo de curador. Era uma tentativa de reerguer o espaço, que ficou conhecido como “museu de aluguel”.
O presidente da instituição declarou que a decisão se deve ao fato de que “conceitualmente” a figura de um curador é desnecessária. Já Klintowitz opina que devolveu o museu ao panorama cultural da cidade, passando de “buraco negro” a “galáxia”. A frequência do MuBE, de fato, aumentou, mas continua baixa, com cerca de 70 mil visitantes por ano.
Com um programa de exposições, que vai de mostras sobre jovens grafiteiros à homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa, Landmann declara na mesma matéria que o museu não possui verbas para manter alguém no cargo, decidindo pela extinção a função. Klintowitz diz deixar o museu sem ter recebido um ano de salários.
Já na opinião do secretário municipal da Cultura, Carlos Augusto Calil, a falta de um curador é um “retrocesso”. “Pelo visto, o MuBE é impermeável a projeto cultural”, diz Calil. Ainda corre na Justiça um processo que tomaria de volta o terreno e o prédio do MuBE, projeto de Paulo Mendes da Rocha, construído com verbas públicas (cerca de R$ 35 milhões foram investidos ali).
No lugar de um projeto curatorial, Landmann quer agora instituir a “arte-terapia” como eixo central do museu. “É trabalhar via arte a deficiência de uma pessoa, para ela se sentir mais inserida no mundo”, contou na mesma matéria.
Em outras palavras, seriam mostras para deficientes visuais, auditivos, paraplégicos, sem uma definição clara do que haveria em cada exposição. “Isso foge um pouco a uma curadoria, é uma ação cultural para a sociedade”, completou Landmann.
O secretário municipal da Cultura rebate a declaração de Landmann opinando que “Arte-terapia não pode ser um eixo, é um complemento de política cultural. Jamais o projeto cultural do MuBE se completou; é mais uma prova que as pessoas [no museu] estão desorientadas.”
Landmann, que integrou a diretoria anterior e está há dois anos como o titular do MuBE, diz que ainda está tentando traçar um perfil para a instituição. “Nenhum museu é o que quis ser”, afirmou.
* Com informações do jornal Folha de S. Paulo – Silas Martí
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