Governos federal e estadual buscam apoio da iniciativa privada para implantar no centro de São Paulo projeto Broadway Paulistana, que inclui reforma de cinemas e criação de casas de espetáculoPor Sílvio Crespo

A recuperação do centro de São Paulo deixa de ser preocupação exclusiva da prefeitura e pode receber ajuda dos governos estadual e federal. O ministro de Turismo e Esportes, Caio Luiz de Carvalho, com o apoio do Secretário Estadual de Cultura, Marcos Mendonça, pretende implantar na região o projeto Broadway Paulistana, que visa a reformar e tornar acessíveis as mais antigas salas de cinema da cidade, que hoje abrigam principalmente igrejas ou exibem filmes pornográficos.

Identidade cultural
A Broadway Paulistana inspira-se no projeto Big Apple de Manhattan, que realizou a construção em Nova Iorque da avenida que ainda hoje abriga as principais casas de espetáculo da cidade. Sem qualquer receio de perder a identidade cultural da região, o governo federal tem em vista, além da reforma dos cinemas, a criação de casas de espetáculo nos moldes nova-iorquinos, que exibirão peças de teatro e grandes musicais, além servirem de centros de convenções empresariais. ?Queremos ser uma vertente de Nova Iorque?, afirma Carvalho em matéria publicada no Jornal da Tarde.

Segurança
Além da reforma dos edifícios, a viabilização do centro de São Paulo como um espaço de cultura e lazer necessita de outros tipos de investimentos para atrair a população. Para amenizar o problema de criminalidade da região, consta no projeto Broadway Paulistana o investimento em segurança pública nas ruas e praças, através do Conselho Comunitário de Segurança do Centro (Conseg ? Centro), que pretende instalar um sistema de monitoramento por câmeras e mecanismo de intercomunicação. O projeto deve contar também com um estacionamento no subsolo do Largo Paiçandu para oferecer algum conforto aos usuários.

Mas a violência não é o único fator que afasta do centro a população paulistana. Atualmente, a região é conhecida por abrigar mendigos, travestis e prostitutas. Além disso, o centro caracteriza-se por uma certa dificuldade no tráfego de pedestres, devido ao movimento de trabalhadores nos horários comerciais e à grande quantidade de camelôs.

Financiamento e parcerias
O investimento estimado fica em torno de R$ 50 milhões. Os governos federal e estadual buscam parcerias com a iniciativa privada, esperando que o montante de patrocínio chegue a 80% do custo total. O ministro de Turismo e Esportes, Caio Luiz de Carvalho, liberará linha especial de créditos para que o projeto receba financiamento do BNDES. O governo federal pede também o apoio da prefeitura de São Paulo na retirada dos camelôs, para que assim possam devolver ao centro o glamour dos anos 40 e 50. Na época, a região era bastante freqüentada pelas classes média e alta.

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