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O buraco é ainda mais embaixo

Uma análise histórica do Ministério da Cultura, de Trancredo a Lula, com ênfase às mazelas da atual gestão

Titio Julinho da Adelaide Sobrinho escreveu semana passada o artigo dizendo que “o Estado é contra a Lei Rouanet”. Mas o problema não é (só) esse. Infelizmente o buraco é ainda mais embaixo: o Estado (quer dizer, o Ministério da Cultura, no caso) está perdidaço em tudo. Não consegue sair das formulações gerais e passar para uma prática consistente. Vive aos soluços – mistura idéias ótimas, genéricas, com a mais cabal incapacidade de articular políticas consistentes, seja internamente, seja nas suas relações com os demais órgãos do governo federal e também com o Congresso Nacional.

Sem pretensão de esgotar – e nem mesmo de aprofundar sistematicamente nenhum assunto – vamos dar uma olhada em alguns aspectos da ação do MinC nos cinco anos e tanto da gestão Gilberto Gil/Juca Ferreira, delegados do Presidente Lula para administrar o MinC.

1. O Ministério da Cultura foi incapaz, nesse período, de ganhar a sociedade, e muito menos o Congresso Nacional, para suas propostas. Digo: propostas efetivas, e não idéias genéricas.

Começou com o tema da “contrapartida social”, com a Eletrobrás como boi de piranha. Imediatamente aconteceu a mobilização de alguns segmentos – principalmente do cinema – para acusar o MinC de dirigismo, estalinismo, patrulha ideológica e quejandos. Cacá Diegues capitaneou o coro e o MinC – e a Eletrobrás – paralisados, não conseguiram explicar o que entendiam com aquilo. A idéia da “contrapartida social” imediatamente deixou de ser uma tentativa de aumentar o acesso aos bens culturais – o que parecia estar na origem da proposta – e a imprensa e a inteligentzia liberal-direitista-tucana transformou a proposta no bicho-papão da manipulação estatista. E a “contrapartida social” foi pro saco.

Seguiu-se o episódio da Ancinav. O mesmo fuzuê ampliado ao extremo, já que as televisões – e em especial a Globo – sentiram-se ameaçadas. Mais uma vez o MinC reagiu (?) como um boxeador que fica tonto com a porrada na cabeça. Não esperava que aquilo acontecesse? Santa ingenuidade! O fato é que não tinha se preparado para conseguir o apoio político e social para a proposta. No corner, optou por pular fora do ringue e a Ancinav foi pro saco.

E aí veio a idéia da TV Pública. Discretamente, esperando criar músculos para ver se emplacava a idéia revestindo-a dos mais vistosos argumentos intelectuais. Todo mundo que acompanhava o assunto já tinha previsto: vai levar pau. O MinC, aliás, não tinha se preocupado lá muito com os aspectos práticos do assunto, era tudo teoria. Ora, o MinC não tinha nada que ver com a Radiobrás, com a TVE e com todo o resto do aparato de comunicação do Estado, que continuava alheio àquelas elocubrações. Não viesse o Franklin Martins e a Secom para tomar conta do assunto, certamente o pau que aconteceu para a aprovação da TV Pública não teria encontrado no MinC os meios e as formas de sobreviver ao ataque.[1]

2. Ainda que tenha se esforçado, o MinC não consegue se organizar para atuar de maneira conseqüente.

É sempre bom lembrar um pouco de História. O MinC foi criado pelo Tancredo Neves para dar um cargo de ministro para o José Aparecido. Saiu da costela do MEC empobrecido, sem estrutura, com orçamento pífio e com uma missão legal totalmente ambígua: sua área era o “simbólico” e não tinha nada que ver com as coisas reais, terra-a-terra do MEC, que devia educar milhões de crianças, administrar universidades, merenda escolar e livros didáticos. Resultado: broa de milho, depois da breve estadia do Aparecido que preferiu o poder real de ser governador do DF a ser ministro do simbólico.

Celso Furtado, que teria sido o grande Ministro da Cultura se não tivesse tão pouco tesão para aquele cargo, ainda assim foi quem se preocupou em estruturar o MinC e dar um rumo ao ministério. Mas veio a peste do Collor e seu assecla Ipojuca Pontes para derrubar a pouca estruturação que o órgão tinha (herdada do MEC), jogando todas as partículas excretadas como resultado da digestão no ventilador (nada como falar à la Antonio Houaiss, que então ainda aguardava o jeito de arrumar dinheiro para completar seu dicionário). Quando passou a primeira etapa da tonteira do “caçador de marajás” ele convocou o Rouanet para segurar a barra. Ops!, se o pessoal estava reclamando da liquidação da Lei Sarney, façamos outra. E foi feita. A montanha pariu a Lei Rouanet, moldada no liberalismo vigente e se dispensou qualquer esforço de estruturar o ministério. Já estava bom demais.

Itamar, de topete, chamou o velhinho. Houaiss estava na bica de terminar seu dicionário e o Fundo Nacional de Cultura veio a calhar para permitir que aquele monumento fosse publicado. Depois de passear pelo país provando as iguarias locais – tour de gourmet que incluiu tartarugada clandestina no Amazonas – retirou-se discretamente.

Foi substituído pelo Embaixador Jerônimo Moscardo, logo cognominado “O Breve”, por ter entrado em choque com o então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso e ser transferido para o Departamento de Escadas e Corredores do Itamaraty até encontrarem um posto bem longe para ele.

“O Breve” foi substituído pelo “Bonitinho, mas Ordinário”, apelido dado por um artista plástico que acompanhou a performance de Sua Excelência na Feira de Frankfurt, quando o Brasil foi homenageado. O personagem chegou na Alemanha e foi para o bairro boêmio de Frankfurt, dispensando o jantar oficial com a presença do presidente da Alemanha… Luís Roberto Nascimento e Silva esteve ministro como esteve depois Secretário de Cultura de Minas Gerais: exibindo o topete e não fazendo nada.

E aí se chega à Era Weffort. O ex-petista passa oito anos no Ministério. Seu chefe FHC avalia o período como muito bom. Mas não diz em quê. Na verdade o ponto central da administração Weffort foi o reforço da Lei Rouanet. Em primeiro lugar ele promoveu a modificação do art. 18 da Lei, permitindo a isenção de 100% do I.R. devido. O pretexto para tal foi tornar as outras áreas que não o cinema mais competitivas na disputa pelos incentivos fiscais. O cinema, com a somatória dos benefícios da Lei do Audiovisual e da Lei Rouanet, chegava a dar lucro para o investidor só com a aplicação. O art. 18 não diminuiu o fluxo dos recursos para o cinema. Os produtores só reclamam mesmo é quando diminui a grana das estatais.

O mais importante, porém, foi o esforço no aumento dos limites de isenção. Weffort ficou docemente constrangido com as restrições da equipe Malan na execução do orçamento do ministério (que de curto ficou ínfimo), e se contentou com aumentar os limites da isenção. Com isso o ministro chegou a se jactar de aumentar o “orçamento” (a renúncia, nominalmente, faz parte do Orçamento do MinC, é claro) e deixar “por conta do mercado” a solução dos problemas da cultura. Tudo de acordo com o neo-liberalismo do chefe.

No final da sua administração, Weffort aplicou as recomendações de uma consultoria contratada para propor “reformas administrativas” no MinC, cujo essencial era a eliminação das secretarias finalísticas. Ainda no final da administração Weffort só restavam a Secretaria do Audiovisual e a do Livro e Leitura. Esta por virtude de ser ocupada por Ottaviano De Fiore, amigo tanto do ministro quanto do presidente, e que não tinha para onde ir.

A amizade ainda salvou a Secretaria do Livro e Leitura por alguns meses. Gilberto Gil nomeou Wally Salomão para o cargo, sabendo que este estava seriamente enfermo, e o poeta ficou empregado até morrer. Como era de se esperar, não fez nada. Só nomeou uma raposa para tomar conta do galinheiro, i.e, Pedro Corrêa do Lago para presidir a Biblioteca Nacional.

3. Mas, história a parte, em que consistem as deficiências administrativas do MinC?

A primeira, mais evidente, é a falta de estrutura de pessoal e física do Ministério. Somente o IPHAN tem alguma forma de representação em todos os estados. O resto da estrutura do Ministério se concentra em Brasília e no Rio de Janeiro, com representações em S. Paulo, Belo Horizonte, Recife (para todo o Nordeste), Belém (para o Norte) e Porto Alegre (Sul). A FUNARTE só tem representantes em Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. A Fundação Biblioteca Nacional só tem escritório em São Paulo e a Biblioteca Demonstrativa de Brasília (uma bela herança do antigo INL). A Fundação Palmares têm representações no Rio e em Salvador e a Casa de Riu Barbosa, altaneira, só mantém o seu espaço no Rio de Janeiro.

O Ministério fala muito em descentralizar, mas começa por ser altamente centralizado. Argumenta, é claro, que trabalha com as “parcerias”: secretarias estaduais e municipais, ONGs, Fundações, etc.

Tudo muito bem, exceto por um pequeno detalhe. Pequeno mas crucial. Não existe nada na estrutura do MinC que se dedique ao trabalho de avaliação do que é feito e que vá mais além do burocrático exame da documentação enviada.

Salvo as ações que se transformam em produtos materiais (livros, filmes, CDs e DVDs, etc), geralmente financiados pela Lei Rouanet, não existe trabalho sistemático de avaliação dos projetos implementados.

Quando se fala em avaliação no contexto do desenvolvimento e aplicação de políticas públicas não se quer dizer tão somente o controle financeiro dos recursos – embora este seja, obviamente, um de seus componentes mais importantes –, e sim a análise do desempenho com vistas ao aperfeiçoamento da política pública.

Ora, o MinC não tem nem mesmo um sistema estatístico minimamente confiável. Não tem meios nem modos de saber o que é feito com os recursos que repassa, salvo eventuais visitas, reuniões etc., em alguns momentos. O resto fica por conta do TCU e da AGU e do exame da documentação.

Quem não avalia nem controla não aperfeiçoa. E as tarefas de avaliação e controle não são fáceis nem simples. Diga-o o primo rico, o MEC, que está sempre aperfeiçoando – e descobrindo furos – na execução de seus grandes programas, como o do livro escolar e da merenda, ou o do dinheiro na escola e agora o ProUni. Acompanhar e avaliar não vacina contra erros: é simplesmente um dos componentes essenciais do que se queira chamar de política pública.

4. O MinC não teve capacidade de mudar a Lei Rouanet e nem mesmo de operá-la de forma conseqüente.

Quem passa cinco anos e meio dizendo que a Lei precisa mudar e não apresenta proposta de mudanças é simplesmente incompetente. Em resumo, esse é o impasse da questão do MinC com a Lei Rouanet. Que a Lei é incompleta, imperfeita, privilegia os grandes projetos e as grandes empresas, impede que o incentivo fiscal seja usada por pessoas físicas e por pequenas empresas, todo mundo sabe. O diagnóstico já foi feito e refeito mil vezes.

Mesmo com os defeitos, a Lei se tornou um importante mecanismo de financiamento da cultura, o que é outra obviedade corrente, e que o titio Julinho Sobrinho já abordou.

Mas há um pequeno detalhe que passou desapercebido na questão levantada no artigo do ministro-de-fato Juca Ferreira e do presidente da Funarte Celso Frateschi, quando estes reivindicam um fundo “imune” aos contingenciamentos do Ministério da Fazenda para que o MinC possa executar políticas próprias: esse fundo já existe, exatamente com essas características.

É o Fundo Nacional de Cultura.

E porque não é reconhecido como tal?

O FNC é um dos três mecanismos da Lei 8.313 (Lei Rouanet). Os outros dois são o Ficart (Fundos de Investimentos) e o Incentivo Fiscal.

Os Fundos de Investimento, depois de um longo período sem darem sinal de vida, começaram a funcionar com vigor para o cinema. A versão cinema do Ficart (Funcine) foi objeto de longa e interessante matéria na Carta Capital do dia 28 de março, assinada pela Editora de Cultura Ana Paula Sousa. Os Funcines – como os Ficarts – se beneficiam também do incentivo fiscal. E correm o perigo, como diz André Klotzel na matéria, de se “tornarem o grande escândalo do cinema nacional” como instrumento de lavagem de dinheiro. E os Funcines prosperam por algumas razões próprias do meio ao qual se dedicam: os recursos são muito – e põe muito nisso – mais vultosos que os de qualquer outra área cultural, inclusive das “mega produções” teatrais que o ministro-de-fato vitupera, e a falta de controle e avaliação (viram!) também campeia. Além do mais, melhor investir em algo charmoso e chamativo como o cinema, com atores e atrizes, revistas e fotografias, etc, etc., do que em outras áreas da cultura.

O FNC também funciona. Sua principal fonte de recursos é proveniente do repasse de porcentual do arrecadado pelas loterias, feito pela CEF.

Mas, o que acontece com esses repasses? A Fazenda usa um velho truque: solta o dinheiro do FNC e bloqueia (contingencia) os recursos de fonte orçamentária. Ora, o FNC é administrado diretamente pelo Gabinete do Ministro, a seu bel prazer. Este solta um edital aqui, outro acolá, libera grana para os França-Brasil ou Brasil-França, para umas viagens de grupos de dança ou artistas, e coisa e tal.

Em resumo, o FNC provoca uma macrocefalia no MinC, com o Gabinete do Ministro dispondo de muitos recursos e os programas orçamentários do ministério prejudicados.

Sempre se culpa a Fazenda por essa malvadeza…

Ora, uma parte é a esperteza do controle de caixa do Governo Federal. Desde o Governo FHC até o atual, o fluxo que resulta no famoso superávit primário é rigorosamente controlado pelo Tesouro. É verdade.

Mas, por outro lado, além da debilidade política geral do MinC para evitar que os contingenciamentos aconteçam, há também outro traço de incompetência. Como o FNC não está estruturado formalmente, não tem metas e objetivos definidos, programas em torno dos quais se destinem os recursos das loterias, fica muito mais fácil para o Ministério da Fazenda aplicar o truque.

Outros fundos existem na Esplanada do Ministério, com verbas específicas e programas definidos. Alguns com vantagens bem estabelecidas – como, por exemplo, já terem nascido com autonomia administrativa – mas todos com a famosa destinação específica dos recursos não bloqueados.

As fontes dos recursos do FNC estão definidos na própria Lei Rouanet:

“Art. 5° O FNC é um fundo de natureza contábil, com prazo indeterminado de duração, que funcionará sob as formas de apoio a fundo perdido ou de empréstimos reembolsáveis,conforme estabelecer o regulamento, e constituído dos seguintes recursos:

I – recursos do Tesouro Nacional;

II – doações, nos termos da legislação vigente;

III – legados;

IV – subvenções e auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive de organismos internacionais;

V – saldos não utilizados na execução dos projetos a que se referem o Capítulo IV e o presente capítulo desta lei;

VI – devolução de recursos de projetos previstos no Capítulo IV e no presente capítulo desta lei, e não iniciados ou interrompidos, com ou sem justa causa;

VII – um por cento da arrecadação dos Fundos de Investimentos Regionais, a que se refere a Lei n° 8.167, de 16 de janeiro de 1991, obedecida na aplicação a respectiva origem geográfica regional;

VIII – Três por cento da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se este valor do montante destinados aos prêmios; (Redação dada pela Lei nº 9.999, de 2000)

IX – reembolso das operações de empréstimo realizadas através do fundo, a título de financiamento reembolsável, observados critérios de remuneração que, no mínimo, lhes preserve o valor real;

X – resultado das aplicações em títulos públicos federais, obedecida a legislação vigente sobre a matéria;

XI – conversão da dívida externa com entidades e órgãos estrangeiros, unicamente mediante doações, no limite a ser fixado pelo Ministro da Economia, Fazenda e Planejamento, observadas as normas e procedimentos do Banco Central do Brasil;

XII – saldos de exercícios anteriores;

XIII – recursos de outras fontes.”

Ou seja, a grana está lá, mas sua aplicação (que prevê inclusive a famosa regionalização) é absolutamente obscura.

A Lei Rouanet – mãe do FNC – tem uma limitação importante para o funcionamento do FNC, que é a proibição do uso dos seus recursos para a manutenção de despesas administrativas do MinC. Ao contrário do FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, do MEC, que é uma autarquia, o FNC não pode, pela lei, possuir uma estrutura própria. Mas deveria ser designado um órgão do Ministério especialmente para servir como “Secretaria Executiva” do plano. No organograma do MinC cabe à Secretaria Executiva exercer esse papel, e nela o assunto está relegado ao inciso IV do Art. 15º. do Regimento Interno, que trata da Diretoria de Gestão Interna:

IV – operacionalizar as atividades de execução orçamentária e financeira dos recursos provenientes do Fundo Nacional da Cultura – FNC, e outros fundos, recursos e instrumentos”.

E aí está a coisa. Lá, escondidinha.

Ou será que alguém já viu o planejamento do FNC? Metas, programas, etc., que permitissem argumentar junto ao MF que não pode contingenciar recursos de outras áreas? E que apoio buscou ou busca o MinC para que o FNC seja o grande vetor de financiamento dos projetos do próprio ministério?

Os recursos do FNC não são tão volumosos quanto poderiam ser. Em 2007, o FNC executou um pouco mais de vinte e cinco milhões de reais, dos quais 13,115 milhões em ações. Mas, considerando-se que do total de 470,183 milhões de reais do total do orçamento executado em 2007, quase a metade foi só com despesas de pessoal (sem contar diárias, passagens e estadias), vê-se que, no todo, não é tão insignificante assim. Como instrumento, o FNC existe e poderia funcionar muito melhor.

Resta a busca do ministro-de-fato por essa fonte de recursos. Com a (in)competência demonstrada pelo MinC nesses cinco anos e quatro meses de gestão podemos ter certeza que não vão achar, que não vão conseguir que o MF solte a grana. Mas vão atrapalhar o funcionamento da Lei Rouanet sem aperfeiçoá-la.


[1] Franklin Martins, ao contrário, esbanjou competência, neutralizando o MinC ao “assumir” os estudos feitos e convocar Orlando Senna para fazer parte do projeto. E meteu a mão na massa para neutralizar a oposição e aprovar a criação da TV Pública no Congresso.

Julinho da Adelaide Neto

J.A.S.

View Comments

  • Legal o histórico. Mas entre erros e acertos a gestão do Gil com seus projetos e programas possibilitou a redescoberta da identidade brasileira, esmagada pela cultura de mercado da gestão Weffort. Negar a revolução/evolução seria uma inconseqüência com o Brasil.

    André Galvão de França
    Londrina-PR

  • Pelamordedeus André!!! Oncetá cidadão? Ta no Minc ou ta quereno intrá? Que palavreado é esse, mané? Ondé cocê tomô dessa, mentecapto? Mas é muita cretinice pruma pessoa só!!! Vá sê besta mais adiante, infiliz!!!

  • muito boa a avaliação.
    de fato o buraco é bem mais profundo. o secretário executivo (o ministro de fato) centraliza as ações, incluindo ai os convenios que o minc executa a exaustão, em todos os seus principais programas (incluindo copa da cultura, brasil na frança, na espanha etc). Basta ver a quantidaade de convenios no final do ano, na correria para gastar o orçamento. Até a Funarte passou boa bolada para a Cooperativa Paulista de Teatro. Sem licitação, sem transparencia - o Frateschi garantindo seus apoios.
    Ah, o Ministro está em tour pela Europa, dizem que o show anteontem em Paris foi lindo!

  • Pedro Bó, não sou do MinC, nem quero entrar, mas conheço alguns programas como - Pontos de Cultura, SNC, Formação do CNPC, Levantamento da Economia da Cultura, Demarcação de Terras Quilombolas, Editais para : Cultura Popular, Cultura Indígena, Circo, Teatro, Dramaturgia, Museus, o Programa Cultura e Pensamento, Capoeira, Circulação de Espetáculos - e acompanho os movimentos culturais do Paraná e Brasil já algum tempo. Seria leviano de minha parte não reconhecer os avanços. Não sei qual é seu envolvimento com a área da cultura, mas posso afirmar, não espere de mim este tipo de bajulação vulgar.

  • Uma análise brilhante!!!Eu concordo que muito não está sendo seriamente avaliado. O programa Cultura Viva não oferece estatísticas confiáveis sobre seus resultados, como também tem fomentado a criação de elites locais que se relacionam entre-Pontos de forma corporativa, para fazer frente aos privilégios do MinC. Não tem havido, em muitos casos, prestação de contas e nem transparência dos projetos para as próprias comunidades de destino. O apelo sentimentalista de Identidade Nacional parece que tem sido uma nova frente de espoliação das camadas menos favorecidas, ao mesmo tempo em que atende aos interesses de uma política assistencialista, fortalecendo a aparência das manifestações culturais e esvaziando o conteúdo, transformando em produtos ou em Programas de Entretenimento da Miséria (PEM) . Pior do que oprimir (como em outros governos) é dissimular a revolução/evolução: Isso compromete um dos tantos possíveis sentidos para identidade e da cultura, em gerar base e ímpeto para realização (pessoal e em comunidade).

  • A atuação do Minsitério da Cultura tem que ser pensada no bojo da implantação de uma redifinição das atribuições ante a cultura por parte das três instâncias federativas: Município, Estado, União. A exemplo do que ocorre com a saúde e a educação. E com a elaboração de legislação específica, como a LDB, "Lei do SUS", a LOAS (Previdência) etc.
    Quais as atribuições especificas da União, do Estado e do Município? Qual a rede de serviços culturais básicos e obrigatórios em cada uma dessas instâncias? Isto não se resolve através de seminários, documentos e pactuações. E sem isto, estamos no território da ousadia na moderação, cujo produto final (e cultural) é a mesmice melhorada.

  • Concordo plenamente com sua análise André acho que se tem alguem que deveria dizer coisas desse tipo seria o povo

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