Cada vez mais em nosso Estado os jovens se agregam tendo algo em comum: o interesse pela arte e pela cultura. Mas quem são eles? O que pensam? O que querem? Como imaginam o presente e o futuro? Para o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, o “futuro foi feito para ser inventado e construído”. E de maneira coletiva.
Daí os encontros em todas as classes sociais movidos por causas diversas para compartilhar inquietações e formar comunidades que atendam às suas necessidades de expressão e comunicação. Mas será que todos têm a sua disposição o instrumental, os conhecimentos e as oportunidades para realizar tal intento?
As respostas a estas e a outras questões começam a ser esboçadas em espaços comunitários, em turmas e em movimentos que juntam pessoas tão diversas e, ao mesmo tempo, tão semelhantes em seus anseios e em seu potencial criativo. Sabemos que o jovem se percebe como criador e como um ser em constante processo de transformação física e psicológica. Por isso a sua enorme capacidade para descobrir novos caminhos e para reelaborar as relações e os valores humanos. É nesta etapa da vida que a sua identidade e a sua inserção social se materializam.
A excitação de estarem juntos e perceberem o significado e o alcance das ações coletivas contagia a todos os componentes de um grupo unidos em torno de ideais ou causas comuns. Sobretudo nesses nossos tempos de novas mídias e novas formas de agregação e de compartilhamento de ideias e de manifestações artísticas. Nesse aspecto, as redes de relacionamento representam os espaços virtuais adequados a tal propósito. Merecem destaque aí as redes sociais com foco na arte e na cultura destinadas a dar visibilidade à intensa produção artística dos jovens.
Quando nos referimos às redes virtuais que agregam jovens pensamos imediatamente no Orkut. No Brasil, por exemplo, são aproximadamente 8 milhões de usuários interconectados trocando informações e construindo um imaginário independentemente dos meios de comunicação de massa. Para muitos pais e educadores ainda avessos às novas tecnologias, essa massa gigantesca de jovens nada mais faz do que trocar informações inúteis. No entanto, não se pode negar que se trata de uma rede eficaz e de enorme capacidade de interação e de relacionamento social.
A rede cria identificação e comprometimento entre pessoas, grupos e comunidades, torna-se uma construção contínua de relações interpessoais e uma forma acessível de disseminação de expressões culturais e de conhecimentos. A velocidade com que fluem e se socializam, num mundo que evolui com base nas tecnologias da comunicação e informação, acarreta profundas mudanças na organização da sociedade, da economia, das relações humanas e das expressões artísticas e culturais.
A prática artística em todas as suas modalidades proporciona sem dúvida momentos de celebração coletiva imprescindíveis para fomentar as criações de nossas juventudes e dar-lhes uma dimensão social. Novos tempos pedem novas formas de abordagem da preparação do jovem para o futuro. Eis aí um grande desafio para todos que imaginam e querem um futuro melhor.