Segundo gerente de articulação institucional do Ministério da Cultura e articulador do PNLL , o alto preço dos livros e a falta de bibliotecas públicas são as principais razões para que o índice de leitura no país seja de 1,8 livro por pessoa ao ano.

Segundo Jeferson Assumção, gerente de articulação institucional do Ministério da Cultura e articulador do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), o alto preço dos livros e a falta de bibliotecas públicas são as principais razões para que o índice de leitura no país seja de 1,8 livro por pessoa ao ano.

Ele afirma que a desoneração fiscal do livro promovida pelo governo federal em 2004 ainda não atingiu os consumidores brasileiros. Segundo Assumção, os livros são caros em parte por causa do pouco interesse pela leitura que existe no país.

“O hábito, a prática cultural da leitura ainda é pouco disseminada, e isso tem impacto no preço do livro. É um círculo vicioso: as pessoas dizem que não compram o livro porque ele é caro, mas também ele é caro porque têm poucos compradores de livros”. Assumção frisa, no entanto, que há poucos pontos de compra para os brasileiros que gostam de ler: “As 2.200 livrarias estão em 600 municípios, concentrados, em geral, no Sudeste, no Sul e nas capitais”, declarou em entrevistas à Agência Brasil.

Já em relação às bibliotecas, ele diz que o desaparelhamento é um problema ligado à cultura do país. “Isso tem a ver com uma relação complicada que o brasileiro tem com o livro. Por isso, muitas bibliotecas têm pouca vida, são praticamente depósitos de livros”.

Na tentativa de reverter esse quadro, ele cita o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) como um importante instrumento para promover a prática da leitura no país. Para articular as ações do governo e da sociedade civil nessa área, o Ministério da Cultura mantém, desde 2005, o Plano Nacional do Livro e Leitura.

Jeferson Assumção explica que os princípios básicos são colocar o livro em destaque no imaginário do brasileiro; incentivar políticas que promovam a leitura entre as famílias; garantir que as escolas saibam formar leitores; buscar a diminuição do preço do livro e o aumento do acesso ao livro em bibliotecas e livrarias.

Outro objetivo é a instalação de bibliotecas em municípios que não têm essa opção. Em 2006, o Programa Livro Aberto promoveu a abertura de 403 novas unidades, com 2 mil livros cada, além de equipamentos eletrônicos e de informática. Segundo Assumção, existem hoje no país 5 mil bibliotecas públicas municipais, mas ainda há 598 municípios sem esse tipo de estrutura para seus moradores.

Em relação à importância do livro para a formação cultural de um país, Assumção concorda com o escritor gaúcho Moacyr Scliar, quando ele fala que a leitura deveria ser tratada como uma questão de saúde pública: “De fato, a leitura abre os horizontes, disponibiliza um leque de possibilidades, de compreensão do mundo”.


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