Apoiado no cultivo de relações e, sobretudo, na visibilidade, o mercado de arte se rende à internet. A primeira feira virtual de galerias, a VIP Art Fair, será realizada de 22 a 30 de janeiro prometendo adaptar esse mundo de contatos para a web. Fundada por 12 das mais importantes galerias do mundo – como as novaiorquinas Gagosian Gallery (com filiais em outras seis cidades nos EUA e na Europa) e James Cohan e a londrina White Cube -, a feira vai combinar a democracia da internet com a exclusividade que o mercado exige. Todo mundo vai poder circular pelos “estandes” das 139 galerias convidadas, de 30 países, incluindo cinco do Brasil, pelo site www.vipartfair.com. Mas, para ter acesso aos preços e se comunicar com os galeristas, será preciso desembolsar US$ 100, nos dias 22 e 23, e US$ 20, nos outros dias.

Entre as galerias brasileiras, há uma do Rio, A Gentil Carioca, e quatro de São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, Fortes Vilaça, Nara Roesler e Luisa Strina. Mesmo vendendo muitas obras pela internet, Márcio Botner, um dos sócios da Gentil Carioca, foi cuidadoso antes de aceitar o convite, pois essas vendas geralmente são feitas para colecionadores com quem se relaciona regularmente durante as seis ou sete feiras das quais participa mundo afora durante o ano.

Cada galerista pode escolher de oito a 20 obras para exibir em seu estande e “guardar” outras 40 num arquivo virtual, cujas imagens podem ser acessadas em negociações com colecionadores, com possibilidade de zoom e relação da peça com a escala humana. Botner está escolhendo fotos de obras “que tenham um contraste forte”, de artistas como Paulo Nenflidio, João Modé, Thiago Rocha Pitta e Maria Nepomuceno.

A gerente do Gabinete de Arte Raquel Arnaud, Yannick D. Carvalho, está animada com a possibilidade de mostrar muito mais obras do que é possível nas outras feiras. À medida que os trabalhos são vendidos, novos podem ser incluídos. Há ainda a possibilidade de criar salas fechadas para visitantes interessados em artistas ou suportes específicos. Yannick também vai se dividir com outra pessoa nos negócios pela internet, porque a agilidade será fundamental.

*Com informações do jornal O Globo.


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Atriz, pós-graduada em gestão da cultura.

1Comentário

  • Ricardo Barradas, 8 de janeiro de 2011 @ 11:16 Reply

    A venda de arte,principalmente no seguimento das artes plásticas e visuais pela internet é um grande sonho,no entanto os canais ainda são muito mais exercido na promoção,publicação e divulgação dos produtos novos ou tradicionais, do que na compra e venda propriamente dito.Na verdade de certa forma,tanto aqui como no mundo inteiro,fatam políticas reguladoras geradas por quem vive,esta realidade,e mesmo indexações de conteúdo eficiêntes.
    O Mercado de Arte,como em outros mercados,exige a cada nova negociação,uma interlocução corpo a corpo,como se diz popularmente "olho no olho", o que é ainda muito distante dentro das atuais plataformas oferecidas tecnológicamente na grande rede internacional de computadores.Mas acreditando,em parte,na novidade,desejo bons negócios aos seguimentos brasileiros,que estão acreditando na idéia,que como sempre realizarão cifras milionárias,como sempre dizem..

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