No Brasil, há 60 produções em andamento com previsão para serem concluídas até o final do ano. Distribuição e exibição são os maiores obstáculosPor Sílvio Crespo
31/01/2003
A produção cinematográfica nacional em 2003 deve dobrar em relação ao ano passado, se tudo correr como o previsto. Segundo notícia publicada no jornal cearense O Povo, há 60 produções em andamento com previsão de estarem finalizadas até o final do ano. No ano passado, foi produzido um total de 30 filmes. Estação Carandiru, de Hector Babenco, O homem que copiava, de Jorge Furtado, Dois perdidos numa noite suja, de José Joffily e Lisbela e o prisioneiro, de Guel Arrares são alguns dos títulos aguardados, segundo o jornal.
Agora que podemos comemorar esse recorde de produção, falta que o cinema nacional passe por mais obstáculos do mercado: a distribuição e a exibição. ”A Lei do Audiovisual permitiu a retomada do nosso cinema e o surgimento de uma nova geração de cineastas. Mas não contemplou a distribuição, exibição e a participação do cinema na televisão”, explica o cineasta Cacá Diegues ao jornal O Povo.
Números do mercado
A título de comparação, no ano de 2001, foram lançados 153 filmes no Brasil, sendo 124 estrangeiros e apenas 30 nacionais. Proporcionalmente, 80% dos filmes lançados no país são estrangeiros. A situação é mais grave se considerarmos o público: do total de 74,8 milhões de ingressos vendidos naquele ano, menos de 10% correspondem a filmes nacionais. Ainda assim, Cacá Diegues está otimista em relação ao futuro do cinema: ”Estou muito satisfeito com a proposta do ministro Gilberto Gil de regionalizar a cultura e promover a inclusão social. Resta ver como isso vai acontecer na prática”, diz ao jornal O Povo.
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