Em campanha da Associação Brasileira de Produtores de Discos, emissoras de rádio receberam um jingle com mensagem anti-pirataria, para ser veiculado durante a programaçãoPor Sílvio Crespo
O rádio, principal meio de divulgação musical, está entrando na luta contra a falsificação de CDs. De acordo com a ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos), mais de 600 rádios de todo o Brasil receberam um jingle de 30 segundos, desenvolvido especialmente para a campanha anti-pirataria da Associação.
A ABPD fez um apelo às principais emissoras de rádio do país para que elas se envolvam mais no combate à pirataria, comentando os prejuízos econômicos desencadeados pela falsificação.
Prejuízos
As estatísticas sobre a pirataria no Brasil ainda são muito imprecisas, havendo sérias discrepâncias entre diferentes institutos de pesquisa, de acordo com a metodologia utilizada. Mas em uma coisa todos os pesquisadores concordam: nos últimos anos, o país vem subindo no ranking de pirataria e descendo no de vendas. Segundo dados da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), hoje estamos na terceira posição no ranking mundial de pirataria, com um índice de 53% do mercado.
Isso representa, em 2001, ainda segundo a IFPI, um prejuízo aproximado de R$ 750 milhões para o setor e de R$ 200 milhões para a União, os Estados e os Municípios em perda de arrecadação de impostos.
Líder em pirataria
Diferente da IFPI, a Associação Protetora dos Direitos Intelectuais e Fonográficos (Apdif) concluiu recentemente uma pesquisa que coloca o Brasil como líder mundial em pirataria, com 40% do mercado tomado pela falsificação de CDs, além de 14.300 sites facilitando a violação do direito autoral.
Seja qual for o prejuízo exato da pirataria, pois há diferentes metodologias para este cálculo, a queda da indústria fonográfica é evidente. O Brasil, que já foi o sexto maior mercado do mundo no setor, em 1996, hoje aparece em 12º da lista. Como conseqüências mais visíveis, a ABPD aponta queda de 7% no número de lançamentos de discos, diminuição de 18% do cast de artistas contratados e demissões de quase 30% dos funcionários das gravadoras.
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