Em resposta ao texto de autoria do senhor Carlos Henrique Machado, publicado pelo site Cultura e Mercado em 18 de março de 2011, o Ecad se posiciona:

É impressionante ver o baixo nível dos comentários que o senhor Carlos Henrique Machado vem utilizando neste canal de comunicação, baseados em constantes ofensas morais, na falta de respeito e nos ataques à honra da atual ministra da cultura, Ana de Hollanda, e à honra do Ecad e, por conseqüência, à dos seus funcionários que trabalham incessantemente pela defesa do direito autoral. É vergonhoso ver um espaço que poderia ser usado para discussões de assuntos sob diversos pontos de vista, de forma democrática, ser utilizado para disseminar opiniões rancorosas e vis, e para divulgar, propositalmente, informações errôneas pelo simples fato de não se querer apurar e aceitar a verdade dos fatos. O Ecad não se rebaixa, e nunca irá se rebaixar a esse nível, que em nada contribui para a evolução dos debates. Liberdade de expressão não significa território livre para a propagação de ofensas morais.

O Ecad não é nenhum  “órgão criminoso”, nem “sequestra” nenhuma entidade estatal como o senhor Carlos Henrique Machado quer que o público creia. Se assim o fosse, a polícia já teria tomado providências para encerrar as atividades da instituição. Quando menciona as CPIs abertas contra o Ecad, não menciona que, apesar das CPIs, durante nossos 34 anos de atuação em defesa da classe artística musical, nada se comprovou contrário à instituição e que todos os processos foram arquivados, o que demonstra a lisura de nossa atuação.

O Ecad sempre se dispôs a esclarecer todas as suas atividades e sempre apresentou todos os documentos necessários que comprovam sua conduta correta na administração dos direitos autorais de execução pública musical, seja em Audiências Públicas, seja em CPIs, ou mesmo no Judiciário. Aliás, basta conhecer o histórico de inadimplência de grandes usuários de música para entender o cenário que se esconde atrás dos pedidos de abertura de CPIs contra o Ecad. Desestabilizar a imagem da instituição para que se evite o pagamento ou se reduzam os valores de direitos autorais que deveriam ser pagos por esses usuários.

Não somos obrigados a assimilar quietos tamanha ofensa de um senhor que em seu pobre e mal argumentado texto ofende não só o Ecad como as figuras artísticas marcantes da nossa cultura, aqueles que tanto lutaram pelo desenvolvimento do direito autoral no Brasil e que nunca precisaram se utilizar de argumentos ofensivos ou imorais para lutar pelos seus direitos. Pessoas como o senhor Carlos Henrique Machado não contribuem, em nada, para o desenvolvimento do sistema de gestão dos direitos autorais. Aliás, se o senhor Carlos Henrique se sente tão incomodado com o sistema em vigor, por que ainda faz parte dele sendo filiado à associação Amar (Associação de Músicos Arranjadores e Regentes)? Por que nunca quis conhecer verdadeiramente o Ecad, bastando para isso que solicitasse à sua associação uma visita à instituição, que o receberia e transmitiria todas as informações necessárias sobre as suas atividades, o cenário do pagamento do direito autoral no Brasil e esclareceria todas as suas dúvidas. Suas sugestões e críticas também deveriam ser dirigidas à sua associação, para que elas fossem avaliadas. É esse procedimento que faz com que as associações que compõem o Ecad se preocupem sempre em aprimorar o sistema de gestão coletiva de direitos autorais, fazendo com que ele se autorregule e busque constantemente a aplicação das melhores práticas de gestão dentro do Ecad.

O Ecad não é um “castelo medieval” como este senhor o acusa de ser. Para sua ciência, atualmente nosso trabalho é considerado referência mundial, reflexo de um trabalho sério que vem sendo aprimorado ano a ano, com resultados crescentes de distribuição de direitos autorais e que impressionam sociedades de outros países, além de contribuir para o desenvolvimento da cadeia produtiva da cultura. Tampouco “quer fabricar uma ignorância sistematizada à sociedade” como o autor do texto quer fazer crer. O Ecad está aberto e disponível para prestar quaisquer esclarecimentos através de entrevistas a veículos de comunicação, da concessão de palestras gratuitas, de perfis em redes sociais e do site www.ecad.org.br, através da seção “Fale Conosco”, que respondeu a 10.070 e-mails em 2010, número que aumenta a cada ano.

Quando a ministra afirma que não pode haver supervisão estatal sobre essa estrutura é porque se baseia no que diz a Constituição Federal, que proíbe qualquer interferência ou fiscalização nas atividades de associações, sindicatos e cooperativas; por isso, aqui no Brasil não pode haver qualquer fiscalização nas atividades das associações nem nas do Ecad. No Brasil existem 9 associações de música que autorregulam esse mercado.  Outros países do mundo são diferentes; em primeiro lugar porque não existe a proibição constitucional, e depois porque também existem associações únicas, que administram os direitos como se fossem verdadeiras concessionárias do Poder Público, o que não é o caso brasileiro. Quando a ministra sai em defesa dos acordos e tratados internacionais é porque existem regras que devem ser respeitadas por todos os países que assinam esses tratados. Esse é o exemplo a ser seguido por países e entidades que querem ver seus direitos respeitados. Respeitar para ser respeitado!

Aliás, apesar de já ter sido divulgado pela própria senhora Márcia Regina Barbosa, atual diretora de Direitos Intelectuais do MinC, esclarecemos que a mesma nunca foi advogada do Ecad, nem nunca prestou serviços à instituição. Segundo informações, a senhora Márcia trabalhou no antigo CNDA – Conselho Nacional de Direito Autoral. Acreditamos que este tenha sido o fato que a capacitou a ser convidada a participar da equipe do atual Ministério da Cultura, em virtude de sua larga experiência no segmento de direito autoral.

Quanto à afirmação feita pelo senhor Carlos Henrique Machado de que o Ecad tem “patas brutas”, é bom que ele não tome como exemplo a sua própria pessoa. É o seu próprio comportamento e a falta de respeito em suas declarações que o credenciam à associação de uma figura “irracional”.

Por fim, as ofensas dirigidas a Caetano Veloso e aos artistas que recebem direitos autorais, esclarecemos que os mesmos recebem seus direitos porque suas músicas foram executadas como um reflexo do que o público gosta de ouvir, e não somente nas rádios, mas também em shows, eventos,  TVs, estabelecimentos comerciais como bares, restaurantes, lojas etc. O Ecad apenas capta as execuções das músicas e efetua o repasse dos valores às associações que o compõem, que o repassam aos seus artistas filiados. Aliás, não nos cabe aqui defender esses artistas, principalmente Caetano Veloso, pois suas carreiras e contribuições à cultura falam por si só. São criadores de importante conteúdo cultural e merecem que seus direitos à remuneração por suas criações sejam devidamente respeitados através do pagamento do direito autoral, desde que esse pagamento seja feito pelos usuários de música.

Somente em 2010, o Ecad distribuiu R$ 346,5 milhões a 87.500 titulares de música. Vai ver que é por isso, senhor Carlos Henrique Machado, que muitos defendem a existência do Ecad, uma instituição que foi criada pela própria vontade de compositores e artistas, que travaram lutas históricas pelo reconhecimento aos seus direitos. Sempre com dignidade, respeito e fundamentados em importantes argumentos. Pena que o senhor não possa ser comparado a nenhum deles…


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Superintendente executiva do ECAD - Escritório Central de Arrecadação e Distribuição

14Comentários

  • Fernando Leme, 28 de março de 2011 @ 23:25 Reply

    Creio que precisamos melhorar o nível do debate. Há elementos concretos à discutir e a desqualificação pura e simples não nos levará a lugar algum.

    Não acredito que em algum momento o Sr. Machado Freitas tenha pretendido ofender a honra da Sra. Ministra, ou mesmo a da instituição que conhecemos por ECAD. O que se obtém da leitura de seus textos é a opinião livre de um cidadão cuja liberdade de pensar e de emitir suas razões são defendidas pela mesma constituição federal mencionada no texto acima.

    O que se pretendo afirmar com a expressão “castelo medieval” é que o Ecad é a representação maior (e isso nõo deixa de ser um sinal de competência, independentemente do valor que se dê aos fins) de uma indústria cultural que possui elementos amplamente discutíveis e alguns deles anacrônicos em relação à realidade tecnológica atual.

    Não é segredo para ninguém que a nossa Lei de Direitos Autorais é extremamente restritiva, e o é em prejuízo da construção de um mercado mais plural e mais representativo do que convencionamos chamar de “cultura brasileira”.

    Assim, vê-se pleno de motivos o cidadão que, produtor ou não de cultura, se vê diretamente afetado pelo status quo da indústria cultural.

    As críticas que se faz à ministra Ana de Hollanda derivam do fato que ela aparenta desconhecer a realidade da licença Creative Commons, que ao contrário do que se alega, não é uma “ameaça” ao direito autoral vigente. Pelo contrário, é mais um elemento a reforçar a posição de detentor de direitos sobre sua obra, e capaz de decidir, por conta própria, qual dos modelos de licenciamento melhor de adequam ao seu modelo de negócios. Caminho que parecia claro na gestão anterior e que infeliz e aparentemente, é mal interpretado na gestão atual.

    O debate pode ser, como se vê, profícuo. Basta darmos a ele o respeito que merece.

  • Alexandre de Moraes, 28 de março de 2011 @ 23:58 Reply

    O Ecad com certeza é uma vergonha nacional! Isso é um fato incontestável, tanto para músicos, sociedade e até para os militantes jurídicos.

    Entretanto, o que me chama atenção no presente texto – além das agressoes pessoais ao autor – é o problema em questão. Por que um compositor e músico iria contra um escritório que estaria defendendo seus direitos? É no mínimo intrigante.

    E isso nao é uma exceção. Assim como Carlos, vemos milhares de artistas criticando com fervor o Ecad. Do outro lado, vemos medalhoes defendendo o ECAD. Tal dicotomia esclarece o cerne da questão.

    Enquanto pequenos compositores ganham minguas da verba arrecadada, grande artistas abocanham o grosso do montante descrito acima. E isso nao vem ligado somente ao fato de suas músicas tocarem mais. Vem relacionado a estrutura de combrança realizadas por este escritório, através de mensalidades, que é no mínimo absurda do ponto de vista moral. Por este critério equivocado de cobrança, os grandes artistas ganham não só pelas suas músicas, mas também músicas de composioutros menos famosos.

    E é por isso que vemos opniões diferentes sobre o tema. Por conta disso vemos o Caetano defendendo cum unhas e dentes esse escritório de práticas dúvidosas, enquanto compositores menos conhecidos criticando-o, uma vez que nao se sentem representados por ele e por seu critério de divisão do montante arrecadado.

    A verdade é que o autor está sendo tão criticado, pelo fato de feito criticas contudentes e verdadeiras ao nosso sistema de arrecadação, comandado pelo ECAD.

    A legislação do ECAD por si só já é absurda, e não por coincidência, foi realizada nos tempos da ditadura. Vemos a Glória Braga bradar a legalidade de tal escritório (uma vez que é regulado por lei) como se isso desse moralidade para a situação descrita por Carlos. Qualquer estudante de direito no 1 período da faculdade aprende que nem tudo o que é legal, é moral. E nesse caso, diferentemente do que é colocado pela Glória Braga, a diferença de tais campos é gritante.

    O Ecad age como se fosse um ente. E a contribuição ao ECAD como se fosse uma espécie nova de tributo. Agora, teríamos além das cinco espécies existentes, a Contribuinte ao ECAD pelo seu caratér compulsório e vinculado.

    Ressalta-se que a compulsoriedade descrita é também aos compositores que queiram receber pelas suas obras, uma vez que este órgão detem o monopólio de tal cobrança. Tem absurdo maior do que este atualmente no campo jurídico e cultural?

    O compositor deve ter liberdade de associação para poder criar e se vincular ao órgão que achar melhor para representa-lo. Ir contra tal fundamento é colidir diretamente com o princípio constitucional de liberdade individual. O ECAD não pode agir como se fosse um conselho profissional, justamente por ser um escritório privado.

    Somente num Estado cercado de liberdades individuais como o do Brasil no período do Regime Militar, veríamos a regulamentação de tal lei absurda.

    Nunca deveríamos deixar um só escritório privado tomar conta de tais questões, uma vez que mais cedo ou mais tarde, teriamos atos e regulamentos vergonhosos como os critérios de arrecadação existente atualmente.

    Mais absurdo do que a Lei, é ver um ministério do PT defender tais pontos. Isso é colidir diretamente com tudo que a CUT e o PT pregaram ao longo de sua história. É triste ver o governo do PT se alinhando com o ECAD que vem diretamente representar os interesses autoriais das gravadoras multi-nacionais.

    Ademais, é importante salientar que tal discussão pautada por Carlos não só é importante para a discussão de direitos autorais no Brasil, mas como para a cultura como um todo.

    Carlos é um músico muito respeitado no meio musical, diferentemente do ECAD que é sempre sinonimo de obscuridade, investigação e CPI´s.

  • Eduardo, 29 de março de 2011 @ 0:25 Reply

    Concordo plenamente com os apontamentos de Fernando Leme no comentário acima e gostaria de adicionar que é vergonhoso o uso de uma suposta democracia como crítica a opiniões desinteressantes.

    A democracia é composta de dois pilares básicos: Isonomia e Isegoria. O primeiro, muito familiar a nossas sociedades modernas, prega a igualdade de todos perante as leis. A segunda, que era considerada a mais importante das duas pelos gregos, pressupõe igualdade no direito de uso da palavra e igual capacidade de ser ouvido.

    Isto significa que um debate democrático não é aquele que se omite das opiniões para pregar uma pretensa neutralidade, mas aquele que assume e defende abertamente seus pontos de vista (e aceita respostas sim, justo) para que opiniões possam ser formadas.

    Não vamos nos esquecer que Democracia é, acima de tudo, conflito.

  • Sergio Henrique, 29 de março de 2011 @ 3:49 Reply

    Bem, a CPI na Assembleia Legislativa de SP não chegou a conclusões propriamente elogiosas quanto ao ECAD:

    sss://dl.dropbox.com/u/513711/CPI%20ECAD%20-%20Relat%C3%B3rio%20Final.pdf

    A do Mato Grosso do Sul teve que brigar com o ECAD na Justiça para poder continuar:

    sss://www.jornaltribunalivre.com/noticias/index.php?id=1158703370

    E esse processo do Ministério da Justiça, aberto em julho de 2010?

    sss://www.zonamix.com.br/cultucando/2010/07/20/ministerio-da-justica-abre-processo-contra-ecad-por-formacao-de-cartel/

    O ECAD traz tanta confiança que a classe que diz representar já lançou até um manifesto por transparência e controle externo desse órgão:

    sss://brasilmusica.com.br/site/destaque/terceira-via/

  • Tito, 29 de março de 2011 @ 9:18 Reply

    A senhora Braga diz “Pena que o senhor não possa ser comparado a nenhum deles…”

    É exatamente assim que o Ecad trata os músicos do País, Caetano vale 10 Carlos vale -3 e assim por diante. O que esperar de uma associação dessa? Fica muito claro o texto de resposta. Poderia entao os musicos -3 terem outras opções de Administracao de seus direitos…

  • foo, 29 de março de 2011 @ 12:45 Reply

    A senhora Gloria Braga diz, em defesa do Ecad:

    “Somente em 2010, o Ecad distribuiu R$ 346,5 milhões a 87.500 titulares de música.”

    De acordo com os meus cálculos isso significa que o Ecad distribuiu, em 2010, aproximadamente R$ 4.000,00 para cada titular de música. Ou seja, se não fosse o Ecad, os titulares deixariam de receber fantásticos… R$ 330 por mês!?!?!

    Isso se a distribuição é igualitária, o que certamente não é.

    Vamos supor que 10% dos músicos recebam 90% da renda. É uma suposição absurda? Creio que não.

    Nesse caso, temos que 90% dos agraciados receberam menos de R$ 36 por mês.

    Esta é a grande contribuição do Ecad para os artistas brasileiros?

  • Carlos Henrique Machado, 29 de março de 2011 @ 13:11 Reply

    Este é o balanço dos três meses de Ana de Holanda à frente da pasta da “cultura”.
    Esta é a resposta explícita de uma revolução cultural às avessas.

    A carta da advogada do Ecad, Glória Braga reflete o nível dos argumentos que originalmente são explicitados pela Ministra em cada uma de suas falas públicas, ou seja, na ponta do coturno e na peroba da ditadura, quando nasceu o Ecad.

    Assim também o ministério de Ana de Hollanda agiu com Lula, usando os ataques de Caetano, os editoriais de O Globo e do Estado de São Paulo para pregar a imagem de Lula e do PT na cruz, no site oficial do MinC.

    Esta carta de Glória Braga tem a intenção não só de me intimidar, mas de calar as opiniões contrárias às da Ministra e, por osmose, às do Ecad. Ela traz a fidelidade dos métodos do Ecad que agora ganham status de política de Estado dentro do MinC, ou seja, a tirania agora é um verdadeiro tratado entre o MinC de Ana de Hollanda e o Ecad.

    Os ataques do Ecad a mim nesta carta mostram o senso de justiça que a Ministra Ana de Hollanda está clamando em nome do criador. Está claro que, no auge dessa fervura do debate entre a sociedade e o Ecad, o MinC aplaude a predominância das teorias de supremacia dos criadores que arrecadam mais sobre os criadores (a imensa maioria) que pouco ou nada arrecadam, instalando assim dentro da própria “classe de criadores” uma histórica escravidão de uma atividade que tem função social estratégica para o desenvolvimento do país submetida à opressão revelada pela apaixonante narrativa da advogada do Ecad, Gloria Braga.

    Em seus ataques, a Sra. Glória Braga não teve como esconder uma pequena mostra das leis particulares que o Ecad impõe e que Ana de Hollanda defende, o sentimento pessoal colocado neste ataque às minhas criações, revela (e isso pode ser lido em cada um dos meus textos e comentários) que se em momento algum eu expus a artista e a pessoa Ana de Hollanda e ou seus familiares por uma questão ética fundamentada na tradução de respeito pessoal e respeito à própria democracia brasileira, ao contrário, a manifestação de Glória Braga explicita, como uma autorização reproduzida, que a mesma tradução de democracia, de ética e de conduta republicana não está no índice remissivo cronológico e biográfico do MinC de Ana de Hollanda.

    Fica assim com esta indicação editorial aqui apresentada por Glória Braga, representante do Ecad, pelos ataques pessoais dirigidos a mim, a reprodução de um memorial, de uma ilustração extraída da política do Ministério da Cultura do Brasil conduzido por Ana de Hollanda.

    Deixo aqui um trecho dos ensinamentos de Paulo Freire para a Ministra Ana de Hollanda e sua defesa intransigente à metodologia que cerca o Ecad.

    “Planejar a prática significa também saber com quem contamos para executá-la”.

  • gil lopes, 29 de março de 2011 @ 13:40 Reply

    “…Assim também o ministério de Ana de Hollanda agiu com Lula, usando os ataques de Caetano, … para pregar a imagem de Lula e do PT na cruz, no site oficial do MinC”….

    Desculpe, mas isso não é verdade Carlos. Simplesmente assim. O site do Minc quando publicou PARTE do artigo de Caetano foi criticado exatamente porque não fez a cópia na íntegra, resgatou somente a reflexão que o artista fazia a respeito de direitos autorais. Não publicou as referências a Lula, que de resto são conhecidas e não pregam cruz nenhuma nem em Lula nem no PT. Caetano é muito claro e lúcido, elogiou a percepção de Dilma, além de ter direito e legitimidade para se expressar.

  • Sergio Henrique, 29 de março de 2011 @ 15:46 Reply

    “Esta é a grande contribuição do Ecad para os artistas brasileiros?”

    foo, o Ecad diria que esta distribuição pífia indica a necessidade de ampliação e reforço da arrecadação.

    Aí eles espalham uma legião de fiscais para soltar aquele conversê em cima de donos de consultório (onde — absurdo — querem cobrar por metro quadrado do estabelecimento, como se este fosse uma casa de shows), taxista, donos de birosca, organizadores de quermesse de bairro e de eventos beneficentes e — quase inacreditável… — gente em sua festa de casamento.

    O Ecad chama essa expansão legionária de “ação conscientizadora do público”. Na verdade, é até boa sua onipresença, pois está aumentando rapidamente o número dos que antipatizam com esse sistema de arrecadação e o questionam. O sujeito comum achava que era problema só dos artistas com as gravadoras e rádios e emissoras de TV, agora vê a questão lhe doendo no bolso.

    A indignação, muitas vezes, é do tipo: “mas as rádios e TVs já pagam os direitos autorais pela radiodifusão!”; ou “mas eu só quero ter um radinho para me distrair aqui na birosca!”; ou “meu casamento não é evento público e, ainda por cima, é despesa!”; ou “esta quermesse é sem fins lucrativos, é para pagar a reforma do orfanato ali na esquina, e se o que é beneficente tem isenção fiscal, porque eu vou pagar isso?” etc.

    Não demora e, aos músicos juristas e ciberativistas dispostos a frear o ECAD vão se juntar as associações comerciais, os representantes do setor beneficente, as associações e mesmo sindicatos de médicos, dentistas, psicólogos… Em algumas regiões, alguns desses setores já se articularam com a imprensa local e estão pondo a boca no trombone.

    Casos para a gente acompanhar.

  • josemir tadeu de souza, 29 de março de 2011 @ 16:13 Reply

    Uma lástima. Uma tosca demonstração de autoritarismo e um evidenciar doentio e mentiroso, de que o Ecad tem uma valia exuberante. Carlos Henrique em seus comentários, jogou aberto. Mostrou o que o Ecad realmente é. Um órgão, que apoiado pelo ministério de cultura, esparge-se, provocando dúvidas, dívidas e danos. Glória Bastos, de forma pré histórica, senil e famigerada, rebate os comentários lançados contra o Ecad (órgão contestado há séculos, pela sua forma “desorganizada” de ser), e em suas respostas, faz-se latente todo o “poder de fogo”, que ela pressupõe estar presente nesse órgão. Gloria Bastos, partindo das questões de “isenção” criminal do Ecad em dezenas de protestos, confessa abertamente, que poucos, muito poucos artistas recebem fortunas. Enquanto que outros,a grande maioria, nada recebem. E é exatamente desses “outros”, que Carlos Henrique fala. A falta de educação no contexto resposta, a agressividade e o autoritarismo de Glória, definem de forma aguçada o que é, e nas mãos de quem encontra-se essa fantasia chamada Ecad. Cada vez mais rico. Cada vez mais poderoso. Cada vez menos acreditado, em função dos argumentos de quem o defende, com ares de autoridade medieval. Carlos, por mérito, já se faz incluso no rol dos músicos e compositores, que não se atrelam apenas ao ato dA execução musical, Possui um trabalho, que abrange as raízes do nosso país. Ao tentar dar peso à temática difamatória de comparar Carlos Henrique – forma inconcepta -, com Caetano e outros, Gloria Bastos já mostra ao que veio, e o que realmente produz o órgão ao qual está atrelada, profissionalmente. Uma pífia representação, que se ocupa em manter uma história boquirrota, já totalmente maculada. Seria pertinente indagar de Gloria Bastos, qual instrumento ela toca. Qual o trabalho musical de sua autoria, por ela difundido. A defesa de um órgão não se faz “gloriosa”, quando feita dessa forma prepotente e carregada de soberba. A Democracia procede, somente quando as respostas emitidas, não carregam o ranço da não aceitação às criticas e o exacerbar de um pseudo poder, que se coloca acima de tudo e todos. O Ecad é contestado. O Ecad não tem entre a grande maioria dos artistas qualquer representativade, o que faz com que qualquer tipo de de defesa, através de quem quer que seja, seja sempre atabalhoada e abstrusa. O Ecad, através de Gloria Bastos, perdeu mais uma.
    Salve Carlos Henrique e os milhões de artistas brasileiros talentosos, que não confiam nesse órgão, no minimo confuso. Quanto à Ministra, sem comentários. Ainda haveremos de assistir ao vivo e a cores, a queda dessa estrutura medieval e arcaica. Com todas as “suas broncas” reveladas e colocadas a limpo.

    josemir tadeu

  • josemir tadeu de souza, 29 de março de 2011 @ 16:18 Reply

    Por favor, peço a gentileza aos leitores: Onde escrevi Gloria Bastos, leia-se Gloria Braga. Perdão.

  • marcos pardim, 29 de março de 2011 @ 16:21 Reply

    gil lopes, a sua versão não se sustenta como fato, senão vejamos: o site do minc passou a editar os artigos e só publicá-los em parte a partir do bafafá oriundo exatamente deste artigo de caetano, que no final esculhambava o lula. houve uma grita geral e, aí sim, somente parte deste e de todos os outros artigos publicados no site do minc passaram a ser editados. mas o do caetano, como todos os outros anteriores ao dele, inicialmente foram publicados na íntegra.

  • JC Lobo, 29 de março de 2011 @ 20:15 Reply

    Bem, o ECAD é uma máquina poderosa, informatizada, uma grande empresa “disfarçada” associação” sem fins lucrativos. Administrar quase 400 milhões/ano não é algo pra amador. Com certeza ele funciona, e tem muita gente que ganha, e bem. A questão é que tem muito mais que ganha pouco ou nada. E sem ter como saber o porquê. Querem respostas claras, não a clássica evasiva de que “não ganha porque não toca”. Que tem muita coisa mal explicada, isso tem. Nos comentários aqui mesmo do C&M há várias coisas. Autor que faz show com música própria e tem que suar pra obter uma liberação. Isso é um ultraje! E os que, pra não se aborrecer, pagam direitinho e não vêm a cor do dinheiro.
    O que eu também acho estranho é a incapacidade de assimilar críticas. Tudo que se diz é pra “desestabilizar”, “desacreditar”, “fazer o jogo dos inadimplentes”. São essas coisas que colocam a entidade sempre em suspeição.
    Tem um remédio pra isso tudo: permitir uma fiscalização independente externa, similar ao que existe em quase todos os países do mundo pra isso. Mas aqui dizem que é “intervenção estatal”, que “a nossa Constituição não permite” e outras falácias. Fui procurar constituições de outros países em que existe essa supervisão. Diz a de Portugal:Artigo 46.ºLiberdade de associação 1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal.2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades públicas e não podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades senão nos casos previstos na lei e mediante decisão judicial.3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por qualquer meio a permanecer nela.4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.
    Diz a da Espanha: Artículo 22.1. Se reconoce el derecho de asociación.2. Las asociaciones que persigan fines o utilicen medios tipificados como delito son ilegales.3. Las asociaciones constituidas al amparo de este artículo deberán inscribirse en un registro a los solos efectos de publicidad.4. Las asociaciones sólo podrán ser disueltas o suspendidas en sus actividades en virtud de resolución judicial motivada.5. Se prohíben las asociaciones secretas y las de carácter paramilitar.
    Aqui no Brasil:Art. 5o. XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

    São todas constituições redemocratizantes, muito parecidas, com o mesmo intuito. Porque aqui não se pode supervisionar se nos demais países isso não causa a menor espécie?

    Diz o ditado, quem não deve não teme.

  • josemir tadeu de souza, 31 de março de 2011 @ 2:01 Reply

    O mais interessante é que, quando fazemos alusão ao Ecad, ao longe, os que escutam, já associam esse órgão algo desonesto. Um depósito de injustiça. Ou como diria minha avó, “coisa ruim”.
    Portanto, fama criada, o Ecad, pelo sim, pelo não, já tornou-se, juto a opinião pública, numa coisa ruim, totalmente desacredita.
    Abstenho-me dos números estatísticos. Especialistas já fazem análises profundas sobre a fortuna arrecadada pelo Ecad e habilitam-nos viajar pelas atrozes irregularidades desse órgão criado para artistas ricos, milionários.
    Prefiro ater-me aos fatos mais que confirmados, durante décadas, que algo não cheira bem. Existe uma grande “bica”, através da qual, jorra o vil metal, que vai se depositar nas vísceras do Ecad.
    Por onde foge o lalau????
    Por que o Ministério da Cultura, faz questão de preservar esse castelo, já tomado de “rombos”, ao largo de sua estrutura?
    Todo o papo que se faz fluente, em qualquer lugar, sobre o Ecad, já traz uma conotação fétida de maldade, de sacanagem mesmo.
    Que todos os artistas sejam realmente artistas. Sejam militantes da Arte. Que os especialistas e conhecedores a fundo, dos procedimentos “pouco sadios” do Ecad, continuem a mostrar números e estatisticas comprobatórias.
    E que criaturas como eu, continuem sempre sentindo um gosto de fel, uma suspeita sem tamanho, de que no Ecad, existem irregularidades.
    Ah, isso existe!…

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