Secretário de Politicas Culturais do Minc deixa o cargo no próximo dia 12 para atuar no BNDES com economia da cultura. Leia nota em que ele fala sobre sua saída
Caro Gil,
Caro Juca,
Caros secretários, presidentes de vinculadas, assessores do Ministro e demais dirigentes do MinC, Caros servidores e servidoras do MinC,
Após três anos e quatro meses de intenso trabalho, vasto aprendizado e muitas realizações, estou deixando o Ministério da Cultura para integrar a equipe do novo presidente do BNDES, Demian Fiocca.
A partir de agora, vou assessorá-lo no que diz respeito a uma área estratégica para o desenvolvimento pleno do Brasil, que aproxima as duas instituições e tem sido uma das prioridades do MinC nesta gestão: a economia da cultura.
Recebi e aceitei, portanto, um convite para mudar de cargo e de cidade, mas não de projeto ou de campo político.
Trata-se de uma oportunidade profissional e pessoal que eu não poderia recusar, a despeito dos elos afetivos e políticos que me unem a vocês, ao MinC e à nossa produção coletiva. Espero que todos compreendam a minha difícil decisão, e que a nossa parceria continue e se aprofunde.
Como no MinC, serei no BNDES um entusiasta da cultura brasileira e de seu papel fundamental na geração de renda, emprego e felicidade em nosso país.
Estou convencido de que a nossa produção cultural, com sua vitalidade e sua diversidade incomparáveis, constitui um dos principais ativos econômicos e sociais do Brasil. Nossa tarefa primordial, no MinC, no BNDES e onde mais venhamos a estar, é a de contribuir, de algum modo, para maximizar e realizar o potencial de rentabilidade deste ativo, em todos os sentidos.
Sou movido a desafios, e vou me dedicar de corpo e alma a esta nova missão, com a mesma alegria e intensidade com que me dediquei ao desafio de trabalhar no MinC, depois de mais de 20 anos na iniciativa
privada e no terceiro setor.
Este convite não se deve apenas a um reconhecimento do meu desempenho individual nas diversas funções que exerci no MinC, mas a um reconhecimento da excelência desta gestão, das diferentes pessoas que a compõem e da política pública de cultura que estamos construindo, com carinho e empenho, desde a posse do presidente Lula.
Seja à frente da Representação Regional do MinC no Rio de Janeiro, ou como Vice-Presidente da Comissão Interamericana de Cultura, Chefe de Gabinete do Ministro, Secretário de Políticas Culturais e Ministro-Interino, procurei ser, com vocês, mais um músico nesta orquestra.
Tudo o que conseguimos fazer e dizer no MinC, e a partir do MinC, fizemos e dissemos a muitas mãos, a muitas vozes.
Saio com a sensação do dever cumprido. A Copa da Cultura, os programas de exportação, os Funcines, as pesquisas setoriais, a conta satélite, as câmaras setoriais, os debates do Cultura para Todos, o Ticket Cultural, o Plano Nacional de Cultura, a política de patrocínio das estatais, o programa de audiovisual e outras ações de que participei já apresentam bons resultados, ou estão a um passo de apresentar.
Tentei contribuir também para um gerenciamento eficiente e participativo do MinC, realizando um árduo (mas necessário) trabalho de articulação, mediação e diálogo. Ao olhar para o repertório que temos hoje, e para o caminho que percorremos, sinto-me orgulhoso do que vejo e feliz com as perspectivas. Sou ainda profundamente grato por ter sido brindado com a chance de compartilhar esta bem-sucedida aventura.
As experiências que vivi no MinC e a convivência diária com vocês me marcaram para sempre. Agradeço a todos pelos ótimos encontros, pelas tantas e fascinantes trocas, pela inestimável paciência, pela solidariedade nos momentos adversos e pelas inúmeras conquistas.
Muito obrigado por tudo. E parabéns aos que seguem nesta empreitada.
O que semeamos e colhemos, o que compusemos e tocamos, o que concebemos e produzimos, enfim, esta pequena e delicada obra aberta de nossa autoria, que incorpora e multiplica a produção de nossos
antecessores, e que se encontra em processo, teve, tem e terá um impacto positivo na vida dos brasileiros.
Somos parte de uma gestão republicana, democrática e transformadora.
Podemos e devemos vibrar com esta constatação. Por isso, mantenham a mesma dedicação, a mesma união e as mesmas diretrizes. Na platéia ou nos bastidores, estarei sempre à disposição.
Meu trabalho no BNDES certamente será resultado e continuação do nosso trabalho no MinC. Estamos e estaremos juntos.
Sérgio Sá Leitão