Reportagem publicada nesta terça-feira (31/7) no Blog Acesso revela como os saraus têm mudado a dinâmica da rotina nas periferias, abrindo espaço para a manifestação artística dos habitantes destas comunidades.

De acordo com Binho, organizador de um dos eventos culturais mais conhecido dentro e fora das favelas – fechado recentemente por não ter conseguido alvará de funcionamento junto à prefeitura -, o número de encontros deste gênero em atividade deve estar entre 50 e 80.

Ele conta que tudo começou por volta de 1995, quando vários moradores reuniam-se em seu bar para a Noite da Vela. Quando, entre uma trica de disco e outra, as pessoas começaram a pedir para recitar poemas, eles entenderam que deviam abrir espaço para a poesia, e assim foi surgindo o “Sarau do Binho”.

No sarau, nasceram ainda atividades como a “postesia” – que consiste em escrever poesias em placas de campanhas eleitorais pintadas e devolvê-las, com os versos, aos postes – e foram organizadas a instalação de uma biblioteca comunitária no bairro e ações da bicicloteca, que distribui livros em casas e pontos de ônibus.

Para tentar angariar recursos para sanar as dívidas, reabrir o espaço e retomar as atividades promovidas pelo Sarau – que incluem a Biblioteca Comunitária, Bicicloteca, a circulação semanal em espaços culturais alternativos da cidade e o lançamento de uma antologia dos poetas que se apresentam por lá -, o organizador e os apoiadores da iniciativa lançaram projeto no site de crowdfunding Catarse.

Sobre os mecanismos oficiais de incentivo à cultura, ele afirma: “não chega quase nada aqui, então a periferia foi buscando uma brecha nesse sistema”. Para ele, além da falta de interesse dos empresários em investir em projetos culturais nas periferias, há ainda o problema do acesso aos códigos utilizados ao se propor um projeto para aprovação.

“Não tem lei de incentivo, Lei Rouanet; para a periferia não chega quase nada disso. Talvez com a ascensão do que chamam de classe C – não sei que classe é essa –, vá chegar alguma coisa, mas é difícil porque você tem que conhecer os meios. Se você não tem aqueles códigos para decifrar os editais, não tem CNPJ, não tem aquelas condições, então essa lei, para a gente, não beneficia nada”, declara.

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*Com informações do Blog Acesso


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