Nova secretária estadual, Cláudia Leitão, expande ação do Centro Dragão do Mar. “Nossa política não será de grupos. Nosso papel é intermediar as diferenças”, diz 06/02/2003

Fusão
De acordo com o jornal cearense O Povo, o Centro Dragão do Mar une-se a seu respectivo Instituto. A fusão foi oficialmente divulgada ontem durante uma entrevista coletiva com a nova secretária estadual da Cultura, Cláudia Leitão. Desta forma, após quatro anos de sua inauguração, a organização social Centro Dragão do Mar assume as funções apresentadas em seu estatuto – capacitação, produção e difusão cultural.

Reestruturação
A secretaria da instituição está agora em fase de diagnóstico e planejamento, que inicia-se, em março, com um seminário sobre gestão da cultura. Durante o evento, cinco temas serão discutidos durante uma semana de encontro: patrimônio material e imaterial, cultura e intersetorialidade, economia da cultura, municipalização da cultura e o aspecto jurídico da cultura. ”Na próxima semana, devemos colocar uma nota nos jornais chamando as pessoas para discutir. Nossa função primeira é ouvir e quero abrir espaço para todas as sugestões em relação às leis de incentivo à cultura”, afirma Cláudia Leitão ao jornal, que pretende reformular a legislação estadual, atualmente suspensa.

Os cursos que antes eram ofertados pelo Instituto estarão temporariamente parados. De acordo com o jornal, aos colégios que já existiam (dança, direção teatral, design, gastronomia e realização audiovisual) somam-se mais três: artes plásticas, música e literatura. Para manter essa estrutura, a secretaria busca novas fontes de financiamento, que agora não conta mais com os recursos de Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), definitivamente encaminhados pelo governo federal para a educação básica.

Parcerias
O Dragão do Mar busca, então, parcerias com universidades, instituições nacionais e internacionais e empresas. O primeiro parceiro encontrado pela pasta foi o Senac, que até o mês passado era dirigido regionalmente pela atual Secretária. A instituição sem fins lucrativos mantida pela Federação do Comércio irá ofertar junto com a Secretaria da Cultura os cursos de design e gastronomia.

Negócio cultural
A secretária Cláudia Leitão falou ainda sobre inclusão cultural, ação integrada entre cultura, turismo e regionalização. ”Cultura também é negócio e pode ser um negócio turístico. Isso não quer dizer que a cultura vai perder conteúdo para fazer qualquer coisa. Mas é preciso que a gente use a lógica da empregabilidade. Cultura tem que garantir surgimento de novos empregos, redistribuir renda”, avalia.

Ela afirma que deve manter eventos como o Cine Ceará e a Bienal do Livro e antecipa que não fará ”megaeventos”. Mas promete trabalhar pela democratização: ”Apesar de toda a concentração de renda, precisamos valorizar a nossa ação social que acontece e é fortíssima no interior. Isso nos anima. Somos pobres economicamente. Temos uma concentração de renda que ainda é africana. Mas somos muito ricos e é em busca dessa valorização que vamos estar servindo. Nossa política não será de grupos. Nosso papel é intermediar as diferenças”, garante.

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