As Indústrias Culturais e Criativas (ICC) da Espanha poderiam gerar até 42 mil empregos nos próximos quatro anos, num contexto de mudança do modelo de produção, em oposição à perda de cerca de 60 mil postos de trabalho por ano, que deve ocorrer se o governo do país não corrigir o plano de cortes no orçamento previsto para o setor.
Segundo Reyes Maroto, que liderou o estudo, além da sua contribuição direta para o PIB e da criação de empregos, as ICCs são importantes fomentadoras de muitos outros setores, como educação, turismo, indústria manufatureira e pesquisa. As estimativas apontam que esses efeitos indiretos, em termos de PIB, chegaria a 10 bilhões de euros e gerariam mais de 180 mil empregos em atividades relacionadas, contribuindo com 5,2% do PIB de modo geral.
Durante a apresentação do relatório, um dos participantes do estudo, Javier Bonilla, indicou diversos fatores que tornam a Espanha um país com enorme potencial para gerar emprego a partir dessas atividades econômicas. A primeira é a riqueza cultural do país, que ocupa o segundo lugar na lista de nações com sítios e monumentos declarados Patrimônio Mundial.
Além disso, ele destacou a riqueza da língua, uma vez que o castelhano é uma das mais faladas no mundo, o que proporciona uma vantagem competitiva para as indústrias espanholas. Em terceiro lugar, Bonilla ressaltou que, na Espanha, o nível de consumo e participação em atividades culturais ainda é inferior à média da União Europeia.
Por último, ele afirmou que há um processo de convergência da produção, distribuição e consumo da cultura, que hoje fazem parte de um mercado global dinâmico, e onde as empresas espanholas têm ainda espaço para expandir-se através da especialização e internacionalização de suas atividades.
Do outro lado da moeda existem elementos que poderiam limitar o crescimento futuro do setor, entre os quais estão os problemas de acesso ao financiamento pelas Pequenas e Médias Empresas (PMEs) da área, uma integração ainda limitada entre a criatividade, a cultura e a visão focada em negócios e a escassez de políticas públicas específicas.
Neste contexto, o relatório levanta uma série de recomendações para fortalecer e revitalizar as indústrias criativas e culturais. O documento aposta na modernização dos programas educacionais para adaptá-los à transformação do setor, na formação de profissionais, na incursão do país na “economia da globalização” – criando linhas de crédito e incentivos fiscais para todas as PMEs da área -, no aproveitamento das sinergias das atividades pública e privada e, finalmente, na proteção da propriedade intelectual.
A versão original da matéria, em espanhol, pode ser lida aqui.
*Com informações da agência de notícias Europa Press
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