Evento internacional de música popular, que existe desde 1985, não poderia continuar sendo patrocinado por uma empresa de cigarro e corria o risco de deixar de existirPor Sílvio Crespo
12/02/2003

Depois de muita incerteza, variações do câmbio e discussões sobre patrocínio cultural e leis antitabagistas, parece que finalmente o Free Jazz Festival reencontrou seu lugar ao sol, pelo menos no Rio de Janeiro. A empresa de telefonia TIM decidiu investir no projeto. O evento já tem novo nome ? TIM Festival – e data marcada: entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, no Museu de Arte Moderna da capital fluminense.

Edição 2003
Idealizado pela Dueto Produções, o Free Jazz Festival teve sua primeira edição em 1985. A partir de então, foi realizado anualmente, tendo cancelado apenas a edição de 1990, devido a fatores desencadeados pelo Plano Collor, e a de 2002. Em agosto do ano passado, a Souza Cruz, empresa patrocinadora que detém a marca Free, afirmou não ter condições de realizar o evento devido à ?instabilidade e imprevisibilidade da variação do dólar?. Com a desvalorização cambial no período, as passagens aéreas e os cachês dos artistas haviam aumentado drasticamente. Isso levou a empresa a abandonar também outros projetos, como o Carlton Arts, que já trouxe ao Brasil figuras legendárias como o compositor alemão Karlheinz Stockhausen, pioneiro da música eletrônica erudita.

Antitabagismo
O Free Jazz corria o risco de deixar de existir, devido a uma lei que proíbe, a partir de 2003, o investimento em cultura pela indústria do tabaco. Mas a produtora do evento, Monique Gardenberg, desde o ano passado, sabia que conseguiria um novo patrocinador: ?tenho certeza de que teremos a continuação desse evento?, disse, em agosto de 2002.

R$ 25 milhões
Gardenberg procurou o patrocinador certo. A TIM contabilizou um crescimento do seu lucro operacional superior a 7% em 2002, segundo a agência de notícias Reuters. A empresa planeja, para este ano, investimentos culturais que chegarão a R$ 25 milhões, incluído aí o TIM Festival. Segundo nota publicada no site Meio e Mensagem, a TIM planeja mais outros três projetos: o Prêmio Sharp, a construção de um auditório no Ibirapuera e um programa direcionado para comunidades carentes de seis cidades brasileiras. O auditório será construído a partir de projeto de Oscar Niemeyer, que havia sido feito há mais de 40 anos para a comemoração do quarto centenário da cidade de São Paulo.

Copyright 2003. Cultura e Mercado. Todos os direitos reservados.


editor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *