Projeto patrocinado pela AES Sul inicia temporada de dez meses em turnê teatral por mais de 50 cidades do interior gaúchoPor Deborah Rocha

Luzes no circuito
Já há três anos consecutivos circula pelo interior do Rio Grande do Sul uma proposta iluminadamente ousada e concreta que visa instaurar uma nova lógica no raciocínio da criação e circulação de espetáculos teatrais. Sua luz estende-se ao estado de Porto Alegre através do fácil acesso e das discussões sobre as montagens realizadas. A fonte desta calorosa energia é o Lâmpada Mágica, um dos projetos culturais mais significativos de irradiação e destaque da produção cênica gaúcha. Este ano sua temporada conta com dez espetáculos teatrais distintos que viajarão para mais de 50 cidades do estado sulista durante o período de dez meses.

Distribuição de energia
Quem investe no projeto é a AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia, patrocinadora exclusiva desde a origem do Lâmpada Mágica. A empresa é subsidiária da AES Corporation, a maior companhia global do setor de geração e distribuição de energia elétrica do mundo. Especificamente na cidade do Rio Grande do Sul, a AES Sul atende a 114 municípios da região Metropolitana e Centro-oeste, numa área total de 99.268 km2. Tem 947 mil clientes nas categorias residencial, comercial, industrial e rural, entre outros, e mantém 45 subestações através do trabalho de 784 pessoas divididas em times com responsabilidades compartilhadas.

No ano de 2001 a empresa investiu cerca de R$ 71,5 milhões em ampliação do sistema, atendimento ao cliente, programas de combate ao desperdício de energia e em projetos sociais. Ao montante do ano passado serão somados outros R$ 52 milhões ao longo deste ano. A AES Sul possui 22 empresas distribuidoras em 11 países, atendendo a 18 milhões de consumidores e empregando cerca de 60 mil colaboradores. A empresa é considerada a segunda melhor distribuidora do país e a primeira no Rio Grande do Sul em satisfação do cliente, tendo sido eleita entre as 100 Melhores Empresas para se trabalhar no Brasil.

Boa troca
Além do Lâmpada Mágica, consta em sua lista de ações comunitárias, a participação no Projeto Pescar, o desenvolvimento de projetos de eficiência energética, a manutenção do Laboratório Pesquisa e Desenvolvimento na PUC-RS, a implementação do Programa Anual de Combate ao Desperdício de Energia com a peça ?Não perca sua Energia? implementada em 147 escolas de 22 cidades e ainda o projeto de substituição de lâmpadas e o financiamento industrial para troca de motores. Além destas ações, a AES Sul desenvolveu em 2001 a promoção ?Conta Premiada? para clientes com pagamento em dia, bem como a campanha ?Ilumine Seu Coração?, em que doava R$ 1,00 por formulário de recadastramento entregue pelos clientes.

Sinergia
O patrocínio ao Lâmpada Mágica envolve a Lei de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul e é produzido pela Cida Assessoria de Eventos com agentes locais que selecionam projetos de arte de entidades beneficentes e apoio do Instituto Estadual de Artes Cênicas e Hotel Everest. Segundo o diretor de marketing da AES Sul, o projeto exerce um tipo de responsabilidade social a partir de uma ação compartilhada com a sociedade, muito mais construtiva do que o simples assistencialismo. Os três anos de patrocínio da empresa ao projeto Lâmpada Mágica foram acompanhados de um aumento dos locais a serem visitados pelas turnês teatrais: o número passou de 35 para 44 e neste ano inclui um total de 50 cidades. A temporada 2002 teve início em março, em 11 cidades, com a montagem ?Ano Novo, Vida Nova? e dirige-se a outras 14 cidades para encenar o musical infantil ?Flicts?. Também vão estar entre as dez viagens dos próximos meses os espetáculos ?Bailei na Curva?, ?Bonecomédia?, ?O Cavaleiro da Mão de Fogo? e ?La Nonna?.

Rastros no caminho
Em termos de arrecadação, a ação passou de R$ 84 mil para R$ 99 mil com destinos variados para a verba acumulada. Entre eles, financiamento da compra de livros para bibliotecas públicas de cidades do Rio Grande do Sul, contribuição com o projeto Natal Artístico da Criança Defeituosa da APAE Arroio do Tigre, investimento no funcionamento da Associação Musical Sinos Acorda São Leopoldo e no V Festival Santiago Encena, entre outras ações. ?O compromisso e a presença atenta das platéias é muito maior se juntamos responsabilidade comunitária?, comenta a diretora de produção Maria Aparecida Herok.

Mais de 200 pessoas estão sendo mobilizadas no sucesso da empreitada, além de quase 100 artistas, diretores e técnicos das companhias de artes cênicas selecionadas. Cada grupo comprometeu-se ainda com a realização de uma atividade de aperfeiçoamento, como debates, workshops e exposições de fotografia para antes ou depois dos espetáculos. ?Não produzimos eventos como simples espatáculo ou diversão, mas sim como instrumento para deixar resquícios positivos nas cidades envolvidas?, conceitua Maria Aparecida.

Esta é uma das observações comprovadas pelo projeto Lâmpada Mágica. A consciência da importantância da participação de cada cidadão para o desenvolvimento de suas comunidades está cada vez mais estruturada e exigindo algum tipo de retorno social por parte dos eventos culturais. O Lâmpada Mágica trabalha a favor desta idéia e empenha-se no desbravamento de um novo mercado para as artes fora do círculo concentrado da capital. Procura sempre aglutinar mais energias pelo interior gaúcho dando continuidade a consolidação de suas conquistas. Uma ?peculiar união entre razão e emoção, a trajetória humana pelos diferentes meandros das relações sociais?, define o diretor Decio Antunes, integrante da primeira turnê. São de ações como estas que o mercado cultural necessita. Um pouco de luz e magia para a valorização da identidade brasileira. Uma boa idéia para ir além das fronteiras de um só estado.

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