Artigo publicado* em maio de 2006 para a revista Artecidadania.org.br: O que acontece quando a arte se constrói a partir dos estímulos e intenções do patrocinador? Qual o limite de subserviência e de liberdade da arte patrocinada? As leis de incentivo colocam a arte aos pés das corporações? Deixe a sua opinião!
Recentemente o Centro Cultural Banco do Brasil retirou a obra de Márcia X de uma de suas exposições, em resposta a manifestações de entidades religiosas e correntistas do banco, que ameaçavam retirar seus investimentos da instituição financeira.
O Santander Cultural, no Estado do Rio Grande do Sul, censurou recentemente duas obras de uma exposição por considerá-las agressivas às famílias que freqüentam o Espaço.
Os dois exemplos acima expõem uma ferida aberta numa sociedade que financia a arte com dinheiro público por decisão das grandes corporações.
O mesmo acontece com alguns programas de arte em comunidade, que servem para “reduzir tensões sociais” e “preparar crianças carentes para o mercado” (aspas retirados de peças publicitárias de programas corporativos).
Nos dois casos, a arte patrocinada torna-se conveniente para a manutenção de um status quo e acabam produzindo ações culturais alinhadas com os interesses das grandes corporações.
Estaria a arte subordinada às grandes corporações? Artistas e curadores têm sua liberdade cerceada por esse sistema? Existe saída para a situação? O patrocínio cultural continua sendo a grande saída para o desenvolvimento das expressões artísticas? Podemos pensar numa relação de independência e não de conveniência entre as partes? Qual o papel do Poder Público nesse meio? Participe!
* em coautoria com Leonardo Brant
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