Lygia Clark (1920-1988) virou uma grife. Seu nome ainda se distorce na língua dos colecionadores estrangeiros, mas todos parecem saber quem foi a artista brasileira. Em Basileia, reunidos para a maior feira de arte do mundo, a Art Basel, eles brigaram para comprar qualquer pedaço de sua obra. A informação é da Folha de S. Paulo.

Estampando a capa da revista “Flash Art” deste mês e com uma retrospectiva já confirmada para 2014 no MoMA, em Nova York, a obra de Clark parece ter engrenado uma espiral de valorização. Seu “Abrigo Poético 3”, obra de 1964, foi vendido no começo da Art Basel por 1,8 milhão de euros, cerca de R$ 4,1 milhões.

Esse é o valor mais alto já pago pela obra de um artista brasileiro de que se tem notícia, batendo uma pintura de Antônio Bandeira leiloada no ano passado em São Paulo por R$ 3,5 milhões.

Um “Bicho” de 1960 também foi vendido na feira suíça por 1,5 milhão de euros, ou R$ 3,4 milhões. Uma obra da mesma série de famosas esculturas de metal articulado à venda por R$ 2 milhões na SP Arte em maio passado não achou comprador.

Já na Art Basel, mesmo os estudos para seus “Bichos” foram arrematados por preços nada modestos -variando de 410 mil euros a 490 mil euros, ou de de R$ 936 mil a R$ 1,1 milhão. “Esses são valores que chamam a atenção, mas a artista já atingiu esse patamar no mercado”, disse Philip Abraham, da galeria britânica Alison Jacques, que representa o espólio de Clark, à Folha. “São preços que já consideramos normais.”

Na esteira do furacão Lygia Clark, outros brasileiros tiveram boas vendas na Art Basel, termômetro para o mercado global. Impulsionadas por grandes exposições, Anna Maria Maiolino e Mira Schendel (1919-1988) chamaram a atenção.

Uma obra de Maiolino, artista escalada para a próxima Documenta em Kassel, na Alemanha, foi vendida por US$ 80 mil, ou R$ 127 mil. Depois de sua mostra no MoMA ao lado de Leon Ferrari e com uma retrospectiva marcada para 2013 na Tate, em Londres, Schendel teve desenhos vendidos por US$ 50 mil, cerca de R$ 80 mil.
Instituições privadas também focaram brasileiros.

Nuno Ramos teve duas instalações de US$ 100 mil (R$ 160 mil), compradas para o museu Thyssen-Bornemisza Art Contemporary, de Viena. Já Rivane Neuenschwander, agora com uma grande mostra em turnê mundial, teve uma obra de US$ 80 mil, ou R$ 127 mil, comprada para uma fundação de Miami.

Levado a Basileia por uma galeria estrangeira, a Elvira González (Madri), Waltercio Caldas foi um dos artistas mais comentados por sua instalação na Art Unlimited, parte da feira dedicada a obras monumentais -em tamanho e preço.
Galerias estrangeiras também venderam alguns nomes recorrentes no mercado.

Uma instalação de Ernesto Neto saiu por US$ 80 mil (R$ 127 mil), na Tanya Bonakdar, de Nova York. Também foi comercializada uma fotografia de Vik Muniz por US$ 130 mil (R$ 207 mil), e uma pintura de Beatriz Milhazes à venda por US$ 1,8 milhão (R$ 2,9 milhões) terminou a feira reservada para um colecionador

*Com informações da Folha de S. Paulo


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1Comentário

  • Rafaela - Tudo em Foco, 23 de junho de 2011 @ 21:37 Reply

    É muito bom ver que artistas brasileiros estão sendo reconhecidos lá fora. Criatividade ao nosso povo é o que não falta, mas nem sempre o que fazemos por aqui é valorizado em outros países e até mesmo dentro do Brasil. Está na hora de mudarmos nossa mentalidade e valorizar o que é nosso. Uma boa mostra foi o resultado da feira.

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