O Distrito Federal, além de ser a capital da nação, é também terreno fértil para as mais variadas manifestações artísticas. Quem garante é a equipe que coordena a Nil Revista, publicação colaborativa e gratuita que se dedica a revelar o potencial cultural e difundir o trabalho dos artistas da região.
A ideia surgiu em uma conversa entre três amigas que já tinham sentido na pele o que é tentar viver da arte em Brasília. Com a ajuda de colaboradores entusiasmados com a iniciativa, elas decidiram tornar o sonho real. “Tudo feito de forma voluntária e com muita força de vontade, para ver o projeto sair do papel”, explica Bianca Novais, uma das fundadoras da revista.
Cada edição procura mostrar expressões artísticas diferentes. “Na primeira edição temos matérias de gastronomia, artes visuais, curadoria entre outras, já a expressão musical é priorizada na segunda edição”, conta. A escolha dos temas que serão abordados, a ilustração, a diagramação e as seções de portfólio são todas produzidas coma a ajuda de colaboradores e membros da equipe.
As duas primeiras edições foram financiadas pelo Fundo de Apoio à Cultura do Governo do Distrito Federal (FAC), mas para levar às ruas um novo número, a equipe da Nil resolveu fazer diferente e apostar no engajamento de seu público e de outros possíveis simpatizantes.
Por meio do financiamento coletivo, o projeto espera captar R$ 9 mil para fazer a impressão de sua terceira edição. “Nos deparamos com inúmeras dificuldades e percebemos que ainda há muito pouco apoio a iniciativas independentes e sem fins lucrativos, que gerem mais retorno social que financeiro”, afirma Bianca, sobre os métodos “convencionais” de financiamento.
A uma semana e alguns reais de alcançar sua meta, a Nil Revista espera que, assim como o conteúdo que publica, a tiragem da nova edição também possa ser conquistada através da ajuda de apoiadores.
Trabalhos interessantes e diversificados para encher mais uma edição não irão faltar. “Brasília é uma cidade muito nova e ainda está assumindo uma identidade, mas certamente a nossa cena está cada vez mais forte”, avisa Bianca. “É um processo lento, mas já vemos a cidade vestida dessas atitudes. A revista nasceu com interesse de estimular e assumir parte desse papel”.