Reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo neste domingo (13/2) informa que a terceira maior indústria do mundo, atrás de petróleo e de armamentos, tem como principal insumo a criatividade. Da moda ao design, passando por cinema e literatura e incluindo a produção de software, a chamada indústria criativa movimenta mais de R$ 380 bilhões no Brasil, segundo estimativa da Firjan ( Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Do conceito de economia criativa que surgiu nos anos 90 – “indústrias criativas são aquelas com potencial de geração de riqueza e emprego por meio da utilização de propriedade intelectual”, surgiram experiências de cidades ou núcleos criativos, como forma de transformação de áreas degradadas e de desenvolvimento sustentável.
Em 1994, a Austrália foi o primeiro país a apontar a necessidade de desenhar políticas públicas para estimular a economia movida a cultura e criatividade. Mas o termo indústria criativa só ganhou visibilidade internacional em 1997, quando o então primeiro-ministro britânico Tony Blair criou a Força-Tarefa das Indústrias Criativas.
O tema chegou com atraso ao Brasil, mas a criação de uma Secretaria da Economia Criativa aponta para uma tentativa de recuperar esse tempo. A criação de núcleos e redes de cidades criativas é uma das prioridades da nova pasta, segundo informou à reportagem da Folha a secretária Cláudia Leitão. Ela afirmou que pretende se aproximar do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão do próprio Ministério da Cultura, para estimular a geração de núcleos criativos.
“Temos que promover uma ocupação de prédios históricos que seja inclusiva e que gere riqueza. Temos muito o que aprender com as experiências de fora, da Austrália, de Barcelona”, disse a secretária, que foi a Brisbane, na Austrália, estudar com os grandes pensadores da área. Para ela, o Brasil precisa empreender mais na área e exportar a diversidade cultural, do mamulengo ao software e à arquitetura. “A criatividade é um insumo que não acaba e a economia criativa pode ser uma grande estratégia de desenvolvimento com distribuição de renda.”
Um exemplo do que não fazer já existe, e aconteceu em Salvador. “A reforma do Pelourinho tinha enganos graves. Foi feita a partir de uma visão do turismo, de exclusão. Temos de incluir a população local”, afirmou Leitão.
*Com informações do jornal Folha de S. Paulo
2Comentários