O Instituto Pensarte acaba de lançar uma nota oficial com o título “Cultura como eixo de Estado“. Nela a diretoria executiva (composta pelo presidente Fábio Maciel e pelos vices Px Silveira e Ricardo Albuquerque) defende a necessidade de construção de política de cultura fora de disputas partidárias e “ultrapassando limites de políticas de governos”.

E reforça: “A eleição histórica da presidente Dilma, já reveladora de um salto cultural, abre agora a oportunidade, igualmente histórica, de promover a pasta da Cultura a seu lugar de agente de Estado capaz de transformar o próprio Estado, para todos, com iguais oportunidades na rica diversidade brasileira.”

Mas o que significa elevar a política cultural ao patamar de Estado? Qual a diferença dessa para uma política governamental? Quais os riscos e fragilidades dessas políticas, se elas se mantiverem no eixo governamental? Como fazer, na prática, essa mudança de eixo proposta pelo Pensarte?

Certamente a escolha do(a) Ministro(a) da Cultura apontará o caminho das políticas culturais. Há muito o que fazer, muitas prioridades, muito a ser mantido, aprimorado, institucionalizado, formalizado. Marcos legais, estruturas,  processos e sistematizações a serem implementados. E há também o que se reavaliar, reestruturar, reinventar dentro de uma estrutura permanente, que garanta os direitos culturais (constitucionais) à toda a população brasileira.

Leia a íntegra da nota: www.pensarte.org.br.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

29Comentários

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 26 de novembro de 2010 @ 22:05 Reply

    É Um manifesto interessante, porque aborda a questão partidária.

    “ultrapassando os limites das políticas de governo”

    E esta pergunta tem pra mim o significado mais importante.

    Mas o que significa elevar a política cultural ao patamar de Estado?

    Com certeza não é dar tônica à indústria criativa ou cultural, fornecer subsídios a mercados culturais para aprofundamento da competitividade e produção de novos empreendimentos empresariais, sobretudo os que andam com a cartilha da cultura corporativa debaixo dos braços.

    Certamente ao estabelecer uma política de Estado, toda a diversidade protagonizada pelos movimentos populares deve ter um estímulo direto e não esse processo técnico que, se aproveitando da consciência universal de multiculturalismo ou diversidade à moda saco de confete, se coloca à disposição de um pequeno grupo que tem em sua mensagem a construção das velhas oligarquias.

    Sabemos que a expressividade, todos os símbolos manifestados na fala, na música, na riqueza das formas de intercurso e solidariedade entre pessoas foi um modo que a sociedade assegurou à permanência do seu movimento, nunca a serviço do poder do Estado ou do mercado.

    A partir dessas premissas, a ampliação da vocação do Estado atual é de buscar a intra-nacionalidade, daí as formas típicas das nossas criações tal como a cultura brasileira se realiza e se organiza, acaba por servir de instrumento de consolidação de soberania.

    Se há numa riqueza a ser explorada industrialmente ou comercialmente dentro da existência da cultura de mercado, ela deve buscar o seu próprio território que é originalmente um emaranhado de técnicas e processos, não fruto da solidariedade social, mas da produção e circulação do território do lucro. Portanto, essa atividade que se distancia em corpo do espírito dos homens deve procurar as câmaras de comercio, o Ministério da Indústria e Comercio e conviver com o imaginário da velocidade com as outras formas hegemônicas de produção.

    Cultura de Estado não pode ser essa maciça pobreza de produção como se cultura fosse um fenômeno banal. O Estado e sua missão sociocultural como regulador de convergências espontâneas de trabalho da população deve fugir da pobreza estrutural globalizada e fortalecer, através de um exame profundo, a difusão dos nossos valores compatíveis com a pedagogia existente nas mobilizações acionadas pela própria sociedade, e essa descentralidade é que definirá, neste século, o papel do Estado na cultura brasileira.

  • gil lopes, 27 de novembro de 2010 @ 17:43 Reply

    A política de focos, foquista, é entreguista na base mesmo parecendo ser muito revolucionária. Não compreende a produção cultural nos grandes centros e a ocupação ideológica nos meios de formação da opinião pública. Se acovarda no enfrentamento ao produto cultural estrangeiro e dispensa a ele a hegemonia da circulação, construindo uma cultura de cópia e imitação. Muito mais que estimular formação de "Lapas"( seja lá o que isso quiser dizer…), suportar a grande produção nacional de conteúdo e priorizar o apoio a preservação e difusão da memória construída com vistas a competir com o produto estrangeiro, criar meios e condições para o produto cultural nacional avançar sobre os mercados mundiais, incentivar a promoção da língua…acompanhar a evolução tecnólogica e proporcionar meios para o conteúdo nacional ascender a Nova Cultura, enfim…essas são as bases para uma política que enfrente a anti política cultural vigente e esqueça o foquismo que não reproduz o Gigante. Cabe ao Estado cooperar nesse sentido, sobretudo porque a Cultura é hoje no mundo produto de exportação, ocupação, formação de ideologia e comportamento, e mais.

  • luciano, 27 de novembro de 2010 @ 19:29 Reply

    Unidos venceremos. Artistas unidos, estabelecendo metas e trabalhando junto ao governo.

  • Daniela Lima, 28 de novembro de 2010 @ 0:57 Reply

    A meu ver, Leonardo Brant é ideal para cargo de Ministro da Cultura. É importante a discussão sobre políticas culturais, ainda é muito restrito a inclusão da arte, de fato. É preciso direcionar a sociedade, principalmente a sociedade de massa para comportamentos sustentáveis. E a arte é um dos caminhos para educar a população e acelerar essa conscientização tão urgente no Brasil. A presidente Dilma precisará de ajuda e terá que abrir espaço para cabeças pensantes, caso contrário cairemos no "tapar o sol com a peneira", novamente.

  • luciano, 28 de novembro de 2010 @ 12:00 Reply

    MASSIFICAÇÃO. a massa. o povo. o povão. a maioria. oposto da elite intelectual? o q a maioria gosta? de futebol, de novela, de sertanejo, de axé, funk carioca, café, coca-cola, pizza. O povo é brega? A massa? Como deve ser uma política cultural? Atender a uma elite ou ao povo. Ou ambos? Porque a maioria prefere filme americano do q o francês ou o brasileiro? O filme americano é mais "popular"? Menos "arte"? Temos muito o q discutir ainda… Akele abc.

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 28 de novembro de 2010 @ 14:08 Reply

    Se há um eixo a ser discutido na mudança de governo, é o da cultura como geradora de negócios que os missionários da nova ordem nos trouxeram. São os mesmos que pensam saúde, educação como negócio e que sonham com o Estado terceirizado. Ja criaram seus gargalos sociais, já cristalizaram o comando no intercurso entre empresa, Estado e sociedade, seja na cultura formal, seja no campo da pesquisa, seja na gestão corporativa, temos, hoje, uma rotina que, de forma recorrente, trata, ou melhor, oferece uma atividade artística desconsiderando a sociedade. O objetivo será sempre a ampliação dos negócios, preservar os territórios dominados por essa próspera forma de negócio da classe dominante. Enquanto isso, uma legião de universitários ligados à cultura, artistas, intelectuais que relaizam cultura dentro da sociedade, não veem sua presença dentro do corpo do Estado porque a comunidade dos escolhidos virou o centro de excelência dos negócios, tudo fundado no reino do dinheiro. O resultado é este mesmo, uma montanha de coisa nenhuma.

    As autoridades máximas da gestão corporativa fazem boca de siri para continuar bebendo essa verdadeira sopa nem que seja no canudinho, já que tudo vem mastigado, custo e lucro, pagos pela sociedade.

    A economia da cultura que anda encantando os iludidos, já tem sede própria, ligada, como eu já disse, pelos umbigos, geração em geração. O governo tem que abandonar de vez a tentativa de aproximação da percepção de cultura geradora de negócios, coisa que significativamente não tivemos durante esses anos que a “equipe técnica” da economia criativa da cultura corporativa nos prometeu.

    O que acho mesmo, e sinto isso com essa febre de gestores, uns até bem intecionados, como conclusão pessoal, é que a motivação estratégica que anda por aí à caça de novos discípulos, distribui, dentro do pacote de bondades e negócios na cultura, um boa noite cinderela, daqueles de dosagem cavalar batizado, em grosso modo, pela sociedade como “sossega leão”.

    Por isso estamos adormecidos sonhando com um tonel de vinho do porto e acordando com o gosto amargo de uma cachaçada que beira ao etanol. O Estado, o governo, seja lá quem for, tem que fugir do território perverso que já tem os seus símbolos, suas bandeiras fincadas como chefes do tráfico de influências dentro dessa teia social.

  • px silveira, 28 de novembro de 2010 @ 21:24 Reply

    eu acho que se pode resumir a importância da cultura dizendo que ela é e sempre foi uma questão de estado, sim, e desde que o "estado" era nômade e depois aldeia. ela o precede, tal qual o conhecemos hoje em dia.
    neste sentido, a verdade à qual precisamos nos render é que a cultura não é um segmento a ser tratado pelo governo da vez com maior ou menor prioridade, mas ela é uma dimensão, e como tal deve estar presente na transversalidade das forças que constituem o estado (que provem do povo e da sociedade) e pairar sobre todas as decisões que o afetam, tal como se tem tentado, por exemplo, com o programa cultura viva, mesmo que ainda de forma inconsciente e insuficiente.

  • gil lopes, 28 de novembro de 2010 @ 23:01 Reply

    Mas como uma montanha de coisa nenhuma? As manchetes se repetem: A Broadway é Aqui! ainda não viram? Pois nos jornais do Rio de janeiro e de São Paulo é o que se vê, escrevu não leu e lá está: a Broadway é Aqui! Montanha de coisa nenhuma???? Depois do SWU vem aí o maior espetáculo da Terra, o Rock in Rio…montanha de coisa nenhuma?????quando chico buarque emplaca um livro campeão o que se vê…baixaria. Na verdade os 20 romances mais vendidos são estrangeiros, e Parati falava que língua? Bienal? Urubu. Como montanha de coisa nenhuma??? Tem uma política aí que produz uma montanha de conteúdo e se relaciona sim…o resto é a Lapa.

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 29 de novembro de 2010 @ 10:11 Reply

    PX

    Na questão cultural o Estado só pode pensar em resignificação a partir da memória coletiva, portanto, as medidas que devem surgir, sobretudo nos processos sociais contemporâneos brasileiros, é o da desindustrialização da cultura, do consumo e do comportamento. A acirrada competitividade dos “empreendedores” que querem ver a multiplicação de seus ganhos no jogo estratégico de cooperação/competição chamado por uma hierarquia técnica de, economia da cultura, economia criativa, indústria criativa, são na verdade dispositivos de articulação em escala transnacional.

    A gestão inovadora que quer comercicalizar cultura tendo o Estado como um guia de cego em seus empreendimentos sistemáticos, faz do campo da cultura um paralelo entre o setor de serviços e um falso diálogo com a arte contemporânea.

    O interessante, PX é que essa parabólica chafurdada em um mangue implantou o pior silêncio da história dos compositores brasileiros durante toda a nossa história, você sabia disso? Nunca tivemos tanto investimento público extraído do suor da sociedade em prol da quase negação às novas criações musicais. E sabe por que isso serve de símbolo de uma decadência? Porque o universo da cultura corporativa foi constituido por uma sociedade de discursos que, não conhecendo aonde se começa a organizar a grande festa da cultura, garante seus eventos específicos na base do mecanismo, na conjugação de mídia com o vínculo quase obcessivo pelas releituras, pelas técnicas instrumentais, pela potência muscular que elimina as chancces do verdadeiro sentido do fomento à cultura que é o investimento no inédito. Para isso o Estado deve trabalhar, para salvar seu patrimônio criativo, refletindo os variados ramos de atividades culturais da sociedade civil e não servindo de caixa 24horas do mercado corporativo de cultura. Ainda vou escrever sobre isso com bastante clareza Desde o período do Brasil-império passando pelo velho e o Estado Novo até a era Collor, aonde começa a ser implementada a saga dos “tigres da cultura corporativa”. O compositor brasileiro desde a era Collor até os dias atuais, ou seja, há uns vinte anos, está marginalizado. A meu ver essa é a maior cena de mangue que as nunaces mecânicas nos obrigam a salientar.

    Isso é o resultado de tentar apropriar, ou melhor, construir um Estado dentro do espaço “alternativo” da dita cuja cultura corporativa. O que mais me chama a atenção nesse formato de tranformação dos agentes contemplados como novos Messias, é a absoluta falta de dados. Eles vivem do fundo do Estado para gerir o eterno “recém-criado”. Podemos chamar isso de associação do fim do mundo ou locomotiva touro sentado.

    É esse Estado, sociedade e setor privado que circulam nos quadros da produção e consumo da cultura corporativa e que se configura na esfera da cultura com o seu suprauniversalismo na grande mentira, seja do ponto de vista artístico, seja sociológico ou antropológico.

    Não há geração de riqueza nesse modelo-experiência, nem conceitual, nem artístico e nem material. Tudo voltado a aglutinar interesses dos mesmos autores clássicos da lógica dos mais fortes, dos que, de uma forma ou de outra, singularizam as tradições da holigarquia casa grande e senzala.

    Esta é a imagem clara que só pode ser combatida com uma ilustração objetiva em números, senão, ficaremos aqui construindo a percepção de um Estado de interpretações quando o caminho deve ser o Estado de integrações.

    O universo da cultura corporativa, além de uma linguagem própria, é um sistema ficcional cheio de truques e mágicas que não apareceu com um único dado concreto que ao menos discuta a sua viabilidade. Tudo é um mar de espuma.

  • gil lopes, 29 de novembro de 2010 @ 13:00 Reply

    O que está cada vez mais inédito é o conteúdo nacional, a memória cultural, está cada vez mais inédita. Objetivamente tem um casuísmo na lei que borra tudo, é preciso torná-la mais clara, que tenha objetivo estratégico e que subsidie de fato a produção e circulação do conteúdo nacional. O que não for deve ser produzido sem isenção fiscal. É simples, amplia e dá foco a uma estratégia, a uma intenção clara e cristalina, sem blá blá blá , nem enrolação, subsídio ao conteúdo nacional. Já será um grande passo. Multiplicar os ganhos para quem decide empreender o conteúdo nacional, enfrentar sem vacilação a produção cultural internacional e ampliar a participação do produto Brasileiro no conteúdo global…isso sim. Trazer capital para a cultura nacional, com incentivos, ligar a Cultura e o Ministério da Indústria e Comércio sim, como fazem as grandes potências mundiais, interação de objetivos e ações…isso sim.

  • ricardo penachi de camargo, 29 de novembro de 2010 @ 17:18 Reply

    Caros,

    A título de complementação de comentários, deixo um dado:

    A 1ª Eleição do Conselho Municipal de Política Pública Cultural de minha cidade, SCSul, ocorrida há poucos dias, contou com uma participação de 0,2% de nossa sociedade civil…

    Então… onde está o buraco?

  • luciano, 29 de novembro de 2010 @ 17:38 Reply

    Nada se cria, tudo se transforma‏. Um amigo meu dá aulas de arquitetura. História da arquitetura. Então os alunos aprendem tudo o q já foi feito no mundo. História do cinema. Da televisão. Da música. Nada vem do nada. Já existe algo. Temos q "aprender". Justamente c nossos "inimigos". A Globo e os Estados Unidos. Porque o povo gosta da novela das 8? Ou dos Beatles? Ou do homem-aranha? Ou do sertanejo?

  • Carlos Henrique Machado Freitas, 29 de novembro de 2010 @ 22:46 Reply

    Ricardo Penachi

    Muito boa a sua observação. Infelizmente a paisagem do poder institucional não emergiu da sociedade. As lógicas oficiais trabalharam sempre uma superposição entre a periferia do Brasil e a periferia local, e essa periferia local independe de classe social, usando um contraponto de significados universais. Isto para a autoestima da comunidade é um soco no estômago. Então, as ações de execução do poder público apodrecem e as manifestações da sociedade são relegadas ao esquecimento, uma não reconhece a outra, isto é uma particularidade do Estado brasileiro. Por exemplo, em pleno 2010, nossas escolas superiores de música ensinam a rejeitar qualquer atitude suspeita que possa parecer popular, então, a doutrina torna-se imperativa e exige uma auto-negação ou o exílio da instituição.

    Lógico que o mercado corporativo que quer viver como agente terceirizador para arrombar os cofres públicos, superfaturar planilhas sem qualquer compromisso com o Brasil e sugar recursos que deveriam ser devolvidos à sociedade, acaba não só fazendo coro com essa dimensão universalista que nem de rococó podemos chamar, e ainda se associa aos negócios entre o jogo de poder dentro do Estado como o jogo de poder das corporações. É mais ou menos o que ocorre com as milícias, o Estado oficial que é também depois do horário, o Estado paralelo. É este o nível de promiscuidade que faz com que a sociedade não acredite nem na polícia nem nos xerifes da cultura.

    Isso logicamente se reflete quando se tenta buscar na comunidade uma participação ativa.

  • luciano, 30 de novembro de 2010 @ 11:49 Reply

    É isso aí. Conversando a gente se entende. E define metas talvez?

  • px silveira, 30 de novembro de 2010 @ 18:38 Reply

    queridos todos da lista acima e outros queridos que ainda não fizeram seus comentários.
    eu acho simplesmente genial este espaço. as ideias, os piques, os textos, tudo.
    só acho que estamos navegando em círculo.
    sugiro ao leo tentar estabelecer uma regra twittiana para os textos comentariosos.
    do contrário, se longos demais, deveriam ser postados com vida própria (e muitos deste exemplo aqui eu vejo que merecem e têm vida própria) e não como comentários ao artigo.
    que tal, gente? quem sabe assim focamos mais e melhor.
    300 toques não estaria muito bom? afinal, o espírito do comentário é "dar um toque", porém sem desviar o assunto. salvo melhor juízo, eu acredito em 2011!

  • Zélia, 1 de dezembro de 2010 @ 9:41 Reply

    Caros
    estou pasma com alguns comentários.
    vejam o significado de comentário:
    "Comentário–Nota ou apontamento com que se aclara um texto".
    Mas os senhores Carlos Henrique e Gil Lopes nao aclaram nada,muito pelo contrario esterilizam o debate.
    Que tal revermos nossos conceitos.
    Afinal :
    "Quem quer solução ,não faz confusão"

  • Leonardo Brant, 1 de dezembro de 2010 @ 10:03 Reply

    Eu concordo Zelia, mas não sei o que fazer. Eu mesmo perdi o tesão de debater, pois o Carlos Henrique e o Gil Lopes comentam todos os textos com os memos bordões e a mesma verborragia há milênios. Eu já fiz de tudo, até briguei com eles, acusei-os de cercear o debate, de promover assédio moral, pela virulência e raiva que muitas vezes permeam seus comentários, tratando pessoas que pensam diferente como inimigos.
    Percebo que os dois formam uma dupla dinâmica que gosta de conversar entre si, pois ninguém consegue acompanhar os inúmeros textos, às vezes quilométricos, e eles ficam satisfeitos com isso.
    Percebo, como o Px, que se os comentários fossem menores e permanecerem focados no debate, teríamos uma maior participação e enriquecimento do debate. Tenho observado um crescimento importante na audiência do site, mas uma diminuição dos comentários. E isso preocupa. E desanima…
    Eu não posso fazer mais nada em relação a isso, pois não vou censurar ninguém. A rede precisa se movimentar e retomar a força do debate que tínhamos aqui. Gostaria que isso tudo fosse feito com a presença de Gil e Carlos Henrique, que são fundamentais para nós. Mas precisamos da generosidade dos dois, diminuindo o número de participações, focando no tema proposto (se quiserem abrir outros temas, eles estão à vontade para escrever artigos), com menos brigas, acusações, e mais propostas.
    Abs, LB

  • gil lopes, 1 de dezembro de 2010 @ 10:24 Reply

    Não seja ridículo Leonardo.

  • Zélia, 1 de dezembro de 2010 @ 10:57 Reply

    Gil
    será que o ridiculo é o Leonardo?
    precisamos repensar constantemente nossos conceitos e atitudes.
    por favor ,escrevo com o maior respeito a voces,mas observando o desgaste que voces vem proporcionando ,

  • px silveira, 1 de dezembro de 2010 @ 11:34 Reply

    genial o que está acontecendo. e só possível com a plataforma proposta por um cara como o leo. ave leo!
    o fato é que os comentários passaram a ser o comentado, e não o texto inicial.
    por acreditar que os extremos levam aos opostos, que tal passarmos a fazer dos comentários somente comentários, tal como os definiu a zélia?
    creio que será um procedimento inteligente e que irá nos fazer mais focados e pertinentes em nossas ações.

  • Carlos Henrique, 1 de dezembro de 2010 @ 13:23 Reply

    Acho perfeitamente natural que os temperamentos regulares sejam convocados em nome de uma participação "civilizada". A cultura brasileira está contaminada com este pensamento. Encontros com marketeiros com hora marcada depois de anos de estudos e criações, você tem cinco minutos para falar com a realeza. É a concessão dos que soltam foguetes em nome da pluralidade, como eu sempre, pluralidade esta na medida do controle das regras dos donos ou mediadores. É esta piada pronta que se pode chamar de doutrina hipócrita. Se não aguentam o repuxo, que peçam o boné! Ou saltam os comentários que incomodam. Debate vigiado, com regras e números, é de uma democracia de presídio. Está dado o recado, e também fica claro o limite de quem adora reclamar do dirigismo do governo. Contradições existem para serem convocadas na hora das catarses.

  • luciano, 1 de dezembro de 2010 @ 21:17 Reply

    Idéias. MPB. Qual a "verdadeira" música brasileira? A bossa nova por exemplo. Música carioca. É meio q um samba mais lento, chic. Acordes dissonantes. Mas acho q é mais questão de ritmo do q de melodia. Teoricamente qualquer melodia pode virar uma bossa. Tem um grupo da argentina, acho, q gravou versões bossa do bob marley, rolling stones, guns n roses e outros. Então estão "divulgando" a cultura brasileira por aí e ganhando grana. Podia ter sido um grupo brasileiro. O próprio Sinatra e o Stan Getz deram uma "força" pra bossa nova. Rolou até grammy. Maurício Alberto (Morris Albert) teve "Feeelings" gravada pelo Elvis e pelo Sinatra. Também ganhou grammy. Então tem como tirar leite de pedra. Grana tem. Músico tem. Falta focar. Eu acho. Akele abc e obrigado de novo por esse espaço tão importante de debate.

  • gil lopes, 2 de dezembro de 2010 @ 10:19 Reply

    Novamente uma tentativa de intimidação, de tempos em tempos isso aparece por aqui. Quem quer falar pede a palavra e fala, aqui quem quer fala manda o comentário, QUE É MEDIADO. Ou seja, passa por algum filtro. Eu acho legítimo que seja assim, acho correto, pra todo mundo e pra mim também. Fiquem absolutamente à vontade para impedir algum comentário meu que esteja excessivo ou indelicado, até mesmo extenso se for o caso. Não me agride isso, me adapto bem as regras.
    Agora, o incomodo com comentários e opiniões é natural num ambiente de debate. Que alguns atuem mais no debate também é normal. Divergências, natural. Desviar isso para o pessoal é covardia.
    Estamos na verdade perdendo tempo, o mundo ardendo e a gente aqui de balela, vamos ao que interessa e que o mediador atue e elimine o que achar que deve. Se isso perturbar a gente grita, e se o dono da bola quiser tirar do jogo, que tire, que fique à vontade…nada pessoal, era só o que faltava.

  • Leonardo Brant, 2 de dezembro de 2010 @ 10:43 Reply

    Falou e disse Gil. Mas tenho uma prática de não moderar. Eu apenas aprovo os comentários por uma questão de gestão da informação (quero poder ajudar na discussão) e para impedir spams, cada vez mais frequentes. Mas eu não quero ser babá de ninguém. Acredito no bom senso e também na discussão aberta dessa questão, mais uma vez.
    Tem muita gente que continua lendo o CeM mas perdeu o tesão de comentar, justamente porque a opinião diferente vira cabo de guerra, argumentação sem fim. Isso não é bom pra ninguém. Muita gente falando: "adoro o site mas deus-me-livre colocar uma opinião ali, vem uma tropa de choque e joga toda a fúria ideológica pra cima da gente". Não foi uma, nem duas pessoas, mas várias. E perdemos o contraditório, o debate, a diversidade. Fica um papo solitário, que intimida. Estou dividindo com a rede um problema da rede, mas vc tem razão, eu personalizei a discussão e isso foi um erro meu. Peço desculpas a você e ao Carlos por isso.
    Mas o problema persiste. Vou pensar na sua proposta e tentar criar um critério e compartilhar com a rede. Abs, LB

  • gil lopes, 2 de dezembro de 2010 @ 12:08 Reply

    Mas o que dá mesmo uma certa tristeza e até um constrangimento é ver que o Ministério da Cultura fica por último, não é relacionado na cota dos partidos hegemônicos, é palco de dezenas de sugestões, é pior que primo pobre, é tratado de maneira vil nesse contexto de nova governança. Apesar de tudo, de todo esse caminho empreendido, o País ainda não se percebe. Repetir o Brasil não conhece o Brasil é até cansativo, desde quando? desde quando? desde sempre. É como se fosse uma condenação, o País não se olha com dignidade, ainda se movimenta como um quintal. A expressão disso no plano institucional é essa que vemos, saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia, cultura…tudo que é mais do que o dinheiro, os pilares da cidadania, isso fica por último e subjugado a oportunismos e mal entendidos. Lamentável esse início de governo sob esse aspecto.

  • luciano, 2 de dezembro de 2010 @ 15:56 Reply

    "Conversa franca faz bons amigos"

  • Melina Fernández, 4 de dezembro de 2010 @ 14:17 Reply

    Nossa, que alívio saber que este é um problema da rede!
    Comigo aconteceu exatamente o que o Leo falou, há uns 2 anos acompanho o CeM, comentava quando tinha o que acresentar, o artigo me instigava etc. Mas há alguns meses este espaço ficou pior que a última campanha Serra X Dilma, uma troca monopolizada de jorrões, verbões e insultos de todo tipo. Sinceramente, senhores Carlos Henrique e Gil Lopes, se vocês tem tão profícuas e verborrágicas idéias por que não criam seus próprios espaços de discussões? E se a questão aqui ficou personalizada é porque vcs deixaram chegar a este ponto. É só olhar os registros de comentários dos últimos artigos. Claro, que este é um espaço aberto e livre, mas pelo tom que vcs incorporam às discussões faz surtir um efeito anti-democratizante, contrário ao pretendido pela rede. Não concordo com uma moderação que vete ou edite os comentários. Não estamos num jardim de infância virtual. Agora, essa sugestão do Px de limitar o número de caracteres acho uma ótima tentativa para dinamizar o debate com comentários mais objetivos e sintéticos. Deixo aqui outra sugestão, a criação coletiva de um código de conduta para as postagens no CeM, prezando pela cordialidade e o respeito às divergências. Tudo pra rede seguir fortalecida e em harmonia com seus propósitos!

    Abçs, cultura e paz a todos!
    Mel Fernández

    • josemir ao longo, 15 de dezembro de 2010 @ 9:36 Reply

      Legal… um site, uma história, vários temas, e alguns caracteres pré-determinados para emissão de respostas.
      Uma idéia, que necessáriamente traz no cime dos objetivos uma clara predisposição à indução, e o diminuir do espaço, o cerceamento da resposta.
      "Criação coletiva de um código de conduta para as postagens". Parece a escola a exigir, que o aluno esteja sempre uniformizado… em roupa e "idéias".
      O alcance abrangente da cultura, reside no pensar diferenciado, apoiado pela liberdade da fala, da opinião.
      Ou vão querer vender isso também?

  • gil lopes, 4 de dezembro de 2010 @ 17:59 Reply

    Poxa Melina, procurei nos últimos artigos e não encontrei insultos de todo tipo no que escrevi, nem tão pouco no que o Carlos comentou. De fato às vezes parece que estamos mesmo num jardim de infãncia, mas acho que isso também faz parte e tolero. Nunca disse que ninguém aqui se comunica com jorrões, verbões ou insultei alguém por conta de suas idéias ou estilo. Quando não me interessa algum comentário eu simplesmente, não leio, passo adiante. Diferente de um debate ao vivo, aqui, vc pode simplesmente passar adiante ou escolher , como no jornal, que comentário te interessa ler. Eu gostaria muito de ler seus comentários sobre os assuntos debatidos aqui.

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