O pior da discussão sobre financiamento à cultura no Brasil é não termos avançado no debate público sobre a real dimensão dessa questão, suas causas e efeitos. O problema torna-se crônico e exige rápida resposta do novo MinC, sob o comando de Ana de Hollanda.

Em 2003 tínhamos um debate mais maduro e consciente do que temos hoje, envenenado por uma gestão desastrosa da Lei Rouanet, que incluiu uma campanha perversa promovida pelo governo contra artistas, produtores e sobreviventes do neoliberalismo cultural, eximindo o próprio governo das mazelas que determinam o mal uso do dispositivo, o que só confirma o estado de abandono da cultura e das artes no país.

O legado disso é um projeto de lei (o Procultura) que tira o marketing cultural das mãos das grandes empresas e coloca nas mãos do governo, o que não muda em nada, talvez apenas acentue, os vícios e distorções há muito existentes. Um projeto que ao apagar das luzes do último governo (e mais uma vez em nome de um benefício maior – o apoio à permanência no cargo), sofreu uma série de alterações impulsionadas justamente por um grupo de poderosas instituições culturais: aqueles que, em tese, deveriam ser o alvo maior do projeto (em breve escreverei uma análise sobre o substitutivo de Alice Portugal ao Procultura).

Sei que este debate está tão seriamente comprometido e contaminado por essa campanha (norte versus sul, fim ou manutenção da Lei Rouanet, consagrados contra indigentes culturais), que talvez seja impossível retomá-lo ao nível de 2003. Provavelmente não iremos discutir o que realmente interessa, mas não custa tentar.

Uma pergunta básica se impõe a essa discussão. Em vez de concentrarmos o financiamento em projetos e eventos pontuais e esporádicos, porque não incentivar empreendimentos sólidos e sustentáveis?

E por que concentrar todas as demandas, fases e dimensões da gestão cultural a uma fonte única, já que o Mecenato e o Fundo Nacional de Cultura atuam nessa mesma lógica, e o Ficart praticamente não existe?

O correto seria criar uma tipologia, considerando a natureza dos empreendimentos, os “nós” que impedem o bom fluxo e desenvolvimento de determinados setores, a diversificação de investimentos conforme as peculiaridades de cada um desses tipos e dimensões. Além do olhar setorial, suas urgências, gargalos e carências (considerando inclusive as diferenças regionais), precisamos nos preparar para reduzir drasticamente o nosso maior abismo, que é a falta de acesso e de garantias dos direitos culturais (constitucionais) dos cidadãos brasileiros.

Eis algumas dos pilares de atuação de uma política de financiamento abrangente e compromissada com os grandes desafios culturais do país:

Infraestrutura: um problema crônico e estrutural do Brasil, portanto emergencial. Nossos municípios não têm centros culturais, cinemas, bibliotecas modernas e ativas, telecentros, museus, escolas de arte, centros de pesquisa, criação e convivência. Precisamos de mecanismos de financiamento que articulem orçamento público, privado, emendas parlamentares e um fundo de investimento especial para este fim.

Pesquisa: precisamos criar um fundo ao estilo da FAPESP para concessão de bolsas e financiamentos de pesquisa para artistas e pesquisadores envolvidos com temas relacionados à tradição, novas linguagens e políticas culturais.

Empreendedorismo: investimentos diretos e indiretos aos empreendedores, sobretudo os que almejam e planejam crescimento, gerando emprego e desenvolvendo a economia criativa e sustentável, contribuindo para o aumento da participação da cultura no PIB nacional. Empréstimos subsidiados, redução de impostos e incentivos fiscais são excelentes instrumentos para empreendimentos culturais, sobretudos nos 5 primeiros anos de vida. Em vez de apresentar projetos, que muitas vezes desvia o empreendimentos de seu foco estratégico, concentrando-se no tático, o empreendedor precisa desenvolver planos de negócios consistentes. O poder público, por outro lado, deixaria de atuar como agente fiscalizador e censor para se tornar parceiro estimulador.

Indústria: as indústrias culturais, sobretudo do audiovisual (incluindo novas linguagens como web e videogames), editorial e de espetáculos (show business) necessitam de instrumentos próprios de financiamento. O incentivo fiscal está longe de ser a melhor alternativa para esse tipo de negócio. Além de exercer uma concorrência desleal com empreendimentos de menor apelo comercial, altera a lógica da indústria, que envolve risco e deseja lucro. O mercado internacional abre-se de maneira muito favorável para o Brasil, tanto em termos de exportação de talentos quanto de importação de franquias, espetáculos e produtos de valor de simbólico de todo o mundo. Empréstimos subsidiados e redução de impostos são benefícios que, se  atrelados ao cumprimento de metas (exportação, geração de empregos, regionalização), geram uma relação positiva com o dinheiro público.

Em todos os exemplos acima explorados, o investimento em negócios (empreendimentos, organizações, empresas), e não em projetos (que desviam a atenção dos empreendedors e atolam os órgãos governamentais com burocracias inúteis) tornam-se estratégicos para auxiliar o poder público em seu desafio de diminuir o défict cultural da nação. Por isso, o investimento em cultura é um dos mais relevantes e necessários para consolidar o crescimento do Brasil, de corpo e alma.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

26Comentários

  • Jéferson Assumção, 22 de janeiro de 2011 @ 8:56 Reply

    Olá, Leonardo. Concordo com tudo o que você escreveu, menos com o que me parece às vezes neste e em outros textos (e me corrija se não é isso) uma certa falta de meio-termo justo. Sim, o irritante, mas imprescindível, meio-termo justo aristotélico, em baixa em momentos de binariedades verdadeiro-falso, estado-mercado, Juca-novo MinC. E nem esperaria uma síntese dialética, nos termos forçosos de ajustar o que apenas artificialmente pode resultar ajustado em uma síntese. Apenas um certo “e” portador de alguma solidariedade com os avanços (ou o que pode ter havido de). Enfim, como sempre, escreves muito claramente sobre este e outros assuntos de enorme interesse em termos de política cultural. Me soou, no entanto, como um certo ruído no texto a noção de “indigentes culturais”. Como sabemos todos os que trabalham com cultura, obviamente muitas pessoas não têm acesso a um enorme leque de bens e serviços de natureza cultural, principalmente aqueles mais consistentemente elaborados pela imaginação e emoção humanas (mais raros e menos interessantes à lógica de acumulação do mercado de massas). Também como artistas, a muitos faltam as “condições de possibilidades” para puxar para cima uma linguagem artística. Muitas vezes resta a esses uma criatividade vitalista com baixa internalização da técnica para sua expressão. Mas nenhuma dessas pessoas é indigente do ponto de vista cultural. Todo mundo vive na cultura, é claro. Enfim, Leo, tu e teu ótimo Cultura e Mercado podem nos ajudar bastante a sair ganhando do 1 x 2, norte x sul, certo x errado, MinC x novo MinC. Grande abraço.

  • Robson Santana, 22 de janeiro de 2011 @ 20:04 Reply

    Muito lúcido seu artigo Leonardo. Novo governo sempre trás novas esperanças. Aos poucos venho percebendo o quanto a manipulação de informações se misturou e se confundiu com um péssimo diagnóstico feito pelo Juca Ferreira.
    Mas fica cada vez mais claro que cultura não é a área dele. Ele ficou 8 anos tentando entender o que é a cultura e como funciona a dinâmica do setor, mas saiu sem entender, depois de atirar para todos os lados, criando um ambiente de guerra entre os agentes do próprio setor. Agora ele vai comer em algum outro pasto, pois ele nunca pertenceu ao nosso mundo.
    Quando me deparo com a simplicidade da sua abordagem, percebo o quanto estamos invertendo as discussões. O rabo mordeu o cão, como vc mesmo diz em outro texto. O problema do financiamento não é a Lei Rouanet. É a falta de compreensão das prioridades e das diversas formas que temos para atacá-los.
    Mas ainda tem algo que não consegui entender. Como sair da Lei Rouanet para entrar nesse novo modelo?
    Evoé! Robson

  • Carlos Henrique Machado, 22 de janeiro de 2011 @ 22:15 Reply

    Cultura requer investimento sim, Leonardo, sobretudo humano, mais que isso, especializado e em tempo integral.
    Por isso, não pode ser relegado a um segundo plano, como é no caso do Marketing institucional das empresas.

    Sim, porque marketing cultural é feito para vender o produto cultural, o que definitivamente não é o caso das empresas que utilizam o mecanismo da Lei Rouanet para vender seus produtos e não a cultura.

    A arte brasileira entra como uma paródia ou um acessório minúsculo nessa composição de imagem institucional. Trocando em miúdo, fora da vitrine, ou da capa!

    O descompasso da “economia cultural” entre oferta e demanda se dá, Leonardo, porque cada empresa escolhe a “Bangu”, o que quer que carregue sua imagem, estando ou não saturada no mercado, não dando por tanto nenhum sentido de cadeia produtiva para o setor cultural. Isso ridiculariza ainda mais o que já é esculhambado nessa miudeza de pensamento econômico que os faraós da Lei Rouanet, estão se enterrando.

    Este modelo puiu no mundo inteiro, se ainda não rasgou por completo a hegemonia imperialista, a China está colocando de vez a “nova ordem mundial” literalmente fora da ordem.
    Isso, pode não parecer, mas está refletindo positivamente nas nossas vidas.

  • gil lopes, 22 de janeiro de 2011 @ 23:46 Reply

    …”O mercado internacional abre-se de maneira muito favorável para o Brasil, tanto em termos de exportação de talentos quanto de importação de franquias, espetáculos e produtos de valor de simbólico de todo o mundo”…essas são as bases da política anti cultural vigente no Brasil.

    eu hein…o mercado internacional abre-se…???…isso é fantasia pura. Com o real nas alturas? Com a crise internacional e todo mundo enxugando o mercado abre-se???? Que afirmação cultural possuímos para querer exportar cultura? A música brasileira? Onde está? Que bem cultural é esse que o “mercado internacional está esperando” do Brasil??? As multas do Sargentelli?…francamente.

    E o complemento é pior ainda: importar espetáculos? produtos de valor simbólico???…não temos feito outra coisa, subsidiamos isso, incentivamos com lei de isenção fiscal, é uma festa.
    Com essas conclusões estamos fritos. Puxamos minérios e importamos valor simbólico, é boa essa…pra quem?

  • Leonardo Brant, 23 de janeiro de 2011 @ 0:33 Reply

    Corretíssimo Jéferson. Há de se reconhecer os avanços da Política Gil. Mas ainda me recuso a reconhecer os do Juca. Uma falha minha, confesso. Ainda vejo o período Juca como um retrocesso em relação ao Gil. Às vezes carrego na tinta e tudo fica parecendo terra arrasada. E não é.

    Robson, sua questão é crucial. Como sair da Lei Rouanet para um outro modelo. Para mim não há outra forma senão construir e consolidar outro modelo. Em paralelo, redirecionar o Mecenato para onde é eficaz. E tornar o FNC mais transparente e participativo, um fundo autônomo. Com o tempo, as fontes de recursos se equilibrarão e o fantasma do Mecenato como fonte única se dissipará…

    Muito bem observado Gil. Do jeito que está colocado no texto parece que estou fazendo apologia ao estrangeiro. Mas não é isso. Apresento a oportunidade para o mercado interno, sobretudo, mas também do externo, mas não sem uma necessidade de rever políticas de apoio e acesso.

    Abs, LB

  • Carlos Henrique Machado, 23 de janeiro de 2011 @ 7:51 Reply

    Mas não é mesmo de se estranhar Leonardo… Depois de tantas certezas absolutas, o pensamento único do setor corporativo agora se vê depois que caiu do caminhão de mudanças perdidinho?
    Mas quem vai pagar o pato?
    Vamos ao único culpado e pendurá-lo no poste, apedreja-lo em praça pública, cair de pau e depois incendiá-lo.
    Mas quem seria este?
    Vamos por aproximação?
    Geni-Judas-Juca!!.
    Então pau no Juca, zera a conta e estamos todos perdoados, purificados, redimidos. Nossa cultura institucional saiu da costela dos inquisidores mesmo, que mal teria um churrasquinho de ex-ministro com direito a sobremesa, a cereja do bolo lembra? Depois do banquete sairemos todos arrotando a ressignificação da antropofagia!

  • Leonardo Brant, 23 de janeiro de 2011 @ 10:02 Reply

    A culpa não é do Juca, tampouco do mercado, dos artistas consagrados, das empresas, do eixo Rio-SP. Basta se aproximar para ver que não tem bandido na história. Nossos monstros são imaginários, são moinhos de vento, que apenas justificam nossa quixotesca paixão. Abs, LB

  • Carlos Henrique Machado, 23 de janeiro de 2011 @ 11:28 Reply

    A culpa é de um mecanismo indutor de lambanças, é de uma potencialidade ficcional, de um achado no mundo dos perdidos, de cultura e ironicamente de mercado.
    O debate é maior Leonardo. A indústria de mentiras se ocupou de explicar um mercado que não há e não sabe como e onde começar.

    Falar em cultura nesse meio é um luxo, mas o buraco nas águas da cultura corporativa é maior e bem mais embaixo. É de baixo nível até para panteão da meritocracia.“Instituto Milleniun” Aquele covil de estúpidos neoconservadores, que sem saquear o Estado,todas as suas divindades, vão para o brejo.
    Trafico de influencia, irmandade dos cooperados, canal, tenda dos milagres.
    Esses são só alguns dos muitos adjetivos que se ouve nas coxias sobre a vida ativa de um Barão Rouanet.
    Signatários dos grandes artífices da elite dominante, os novos maquinistas do trem da alegria, se especializaram e realizar uma cultura mecânica, pragmática, toma lá da cá.
    Tudo muito pratico, assim como fazer Ki-Suco.
    Surge então mais um projeto criado pelos profissionais da Lei Rouanet. Eventos, festas, baladas, o dicionário é farto neste cenário de passagem estreita rumo à fileira de bancos, empresas etc.
    É de fato uma nova monarquia, a coroa? A Lei Rouanet, mas é também sinônimo de fracasso empresarial, sobretudo nos que acreditaram que a entidade adorada, o marketing institucional dos “mecenas” ia com sua catapulta nos jogar para a constelação dos grandes astros. Resultado: fomos arremessados por um instrumento medieval de mercado rumo a esse brejo, este atoleiro mental que não sabe hoje nem qual é o caminho de volta pra casa.

  • gil lopes, 23 de janeiro de 2011 @ 11:34 Reply

    Conversa… o inimigo é não percebê-lo. A questão cultural no Brasil começa pela observação da ocupação empreendida pelo produto estrangeiro. Desenvolver uma política cultural que responda a isso passa, nesse momento, pela correção da Lei Rouanet que permite a isenção fiscal do patrocínio ao produto cultural estrangeiro, ampliando as distorções, formatando planilhas de produção exógenas que se tornam matrizes que corrompem a economia criativa nacional ( ATENÇÃO! OLHA A ECONOMIA CRIATIVA AÍ!), estabelecendo afinal a anti política cultural vigente e hegemônica.
    A culpa de todas as culpas está aí, bem clara e nítida, está no complexo de subserviência que nos atinge na formulação de nossos instrumentos de afirmação e liberdade. Corrigir isso é a única tarefa, bem simples, a única tarefa repito no sentido de redimir o que deve ser um Ministério da Cultura no Brasil, para o Brasil.
    Antes disso, a política fica bem pequenininha. Os tratados sobre o que fazer e como fazer cabem bem na literatura dos assuntos da cultura em expansão, no mundo inteiro. Vivemos a guerra cultural! Mas na prática, na real, no pão pão queijo queijo, na zona do agrião, lá onde a coruja dorme, já sabemos o que devemos fazer: mudar a lei no Congresso, restringir o incentivo ao conteúdo nacional…e continuar torcendo para que os agentes econômicos escolham o que deve ser feito, mas com isenção fiscal exclusiva para o produto nacional, é evidente.

  • Leonardo Brant, 23 de janeiro de 2011 @ 11:36 Reply

    Carlos, este artigo está debatendo outro assunto. Estamos falando da necessidade de criar novas formas de financiamento para vários tipos de problemas enfrentados pelas políticas culturais.
    Para discutir os males provocados pela Lei Rouanet já temos seus inúmeros artigos. Vou comentar a sua resposta lá no outro: sss://culturaemercado.com.br/opiniao/pontos-de-vista/lei-rouanet-e-a-teoria-da-dependencia/

  • gil lopes, 23 de janeiro de 2011 @ 14:50 Reply

    Para fazer mais com menos, para desenvolver nossas formas de financiamento a cultura, para criar nova forma de financiamento a cultura, precisamos corrigir nossa lei de isenção fiscal para a Cultura. Torná-la instrumento da nossa economia criativa selecionando sua utilização integralmente para o conteúdo nacional.
    Seria imaginável os americanos fazerem uma lei de isenção para shows brasileiros em território americano? E os franceses? Os ingleses, imaginem, isentando as empresas que levassem pra lá espetáculos de teatro brasileiro. Iam empregar alguns atores ingleses, os tradutores teriam trabalho e já que eles estão com desemprego alto, porque não fariam uma lei de incentivo nessas condições? Será que os argentinos fariam? Os paraguaios? Por que fizemos???!!!
    Vamos discutir novos investimentos sim, mas antes vamos corrigir as aberrações?
    Viva o novo Ministério da Cultura do PT. Vamos a isso?

  • Dani Torres, 23 de janeiro de 2011 @ 17:28 Reply

    Adorei, acho que aqui você respondeu a pergunta que eu fiz lá no artigo do Carlos da semana passada… Solução. PROPOSTA. Iniciativa. Debater o sexo do anjos ou de quem é a culpa, tacar pedra na Jeni, seja ela com G ou J, não importa…

    Investimentos em empreendimentos sustentáveis, ações de longo prazo e não em projetos pontuais me parece sim, o caminho.
    E discutir, implementar, testar, corrigir, consolidar esta nova estrada antes de arrasar a terra da Rouanet de vez me parece essencial.

    Taí. Solução.

    Vambora!

  • Joao Parahyba, 23 de janeiro de 2011 @ 19:53 Reply

    Grande amigo , voce esta 100 % certo. Mas gostaria de olhar o problema com um enfoque mais social !
    O Brasil é um País Mergente ! sentiu. Somos um Povo misturado de pobreza com Tecnologia nova.
    O Grande problema ainda é a FOME. e quando digo Fome não é só comida não. FOME de se expressar
    de ter seu lugar ao sol ! Isso faz uma grande diferença quando o discursso politico em vez de aproximar o EIXO do País que é o sudeste, faz o populismo de dividir o resto do Brasil contra Saõ Rio. Isso é ridiculo no minimo,pois a maior parte dos expoentes culturais do Sudeste são migrantes do Brasil todo a procura de um espaço que não tem em seus estados ! exatamente porque inversamente ao poder economico que bate de frente com o politico no sudeste o Norte e Nordeste ainda vive do clientelismo e Coronelismo politico. É esse o grande gap que vejo todo dia nas minhas andanças de foruns pelo Brasil afora. O odio ao Grande Eixo é alimentado pelo próprio estado. To Mentindo ? então esteja lá em Brasilia na abertura do Congresso Nacional dos musicos quando Juca Ferreira disse com suas proprias palavras e sei que foram popularescas, mas incentivam só a separaç˜åo dos estados falando que tinhamos que parar de dar dinheiro para o Eixo.

    Acho que o que mais atrapalha nosso País hoje é o fomento popularesco de richas entre sul sudeste e o resto do País.
    Fato !OPaís ainda depende do Sul e sudeste para se desenvolver,a grana esta aqui. Os pAtrocinadores estão aqui, as empresas que montam projetos para o governo estão aqui. O primeiro mundo empresarial está aqui !! não da pra tapar com a peneira> Parem o Sul e Sudeste e ão tem mais incentivo pra ninguém>
    To cansado de ver essa burrice estadual alimentada por politicos> Sorry.
    O Gargalo somos nós mesmos . O dia que o Sul e o Norte se entenderem, ! acaba Coronel, acaba jaba, acaba Politica Cultural de servidão. tenho feito muitas produções com grupos do Nordeste. E sinto neles uma grande animosidade contra o sudeste. mesmo assim eles são cordsiais, pois sabem que não sai se não tratarem bem nóis !. Isso é Burrice de emergente. de Faminto. tenho visto, debatido,conversado commuitos amigos musicos. Graças a Deus eu sou respeitado como um musico brasileiro e não como um capitalista Paulista que esta tirando da boca dos mais pobres. O que ouço é uma choradeira nacional . Na realidade é todo mundfo querendo morder uma fatiazinha do Bolo.
    AINDA SOMOS FAMELICOS DE GRANA E PROJETOS PRA CULTURA, NOS TODOS CARAPALIDAS.
    A corrupção corre solta pelo brasil todo.
    Voce tocou num ponto estremamente importante. Politica Cultural é pra ter de longevidade, longo prazo. Todos os incentivos tem ido pra bolsa Cultura, quer dizer livra o meu ai MINC.
    Esse é nosso calcanhar de Aquiles.
    Temos lutado por mais orquestras, mais espaços e agora essa Vitoria de Pirro que é a obrigatoriedade de musica nas escolas.
    Saibam os senhores que 250.000 professores se aposentam por ano após 25 anos de carreira. Quer dizer precisamos de mais 250.000 quem vai dar aula de musica em escola publica ??????? só professores de Arte com licenciatura e não adianta gritar ta na lei aprovada.
    e ai ? Temos mais escolas de musica ,mais faculdfades !!!! e cade o Mercado.
    Apenas uma relato de minha experiencia !!! Nos anos 80 por encanto de uma classe que não tinha instrução musical moderna se lambeu o saco da Berklee College of Music. Nada contra a escola eu fui lá do meu bolso ,ver !!! em BOston tem 80 universidades todas tem musica. Seo na Berklee forman-se 4000 alunos por semestre .Façam as contas de quantos musicos se graduam por ano. claro que nem todo mundo vira musico, mas apenas por exercicio, 10% ta bom ? e o resto NY, LA,e o resto dos USA. onde vão esses musicos. a maior parte trabalha no que chamamos de MERCADO DE TRABALHO . então não é só ensinar, pois nada pior do que estudar ,ralar,para ser um mestre e não ter mercado. Triste povo Famelico que aceita os troquinhos dos governos e ainda briga por um ,prato do Rio ou de Sampa e nos chama de inimigos.

    rsrsrsr Abraço Léo , é só pra cutucar um pouco a rapaziada.

  • Anderson Lira, 23 de janeiro de 2011 @ 20:06 Reply

    Leo,este cultura único do mecenas seja por emendas parlamentares,editais do FNC e lei rouanet não incentiva a cultura,mas reforçar a dependencia dos artistas do diretor de marketing ou parlamentar e/ou do gestor público.Em relação ao planejamento estrátegico a política de é vento tem suas limitações e suas delícias ,eu pergunto o que “incentivo” do Programa Petrobrás Cultural fez para incentivar a criação do mercado de cinema no Brasil?Este realmente estimula o mercado de cinema?Em relação ao público-cidadão-contribuinte onde planeja a Petrobrás chegar o cinema brasileiro em 2020? Por que não existe mercado de cinema no Brasil enquanto os filmes tiverem fonte unica de recursos de impostos e digo mais, enquanto para cada 10 reias investido no filme por imposto ao menos 11 reais vier por meio da bilheteira.
    Aliás quanto foi incentivado no ano de 2010 e quanto rendeu as bilheterias?

  • marcia souza oliveira, 24 de janeiro de 2011 @ 9:16 Reply

    Parabéns Leonardo.Quando você enumera, e muito bem, os pilares para uma política de financiamento abrangente, faz nada menos que a exposição da realidade brasileira cujo panorama infraestrutural é alarmante nos pequenos municípios(muitos dos quais são o berço da cultura de tradição e também daqueles que desconhecem a diversidade da linguagem artística). E quando fala em pesquisa temos que entender que a questão então se torna ainda mais complexa uma vez que ainda figura nos embates academicistas a discussão de cultura X ciência.Realmente o foco deve ser o de ver a cultura como um bem que gera conhecimento e cujas pessoas envolvidas fazem parte de um mercado passivel de expansão.

  • Carlos Henrique Machado, 24 de janeiro de 2011 @ 11:43 Reply

    O pior da discussão sobre financiamento à cultura no Brasil é não termos avançado no debate público sobre a real dimensão dessa questão, suas causas e efeitos. O problema torna-se crônico e exige rápida resposta do novo MinC, sob o comando de Ana de Hollanda.(Leonardo Brant)

    Leonardo, facilite a nossa vida, assim imagino que o debate fique mais produtivo e prazeroso. Parece-me, pelo que está escrito acima, sua visão atual mudou inteiramente. Se não estou variando, você pede a Ana para resgatar o debate, ou seja, o governo assumir a variedade de assuntos que você expõe, enriquecendo a visão sobre muitas questões. No entanto, parece que sua dedicada observação, comparada às, até recentes, preocupações com o Estado dirigista, não abrange, no caso a atual gestão. Ou estou enganado?

    Não quero fazer barulho, fantasias ou referências que não correspondam de fato ao que você escreveu, mas seu discurso está renovado, não sei se propositadamente. Às vezes em uma pequena frase percebe-se a cantoria, assim de an passan. E aí, quando vi a sua nova interpretação sobre o papel do Estado e do governo, fiquei, acredite, numa indecisão pasmosa, completamente desnorteado e tonto. Será que Leonardo está vivendo falhas de memorização? Perguntei a mim mesmo. Será que ele está pedindo para que o todo-poderoso Estado tenha poder hipnótico nessa nova gestão do MinC?

    Bom, espero não ter pinçado apenas a atenção deste, a meu ver, partindo de você, um guincho conceitual.

    Abração.

  • Leonardo Brant, 24 de janeiro de 2011 @ 12:53 Reply

    Não vejo incoerência no discurso, embora não veja problema nenhum em ser incoerente. Continuo cobrando Estado forte. Mas EStado forte não quer dizer governo centralizador. Continuo apoiando a tese de que Estado não pode e não deve agir como produtor de cultura. Vejo um Estado estimulador, regulador e facilitador da produção cultural, que parte da sociedade e pertence a ela.
    Nossos vícios político-culturais nos impedem de enxergar essa necessidade. No livro do Eugênio Bucci sobre sua experiência na Agência Brasil ele deixa claro essa relação de subserviência em relação ao governante. Se tivermos políticas de Estado, portanto impessoais, abrangentes e democráticas, controladas pela sociedade, avançaremos muito. A política de financiamento é o ponto mais sensível. Por isso devemos acompanhar com dedicação os passos do ministério, seja do Gil, do Juca, do Weffort, ou da Ana.
    Um grande abraço, LB

  • ROMULO DUQUE, 24 de janeiro de 2011 @ 20:26 Reply

    “Muito barulho por Nada”.

  • Cida Medeiros, 25 de janeiro de 2011 @ 9:09 Reply

    Seria interessante, assim como a Secretaria de Políticas para as Mulheres faz, divulgar publicamente os eixos temáticos de longo termo das ações estruturantes pretendidas pelo ministério na visão da nova ministra. Assim, a sociedade poderia ter uma visão clara dos planos curto, médio e longo prazo e, assim, orientar sua participação. O site poderia trazer um mapa da “adesão” de cada ‘investidor’ nesta linha do tempo e, até de forma didática, explicar os impactos no plano de cada investimento. Melhorando os indicadores (tangíveis e intangíveis) de forma que a sociedade pudesse ir acompanhando e conhecendo, aprendendo, de que forma esta teia sensível vai sendo impactada e de que forma a partir da participação da sociedade, quer seja investindo, quer seja desenvolvendo e criando.

  • Elma do Nascimento, 26 de janeiro de 2011 @ 14:21 Reply

    Boa tarde! Há anos vivo tentando entender o que significa apoiar a Cultura Nacional pelo Governo ou outras instâncias ligadas a Arte de modo geral. Levei 30 anos para conseguir gravar meu primeiro CD de músicas variadas, de minha autoria e interpretação. Mas o que me choca,
    é ver a dificuldade que encontramos no caminho, por causa de certas manipulações, visto que sou principiante neste negócio de fab ricação de discos, gravação e distribuição nas lojas especializadas.
    Pedem Código de Barras de Registro. Mas há tantos códigos e tantas barras, que eu pedi ao pastor dono da gravadora para incluir o código.
    Mas acontece que ele fez uma barra comprida com um número muito extenso
    difícil de ser verificado pelo instrumento leitor de barras.
    E daí, é que as lojas não aceitam meu CD para comercializar,
    visto que o código de barra não atende aos requisitos legais.
    Gostaria de saber, como devo proceder para conseguir um código de barra
    aqui mesmo no Rio de Janeiro, não me interessa o dos Estados Unidos,
    minhas músicas são brasileiras, em Português (outro CD será em Esperanto) Obrigada!
    Elma Flora (nome artístico)

  • Márcio Cubiak, 27 de janeiro de 2011 @ 15:48 Reply

    A Responsabilidade do Procultura, passando dos departamentos de marketing pro governo pode nao mudar nada pra vc. Mas pra 90% dos produtos culturais sim, e muito.

  • manoel randolfo, 27 de janeiro de 2011 @ 20:53 Reply

    Amigos,

    enquanto vcs ficam aí brigando a caravana passa. Prestem atenção no estrago que a Ana de Hollanda tem feito e vai fazer no Ministério da Cultura. Se esta é a politica cultural do PT, meu deus!!!! tô fora. Nem por isso defendo a gestão do Juca, tirando os pontos de cultura e o cultura viva (que é a politica cultural mais genial do mundo – e afirmo isso com conhecimento de causa), os tempos do juca foram de vulgaridade e muita retórica para pouca ação. Prestem atenção no estrago que ele fez neste ultimo ano, reestabelecendo a política de balcão em valores estratosféricos (ou alguém tem dúvida de que o ficajuca era espentâneo, que nada foi muito bem pago!).
    É, nem um nem outra. Por mais qualidade no ministério da cultura!

  • Leo, 4 de fevereiro de 2011 @ 11:06 Reply

    Concordo com a opinião do Jeferson Assunção. Não é de pares opositores que devemos iniciar a crítica. O processo corre e se transforma a cada momento e temos sim de ver os avanços e criticar o que não foi feito. O acesso em massa do Brasil a cultura artística é um processo a médio longo prazo e que há poucos anos vem sendo feito algo concreto para que a estrada esteja sendo construída. Pode ter seus desvios…mas quem disse que o caminho reto é melhor. Algumas coisas são feitas pra justamente não fazermos igual e repensarmos. Mas estão sendo feitas e é inegável. O que acho que faltou reflexão maior e não fica em pé de se igualar é sobre tirar das “mãos” do corporativismo no ProCultura e se colocar nas mãos do governo. Falar que não muda nada é leviandade…me desculpe. Isso muda e muito. O governo pode ter sim uma direção muito mais a cultura e a quem esta deve interessar do que o corporativismo. Digo e enfatizo: pode. Isso não quer dizer que venha tendo. Gostei do texto, mas não gosto desse negócio de fórmulas prontas e dizer que tem as soluções. Você tem algumas propostas, APENAS.

  • Diego Reeberg, 6 de fevereiro de 2011 @ 12:03 Reply

    Olá Leonardo. Concordo com os seus pontos.

    Acho que o Crowdfunding (financiamento colaborativo/coletivo/participativo) é pra mim uma solução fantástica – e possível – para artistas e empreendedores.

    Vai resolver todos os problemas? Não. Mas faz duas coisas muito importantes:
    – Desburocratiza o meio, em menos de 1 semana os projetos já podem começar a captar dinheiro;
    – Intensifica e aproxima os cidadãos e os projetos culturais, o público que patrocina os projetos e, por isso, recebe recompensas em troca. E as pessoas podem participar a partir de pouco.

    Há vários outros benefícios, mas talvez esses dois são os de mais destaque no contexto.

    Fora do Brasil o movimento já é forte, aqui ele está ganhando tração esse ano. Acho que vale a pena você conhecer.

    Abraços, Diego.

  • Elma do Nascimento, 18 de fevereiro de 2011 @ 0:45 Reply

    Em primeiro lugar: Saudações! Pode ser meio antiquado, mas não sei fazer de outra forma, quem sabe, Oi, Olá! Bem, tudo que foi dito até aqui, concordo em gênero e número. Mas, apesar dos anos vividos, ainda estou engatinhando… Após 30 anos,consegui, somente, agora, gravar um CD de minha autoria, como compositora e cantora. Não sei dessa Lei Rouanet, uns falam a favor, outros, contra. O que me interessa é saber
    como colocar à venda nas grandes lojas, como a Saraiva, por exemplo.
    que exigem Código de Marca, com tarja e numeração adequada. A gravadora
    colocou um número comprido ou duplicado, que não encontra aprovação da
    Editora. Gostaria de saber como crio a numeração para o meu Código
    como pessoa física, única interessada nisso!
    Se puderem me explicar, fico reconhecida e enviarei um CD gratuitamente
    Até agora, todos estão gostando mas músicas, presenteadas ou vendidas.
    Na Saúde e na Paz,
    fico aqui desejando votos de progresso para todos! Obrigada!
    Elma Flora (meu nome artistico)

  • Elma do Nascimento, 18 de fevereiro de 2011 @ 0:48 Reply

    Corrigindo : gostando das músicas…………..

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