Anton Tchékhov nasceu em 1860, na Rússia. O médico, dramaturgo e escritor pode ser considerado um dos grandes transgressores da tradição literária clássica, através de seus contos. Tchékhov costumava dizer que, em uma história, “o enredo pode até não existir”. Prova de que apresentava em seu trabalho um rompimento com a estrutura comum às tramas em sua época.

Foto: Dan BradyA partir do dia 1º de julho, o Centro Cultural b_arco receberá o ator do Théâtre du Soleil, Arman Saribekyan, para o curso “Oficinas Théâtre du Soleil: Tchékhov de Carne e Osso”.

“A meu ver, Tchékhov é um dos autores mais montados, e um dos menos compreendidos. Frequentemente suas peças são mal interpretadas, mal atuadas, e suas encenações recorrem ao folclore de uma Rússia imaginada ou a um ‘psicologismo’ decadente. Muitas vezes esse problema está ligado a traduções de baixa qualidade que deixam de lado uma dimensão fundamental do texto”, afirma o professor.

Por isso, ele usará nas aulas a tradução direta e simultânea de textos, sua contextualização cultural e, sobretudo, linguística. “A linguagem do personagem é, em muitos casos, a ‘chave’ para compreendê-lo, pois sua forma de falar o situa de antemão: sua classe social, seu nível cultural. Há nuances que escapam ao tradutor e que retiram o cômico tão presente em toda a sua obra e por isso, os personagens se tornam banais e seus propósitos também, consequentemente.”

A ideia é redescobrir esse teatro que durante tanto tempo foi chamado de intelectual e psicológico. Para isso, serão utilizados personagens e situações das três principais peças de Tchékhov: “A Gaivota”, “O Jardim das Cerejeiras” e “As três irmãs”, trabalhando o jogo do ator a partir do seu corpo em cena, suas ações e sua fisicalidade.

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