Um mês após sua consolidação, a Secretaria da Economia Criativa (SEC) do Ministério da Cultura promoveu em São Paulo, a primeira edição do Fórum Brasileiro da Economia Criativa, evento itinerante e bimestral que deve percorrer o país com o intuito fomentar as discussões sobre o setor e alinhavar as necessidades e capacidades locais.
O encontro inaugural contou com a presença da secretária Cláudia Leitão e dos representantes do SESC, Danilo Miranda; da Fecomércio, Adolfo Menezes Melito; da Escola São Paulo, Isabela Prata; do Sebrae, Ary Scapin Jr.; e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, Fernanda Melo.
Cláudia Leitão deu início aos trabalhos no auditório da Cinemateca Brasileira, explicando a escolha de São Paulo como primeira sede dos fóruns itinerantes. Ela destacou a importância do estado como vitrine para as outras unidades federativas, em razão da forte presença de empreendimentos criativos na região, e informou que o objetivo da secretaria é incentivar o micro e pequeno empreendedor da indústria da criatividade.
Segundo ela, o recém-lançado Observatório Brasileiro da Economia Criativa (Obec), criado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve ganhar filiais em todos os estados brasileiros, ligadas a universidades públicas, com o objetivo de levantar dados e elaborar estudos sobre o setor em cada região. “Com isso, será possível quantificar a importância da cultura, que deixa de ser uma discussão subjetiva”, afirmou.
Cláudia afirmou que, nos debates internacionais sobre o tema, existe uma grande expectativa em saber como o Brasil vai se inserir neste mercado. Ela também ressaltou a necessidade de um upgrade nos marcos fiscais e trabalhistas para incluir os profissionais da economia criativa.
Debate – Para fomentar as discussões, o Fórum contou com palestras do doutor em Direito pela Universidade de Paris 1, Enrique Saravia, e do pós-doutor pela Universidade de Nova York, José Carlos Durand.
Saravia destacou a necessidade de estudos e pesquisas sobre a economia criativa no país. “É preciso identificar os recursos, ou seja, um trabalho de pesquisa que as universidades têm de realizar, quais as carências, as potencialidades que os setores criativos têm”.
Fazendo uma crítica, afirmou que a cultura e a economia criativa têm que estar no centro das discussões na sociedade, não só por causa de suas contrapartidas. “É como considerar que o setor da saúde é importante porque gera empregos”, declarou.
José Carlos Durand também lançou uma provocação. “Por que não existem economistas envolvidos nas discussões sobre a Economia Criativa? Porque eles não têm interesse”, informou. Para ele, é necessário aproximar o conhecimento sobre economia da cultura do MinC e do setor de forma geral.
*Com informações do site do MinC