Tive o privilégio de ler “Economia da Cultura – ideias e vivências” com antecedência. Tive o prazer e a honra de escrever a orelha do novo livro de Ana Carla Fonseca Reis e Katia de Marco, que define bem a minha opinião sobre o livro.
A discussão sobre economia da cultura é das mais importantes. Tanto para qualificar e elevar as políticas culturais ao patamar estratégico, quanto para nos auxiliar a renovar a visão sobre o lugar da cultura e da economia na redefinição do nosso processo civilizatório.
O livro “Economia da Cultura – ideias e vivências” traduz muito bem essa riqueza, oferecendo-nos conceitos necessários a uma compreensão mais abrangente e precisa sobre o assunto, além de trazer casos concretos de importantes iniciativas brasileiras que atuam sob essa ótica.
As contradições do nosso mundo atual estão habilmente colocadas pelos artigos reunidos por Ana Carla Fonseca Reis, que se dedica ao estudo do tema e é uma das referências mundiais no assunto, que é cheio de nuances e expõe, de maneira delicada e até mesmo didática, as contradições do nosso tempo. E também pela Kátia de Marco, com seu importante e pioneiro trabalho de formação e informação em gestão e economia da cultura.
E faz isso de maneira propositiva, buscando saídas concretas para os buracos que nos enfiamos em tempos de revolução industrial e consolidação da sociedade do consumo. Os modelos de desenvolvimento estão em xeque e nos faltam novas possibilidades que consigam equilibrar o bem estar social com a preservação do conhecimento gerado pela humanidade, a promoção da diversidade cultural e a sustentabilidade do planeta.
Questões como propriedade intelectual, espaço urbano, políticas públicas e gestão da cultura são reunidas de maneira a encorajar os leitores a desenvolverem o espírito crítico necessário para cumprir o, cada vez mais difícil, papel de cidadão no novo milênio.
