Se existe um lugar interessante para o exercício do empreendedorismo no Brasil este lugar é o mercado cultural. Além das dificuldades inerentes a todo tipo de novo negócio, temos aquelas próprias do setor cultural. A atual situação do mercado, de extrema expectativa e insegurança em relação ao nome do próximo ministro da cultura, demonstra bem a instabilidade desse tipo de negócio.

Além de enfrentar a burocracia, a falta de crédito, a ausência de política setorial e fiscal, o clientelismo, a política de balcão, o personalismo cada vez mais exarcebado, os mecanismos de financiamento projetam dois tipos de dependência que comprometem sobremaneira o desenvolvimento estratégico de negócios (sociais ou lucrativos) na área da cultura.

A primeira dependência é do patrocínio privado com dinheiro público. As atenções dos empreendedores voltam-se ao patrocinador, em vez de focarem nas potencialidades do mercado consumidor de cultura. Somando esse fator à  ausência do Estado no desenvolvimento de ações educativas e estruturantes, que favoreçam o acesso e a cultura de consumir cultura, temos um quadro de dilaceramento das possibilidades e alternativas de mercado, cada vez mais nas mãos dos grandes conglomerados de mídia e entretenimento.

A outra dependência é do governante de plantão, que implementa ações de financiamento direto, definidas por critérios sempre pouco transparentes e atendendo a pressões e demandas pontuais. O resultado disso é a cômoda confusão entre o que é política pública e o que é favorecimento privado. Os agentes próximos do poder e beneficiários diretos de vantagens ficam convencidos de que são representantes legítimos da república. E os antigos clientes não passam de aproveitadores que merecem punição.

Nem mesmo os empreendedores mais organizados conseguem planejar, olhar para o futuro, construir um cenário de crescimento para o seu negócio, com foco e direção. A falta de estabilidade jurídica impede que o mercado cresça, evolua e consolide seu já conhecido potencial econômico. Por isso continua preso, nas brechas e a reboque dos poderes político, econômico, religioso, midiático.

O cobertor do financiamento à cultura é curto e a frágil política para o empreendedorismo coloca o pobre contra o miserável, o leste contra o oeste, o centro contra a periferia e o erudito contra o popular. A falta de dados e análises consistentes do cenário favorece o discurso “do contra” e política do “a favor”.

E agora, devemos puxar o saco de quem? Devemos atender a esta ou àquela pressão? A coisa vai ficar melhor ou pior com esse? E se entrar o partido tal, como será? Devemos nos posicionar, fazer campanha por indicação de alguém? Se estivermos próximos do “eleito” podemos nos beneficiar? Ou simplesmente não ser perseguido?

O futuro é incerto para todos nós. A expectativa do anúncio do próximo ministro da cultura deixa os empreendedores sem rumo, sem qualquer possibilidade de planejamento. Poderemos ter um ambiente aberto, livre, de compreensão das potencialidades do mercado cultural, com programas de incentivo direto para quem quer empregar, pagar imposto, explorar as imensas oportunidades que o país e mundo oferecem ao gestor cultural. Mas podemos ter uma política centralizadora, que manipula o próprio sentido da função pública de cultura, como se essa função fosse exclusividade de nichos e não de toda a atividade cultural existente no país, da pesquisa à indústria cultural.

O empreendedor é sempre um articulador político. De um jeito ou de outro, está sempre às voltas com igrejinhas, sindicatos, grupos, partidos, associações e redes. Enfim, faz parte do negócio articular e confabular por melhores condições de trabalho e por direitos culturais mais amplos. É comum o empreendedor investir 20%, 30% do seu tempo para tentar garantir que o Estado não atrapalhe suas atividades (não precisa ajudar, é só não atrapalhar).

O empreendedorismo cultural é dependente de uma política de Estado, com mecanismos constantes e um entendimento da força social e econômica desse tipo de atividade. Mas é dependente, sobretudo, da independência desses empreendimentos. Quanto menos atrelado às teias de poder, que atraem, aprisionam e consomem a riqueza cultural do país, mais haverá espaço para novos empreendedores e para a consolidação no Brasil de um dos mercados que mais cresce no mundo.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

28Comentários

  • gil lopes, 4 de dezembro de 2010 @ 18:12 Reply

    Mas parece importante atentar para uma questão que deve fazer parte de toda especulação de um empreendedor cultural no Brasil atualmente: empreender o conteúdo nacional ou o conteúdo estrangeiro?
    As vantagens comparativas do produto de conteúdo estrangeiro são maiores devido ao cambio e a lei de isenção fiscal que o país concede. Seja quem for o ministro, as condições vigentes impõem prioridade ao que vem de fora, então a pergunta passa a ser de fato: o que é a riqueza cultural do país? O que pretendemos?

  • Leonardo Brant, 5 de dezembro de 2010 @ 11:03 Reply

    Bem anotado Carlos. A relação entre mercado global e mercado local é de extrema importância. Pode tanto configurar-se ameaça e concorrência no ambiente interno quanto oportunidade internacionalmente falando. Abs, LB

  • Alexandre Reis, 6 de dezembro de 2010 @ 3:07 Reply

    Leonardo,

    Gostei da frase: “E agora, devemos puxar o saco de quem?” Eu me lembro da última aula que tive aqui em Ilhéus com uma professora que veio de São Paulo, há quinze dias atrás, trazer a antiquada e “depressiva” informação sobre empreendedorismo cultural no Brasil que você tão bem soube discorrer agora em cinquenta e poucas linhas. Seu foco é preciso. Sua precisão cirúrgica merece todo o meu respeito. Durante mais de oitos anos eu venho investindo bem mais do que 50% do meu tempo contra as trapalhadas e intransigentes tramitações do Estado. Se o Estado atrapalha o meu trabalho? Ora, eu lhe diria apenas que milhares de emails já enviados e outras tantas ligações telefônicas nunca serão ressarcidas pelo Brasil, dentro de meu projeto. Isso se, por acaso, o dinheiro entrar na minha conta no ano que vem. Há um possível patrocinador que gosta de minha ousadia; e ele não é a tão conhecido de todos neste ambiente de clientelismos e politicagens insólitas. A Petrobrás jamais nem sequer atendeu aos meus telefonemas elegantemente ou sensata, no máximo eu falei com um número 0800. E de uma forma semelhante o Banco do Brasil também me parece equivocado, quanto ao papel deste tipo de empreendimento e articulação na Economia nacional. Seja quem for o novo ministro suas decisões, no máximo, deveriam agir a favor deste grupo de pensadores e não contra eles como tem sido desde muitos anos. Aqui o tal partido dos trabalhadores (o povão e o povinho) insiste com uma política persecutória sem precedentes, ataca e fere aqueles que não concordam com as suas injustiças. Eu estava assistindo a um programa nesta semana, na TV Câmara que demonstra, por exemplo, a situação idêntica que está vivendo o sistema prisional brasileiro. Isso aqui é um lixo. Convenhamos que o Brasil seja um país desagradável de se ver em questões de direitos humanos, ele infelizmente tem esse ranço maldito, de “velhos senhores”, que pouco fez pela Justiça e que, doa a quem doer, não mudou e não mudará rapidamente com a próxima gestão. Ela agora precisa começar a ser como uma boa professora, dentro de limites e orientações bem definidas (e mais óbvias). Assim como a Educação brasileira é insistentemente apontada por todos os indicadores como um dos problemas que afetam o nosso irrelevante IDH.

    Ainda bem que este presumível deságio faz parte das articulações das empresas e organizações internacionais que estão medindo constantemente o nosso Índice de Desenvolvimento Humano. A questão que ninguém imagina mais simples de se resolver, pode se transformar num gargalo quase sempre solucionado por quem não tem recebido recursos para resolver. A função do Estado é pagar as contas de quem executa o bom trabalho, mas no caso do empreendedorismo cultural a máxima ainda é: “que vença o mais forte”, tão bem apontado no ícone que você usou para ilustrar o teu comentário: O SUPER HOMEM.

    Ser o super homem empreendedor cultural não é tão infeliz para mim quanto ser brasileiro, eu posso morar no Castelo de Gelo, mas não posso me calar diante de tão inteligente texto postado por você. Meus parabéns por todas as suas palavras. Quanto à aula que comentei acima: eu saí ostensivamente da sala após notar que a professora tinha muito menos leitura do que eu tenho construída nestes termos, e comunicando-lhe o seguinte: “lamento, professora, mas a minha presença aqui não tem sentido!”

    Abraços, Alexandre.

  • Rafaela Cappai, 6 de dezembro de 2010 @ 9:34 Reply

    Enxergo o empreendedorismo no setor cultural como uma oportunidade para artistas que como eu, querem ter maior independência, não querem aguardar por convites para trabalhos, não gostam de participar de exaustivas e muitas vezes injustas seleções, querem continuar fazendo o que gostam e, mais do que isso, desejam uma liberdade artística de fazer exatamente aquilo que se deseja como criador.

    Assim como relatado, no entanto, estou em busca de um novo caminho agora, tentando me deslocar aos poucos da dependência do governo e de patrocínios privados, buscando como conseguir a tal falada sustentabilidade, mas sabemos que não é uma parada fácil! Nesse momento faço um Mestrado em Londres que tem o "Empreendedorismo Cultural e Criativo" como tema e, espero honestamente, conseguir desenhar minhas ideias de forma mais independente e sustentável daqui pra frente. Como? Ainda não sei exatamente, mas espero chegar lá! Abraços!

  • Edy Souza, 6 de dezembro de 2010 @ 10:53 Reply

    …….Penso sempre no pequeno empreendedor cultural. Aqueles, donos de companhias. Aqueles com um cnpj, cujo qual, não registra mais do que 50 mil reais por ano. Ainda temos que nos atentar para o perfil de qualquer Empreendedor. E o perfil do empreendedor cultural? Como seria? Se a abordagem é empreendedorismo, antes de tudo o papo concentra-se em produto e trocas. Todavia quem investe em cultura no Brasil(não os grandes) não faz a mínima idéia do que seja um produto. Acima de tudo o que é um produto cultural? Acho que essa deficiência é bem mais imeditata… A cultura no Brasil ainda é tratada como algo “espiritualizado”. É um pecado falar de produto cultural. Poxa! No Brasil, melhor país da America Latina para investir em cultura, ainda não temos profissionalização do assunto. Em geral quem empreende em cultura, é o próprio criador. Ele faz a arte, o projeto, “plano de negócio” o plano de marketing…. vixi…. e as tarefas sempre ficam mal acabadas em todos os processos… e aqui, com os tupiniquins, esse mercado nunca desenvolve na altura de seu valor valor cultural. Quando será que teremos a percepção de que mesmo que náo queiramos, tudo é negócio! Tudo é venda! até o espírito…

  • criscats, 6 de dezembro de 2010 @ 11:11 Reply

    Concordo com o Edy Souza. O criador é obrigado a se multiplicar em tarefas, e, por mais que ele se desdobre em três, quatro, cinco atividades, não consegue fazê-las 100%. Infelizmente ainda está difícil trabalhar com produção cultural, por mais que falem que o mercado está crescendo e que as oportunidades estão aumentando. Aumentando aonde? Me falem, pois estou procurando…

  • Empreendedorismo Cultural no Cultura e Mercado, 6 de dezembro de 2010 @ 15:58 Reply

    […] Leonardo Brant, do site Cultura e Mercado, apresenta uma provocação do que seria o papel do empreendedor cultural tendo que lidar com burocracria, sobe e desce de governos, mudanças nas leis e todas as outras precariedades que envolvem o trabalho no setor cultural. Vale a leitura! Vai lá! […]

  • luciano, 6 de dezembro de 2010 @ 19:32 Reply

    INDIE ROCK

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    Indie rock (ou "rock independente" em português) é um gênero musical surgido no Reino Unido e Estados Unidos durante a década de 1980. É enraizado em gêneros mais antigos, como o rock alternativo, o pós-punk e o new wave. O termo é frequentemente utilizado para descrever os meios de produção e distribuição de música underground independente e dissociada de grandes gravadoras, assim como o estilo musical a utilizar originalmente este meio de produção.[1]

    Artistas de indie rock são conhecidos por fazerem questão de manter controle completo de sua música e carreira, lançando álbuns por gravadoras independentes (empresas por vezes fundadas e gerenciadas pelos próprios artistas) e baseando toda a divulgação de seu trabalho em turnês, rádios independentes e, mais atualmente, na internet.

  • eduesteves, 6 de dezembro de 2010 @ 20:46 Reply

    O que se deveria fazer urgente e uma CPI da cultura.

    As instituições culturais no Brasil, só servem para todo tipo de safadeza e promoções pessoais , e troca de favores entre pessoas de um mesmo grupo,com verbas dos governos.

    Eu estive em uma destas fundações a onde os professores usavam materiais que eram para a escola, em trabalhos pessoais. E não era pouco não! Ate moldura era colocado na conta da fundação, fora as exposições de funcionários, cuja “boca-livre” A conta ia para a fundação, como se fosse despesas de exposições de interesse publico. E uma lastima!

  • luis alencar, 6 de dezembro de 2010 @ 22:21 Reply

    Com relação ao trecho

  • julio saggin, 7 de dezembro de 2010 @ 2:20 Reply

    Uma CPI da cultura? Seria ótimo mesmo! Mas como instaurá-la? A divisão dos recursos públicos para a cultura deve ser feita na mesma proporção da divisão de renda. Muito para poucos e pouco para muitos. Iniciei meu trabalho sempre pensando na sustentabilidade. Mas o que é desenvolver um projeto de forma sustentavel? Como diz Edy Souza, empreendorismo é troca, e sendo assim, minha função é propor uma troca entre a arte e a marca de uma empresa. E quando a empresa consegue perceber o ganho de imagem conquistado com essa troca, consigo valorizar o trabalho do artista. Mas o investimento ainda é baixo e ganho pequeno. Mesmo assim, minha função é fazer com que o empresario perceba o valor de se associar a um produto cultural.

    Abraço cultural,
    julio saggin

  • luis alencar, 7 de dezembro de 2010 @ 10:25 Reply

    Apesar de ver esse artigo e a discussão provocada de maneira bastante oportuna, existe um trecho em especial que vejo polêmico e digno para uma reflexão. Por que o Estado "não precisa ajudar, é só não atrapalhar"? Será que não seria mais interessante se o Estado praticasse políticas que estimulasse o empreendedorismo cultural ao revés de termos um setor, em sua grande parte, dependente dos editais? Será que não seria mais interessante criar programas de subvenções reembolsáveis ao revés dessa epidêmica política de subvencionar projetos imcapazes de amortizar suas despesas? Será que não seria mais interessante formar profissionais do setor capazes de criar projetos viáveis, ( que gerem lucro) e com isto transmitir a confiança necessária para que empresas e bancos invistam através da modalidade de capital de risco?

  • Gisèle Miranda, 7 de dezembro de 2010 @ 11:06 Reply

    Leonardo

    Gostei muito do seu texto! Expressa claramente nossas preocupações e dificuldades – que aliás, vêm de longa data. Difícil é encontrar um porta aberta, mesmo que entre-aberta.
    Continuo na lida, mas já resisti, desisti, voltei atrás com palavras mais duras, mais madura e mais descrente. Falta tudo, né? Corro para a educação, cultura; embeveço-me com alguns encontros, chego ao pico levando nas costas a bagagem para ver um vazio enorme.
    um abraço sss://tecituras.wordpress.com/

  • Fábio Neves, 7 de dezembro de 2010 @ 14:38 Reply

    Passo pela mesma situação da Rafaela Cappai. Sou formado em música pela UFRJ e não quero ficar esperando pela mudança, vou atrás dela!!
    Com esse raciocínio já finalizei uma pós-graduação em gestão cultural e estou caminhando para o mestrado em gestão de conteúdo e inovação. Se a pergunta é: O que isso está ajudando??
    Digo que agora sou mais organizado e adquiri uma capacidade de enxergar o mercado de uma forma mais completa. Ainda não sou independente e minha carreira não é sustentável, porém sinto as mudanças… E onde vai dar?? Tô pagando pra ver! Do jeito que tá é que não fica…

    Ótimo post Leonardo!

  • Lenon Rodrigues, 7 de dezembro de 2010 @ 16:55 Reply

    Ótimo texto. Uma reflexão importante que me faz propor uma outra reflexão: Não seria, da mesma forma importante, ou até mais importante, criar políticas e mecanismos, públicas ou privadas, para o público da cultura? Diversificar o público da cultura? Seja o público-cidadão ou o público consumidor? Já perceberam que, em capitais menores, por exemplo, as mesmas figurinhas carimbadas freqüentam os mesmos equipamentos culturais? Que não adianta fazer um evento cultural com toda sua excelência artística e cultural, com acesso gratuito, que serão as mesmas pessoas, das mesmas classes sociais, que estarão presentes? Que as salas de teatro só estão cheias quando apresentam espetáculos com atores globais? E, mesmo assim, com o mesmo público de sempre?
    O povo brasileiro não é acostumado ao consumo cultural. Apesar de ser um país de uma imensa diversidade cultural, não é um povo acostumado a consumir e a enxergar de maneira positiva essa diversidade. Tivemos muitas mudanças bastante significativas em relação à cultura, é um fato, mas ainda falta muito para sensibilizar os 190 milhões de brasileiros para a importância de se consumir cultura e, sobretudo, de diversificar este consumo. Não vou aqui discorrer sobre as teorias frankfurtianas, mas todos sabemos que o grande público, esse com potencial de mercado cultural, é homogênio e programado para não enxergar a diversidade.
    Creio que deve-se integrar ações de outros ministérios nesse projeto cultural para o público: educação, turismo e comunicação.
    A educação é mais do que óbvio, não preciso nem falar. O turismo ajudaria a integrar mais o país, fortalecendo o turismo cultural, fazer com que o Brasil se conheça mais, fortalecer as grandes manifestações e eventos culturais brasileiros, como um potencial econômico e social. Os recentes ataques contra os Nordestinos no twitter, apesar de terem vindo de uma minoria, é um reflexo da falta de conhecimento que o brasileiro tem do Brasil, sem falar que podemos deduzir que são pessoas sem sensibilidade para a diversidade artística e cultural.
    Fiz meus estudos de mestrado na França e pude constatar como o turismo e a cultura são inseparáveis. As políticas para turismo no Brasil e a estrutura para o turismo no Brasil são uma piada. Falhas, limitadas e incompetentes. Sobre a comunicação, também é óbvio, não vou me prolongar para não deixar o debate chato.
    Enfim, criando um público diverso para a cultura, um público acostumado com a cultura, com a diversidade da cultura, será criada uma demanda para o consumo cultural e uma ótima oportunidade para os investidores. É como se estivéssemos preparando o terreno para uma ação empreendedora, sem falar nos benefícios sociais e humanos que isto traria.

  • luciano, 7 de dezembro de 2010 @ 17:07 Reply

    UNIDOS VENCEREMOS

  • luciano, 7 de dezembro de 2010 @ 17:50 Reply

    Eu ainda acho q somos desunidos, cada um por si e todos contra todos. Nós artistas devemos criar o mercado. Criar a cultura. Direcionar o Brasil. Metas comuns. Objetivos. Simplificar o processo todo. De um lado o artista e do outro o público. O Estado dando oportunidades iguais a todos e o mercado (televisão, rádio, cinemas) fazendo o papel deles. Vender. Mas quem produz é o artista.

  • luciano, 7 de dezembro de 2010 @ 18:12 Reply

    A turma do humor é uma q se uniu e criou todo um movimento. Um mercado. Oportunidade igual p todos. Tem uns q vivem do humor. E quem vende mais? Daí é o público q decide. A própria bossa nova e o tropicalismo foram movimentos. União. Metas. Planejamento.

  • Empreendedorismo Cultural :: Por Leonardo Brant « Movimento Dança Recife, 8 de dezembro de 2010 @ 7:04 Reply

    […] FONTE: Cultura e Mercado […]

  • @diegoreeberg, 8 de dezembro de 2010 @ 8:54 Reply

    Achei interessante quando você disse "As atenções dos empreendedores voltam-se ao patrocinador, em vez de focarem nas potencialidades do mercado consumidor de cultura. "

    Não sei se você conhece os modelos de financiamento colaborativo (no inglês, o termo é crowdfunding), que tem como principal referência o site Kickstarter.com . A ideia é que um monte de gente (geralmente os fãs do artista), com pequenas quantias, consigam financiar os projetos. É, na verdade, uma plataforma que faz esse meio campo.
    Começamos um blog (www.crowdfundingbr.com.br) pra espalhar o assunto no Brasil e lançaremos uma plataforma ainda esse ano.

    Acho que é das melhores soluções. Dependemos menos do governo, de patrocínios privados, e criamos uma relação mais intensa com quem realmente se importa com os trabalhos.

  • Tatti Carvalho, 8 de dezembro de 2010 @ 10:06 Reply

    OLá Leonardo, acho super oportuna essa discussão e não consigo entender porque ainda não existem subsídios no Brasil, para empreendedores culturais que queiram construir e/ou abrir por exemplo centros culturais, ou escolas de formação em cultura ou ações de emprendedorismo na área da indústria e economia criativa …Ou seja, precisamos não só de apoios em produção de projetos, mas de ações mais estruturantes! Sinto que ainda está longe do Brasil entender a cultura como ''negócio' e 'indústria'. Precisamos nos mobilizar para mudar este estágio das coisas.
    Em tempo Diego, fiquei curiosa de conhecer o crowd funding no brasil, mas o link que vc postou não funciona…

    • @diegoreeberg, 8 de dezembro de 2010 @ 20:09 Reply

      Oi Tati, que legal que você ficou interessada! Sou completamente apaixonado pelo assunto e acho que ele pode mudar muita coisa, pra bem melhor!

      Bem, acho que os parênteses ficaram juntos com o link ali em cima. Vou colocar ele isolado aqui pra funcionar.
      http://www.crowdfundingbr.com.br

      Dá uma olhada lá que tem bastante post explicando desde o que é o crowdfunding, passando por algumas iniciativas que existem no mundo e falando com mais detalhes o que a gente vai fazer na nossa plataforma.

  • Elen Nas, 8 de dezembro de 2010 @ 10:43 Reply

    parabéns pela matéria! incrível a sincronismo com o que venho escrevendo!
    =)

  • Lenon Rodrigues, 8 de dezembro de 2010 @ 12:44 Reply

    "Somando esse fator à ausência do Estado no desenvolvimento de ações educativas e estruturantes, que favoreçam o acesso e a cultura de consumir cultura, temos um quadro de dilaceramento das possibilidades e alternativas de mercado, cada vez mais nas mãos dos grandes conglomerados de mídia e entretenimento."
    É isso! É a cultura de consumir a cultura qu

  • Narcelio, 9 de dezembro de 2010 @ 20:21 Reply

    Muito interessante, muito oportuno…
    eu acho completamente estranha essa dicotomia "cultura & entretenimento"
    ou ainda a noção de cultura como algo sagrado e romantizado aqui no Brasil
    me impressiona ver pessoas tratando de "projetos culturais" como "coisas" que não vão dar público,
    "cultura por cultura" sem pessoas consumindo…
    Esse modelo de gestão/ produção cultural usado no brasil não tem capacidade de crescimento,
    se ele não é consumido, temos muita verba sendo gasta pela pura expressão do "aconteceu"
    enfim é um poço muito complexo…

  • Daniela Lima, 9 de dezembro de 2010 @ 23:18 Reply

    Concordo com Lenon Rodrigues, ele discorreu minuciosamente as respostas que o Brasil dá a nossa arte. Infelizmente nosso país não tem educação voltada para a cultura, de fato. É importante o empreendedor ter estratégias para conquistar seu público, seja ele nacional ou internacional, arte não tem nacionalidade e a internet é uma ótima ferramenta para isso. Quanto ao Estado, acredito que ele precisará sim da cultura como meio de reeducar o ser humano para uma vida mais sustentável. Caso contrário entraremos em um caos coletivo.

    O Brasil está em processo de transição, penso que educação e cultura deva entrar na pauta política, sem dúvida. Agora como isso acontecerá? Na minha concepção é a pergunta que não quer calar. Incentivar e fomentar o empreendedorismo cultural é um ótimo começo.

  • Nei Grando, 27 de janeiro de 2011 @ 12:46 Reply

    Gostei do artigo, do apoio ao Empreendedorismo Cultural e aos que pretendem montar um negócio próprio.

    Postei um artigo com o título: O Empreeendedor, o Administrador e o Técnico que fala do equilíbrio necessários entres estes papéis desempenhados pelos donos de novos negócios (pequenas empresas) o qual compatilho aqui: sss://wp.me/pMSqs-1V no final do artigo tem links para dois vídeos do evento, Mapas Mentais, e dicas de livros.

    Att.

    Nei Grando (@neigrando)

  • Beth Esteves, 12 de fevereiro de 2011 @ 18:42 Reply

    CULTURA BRASIL 2011: EVENTO NACIONAL QUER IMPULSIONAR NEGÓCIOS DA CULTURA
    Grupos artísticos estão sendo selecionados para apresentação no Rio de Janeiro

    Pela primeira vez no país, uma rodada de negócios vai colocar frente à frente empresários e produtores culturais, agentes sociais, fornecedores, patrocinadores, investidores e, ainda, agentes dos setores de turismo, gastronomia, terceiro setor, meio ambiente, esporte, educação, comunicação, lazer, moda etc. A idéia é possibilitar o planejamento econômico da atividade cultural. A economia movimentada pelo setor está ganhando respeito e nova dimensão no Brasil. A ministra da Cultura Ana de Hollanda foi convidada para participar.

    Além das palestras e debates haverá apresentação de grupos artísticos de todo o Brasil e uma grande feira com 60 stands de exposição de projetos, produtos e serviços que representam a identidade cultural e a responsabilidade social. Empresas que dispõem de recursos financeiros e desejam investir em cultura também vão estar presentes. Dez stands estão sendo oferecidos gratuitamente a instituições sem fins lucrativos com produtos representativos. Os interessados em participar da seleção, das apresentações no palco que será montado no evento ou adquirir um espaço devem entrar em contato através dos telefones (21) 3598-8118 ou contato@zeusfilmes.com.br; vendas@zeusfilmes.com.br
    Iniciativa do Instituto Dominus e Zeus Filmes, o Cultura Brasil 2011 será o primeiro encontro nacional de empreendedorismo cultural. E criará a Rede Digital de Projetos Sócio-culturais. “Será um fórum permanente para os negócios se manterem e haverá um catálogo digital de todos os participantes. Tudo sem custo. Queremos atender tanto os micro, pequenos e os médios empreendedores culturais”, resume Ana Ferguson, idealizadora do encontro. Solange Bighetti, completa que “a cultura brasileira é um setor que ainda necessita aumentar sua capacidade de gerar lucro e empregos”. São esperados mil agentes culturais, 20 expositores, 640 participantes nas palestras e cinco mil visitantes. A entrada é gratuita e dispensa inscrição prévia. Haverá sorteio de bolsas de estudos para MBA de gestão cultural na Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC).
    O Cultura Brasil 2011 será realizado no dia 3 de maio, das 10h às 19h, no Centro de Convenções da Sul América, na Cidade Nova, Rio de Janeiro. É patrocinado pelo Sebrae nacional. Mais informações no site http://www.portalculturabrasil.com.br

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