Esta edição, especial sobre a sucessão do ministro Gilberto Gil, é propícia para retomarmos o Fórum, marca registrada de Cultura e Mercado. A idéia é fazer uma análise coletiva e propositiva para as questões debatidas na edição e contribuir para o debate em torno dos desafios deste mandato tampão, que carrega consigo a responsabilidade de definir o destino da Política Gil. É hora de esquecer o que não deu certo e salvar o que ainda nos resta.

Perguntamos ao leitor:

– O tempo da gestão pública não é o mesmo do mercado. Sem condições de implementar a vasta agenda proposta por Gilberto Gil, a questão agora é resolver o que será implementado e o que vai ficar no discurso. Em sua opinião, quais devem ser as prioridades do novo ministro?

– A esta altura do campeonato, a reformulação da Lei Rouanet é essencial ou apenas vai desgastar ainda mais o ministério?

– O MinC tem força política para comprar a briga do orçamento? Não seria melhor concentrar em gastar bem o dinheiro do Mais Cultura, que já é significativo?

– Como aprimorar, fortalecer e institucionalizar o Cultura Viva, o grande programa deste Ministério, antes que ele vire um simples programa de transferência de renda, ou um aparelho político?

– Como estabelecer diálogo com grupos de interesse e buscar estabilidade política para o MinC sem perder o foco do interesse público?

Aconselhamos passear pelo blog, que tem bastante material sobre a sucessão. Opiniões diversas para um tema complexo que merece a sua reflexão e contribuição.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

3Comentários

  • Carlos Gabriel, 5 de agosto de 2008 @ 10:24 Reply

    Juca Ferreira está em campanha. Pelo que li, ainda não está confirmado no cargo e fez um discurso prometendo coisas que não foi capaz de cumprir até agora. Tomara que ele leia este fórum e tenha capacidade de se concentrar apenas no que puder realizar. Concordo com a prioridade nos pontos de cultura, mas pra mim essa “institucionalidade” só se dará com o sistema nacional de cultura, que foi totalmente abandonado depois que o Márcio Meira saiu do ministério.

  • Antonio Carlos Pedro, 5 de agosto de 2008 @ 11:53 Reply

    Crônica de uma morte anunciada
    Desde o princípio, quando da indicação do músico, compositor, cantar Gilberto Gil, sabíamos todos das agendas incompatíveis entre um Ministro de Estado e um Artista da grandeza e calibre de Gil. Não obstante o presidente Lula apostou no efeito midiático da figura e personagem do artista e não foi de todo infeliz, tendo logrado êxito , principalmente na visibilidade de seu govêrno no tocante à Cultura. Também é notável o desprendimento do baiano Gil Moreira e umas tantas iniciativas lá e acolá. O Programa Cultura Viva é um deles, e como bem colocou o colega Carlos Gabriel no comentário postado acima, resta a gente saber se não vai se tornar mais um aparelho de propaganda do Estado, e mais uma vez o país ficar sem um Plano Nacional de Cultura, e tudo continuando como está, tal como no filme Il Gato Leopardo….(sic). Por outro lado também não vemos no PT – partido do presidente, e muito menos na “base aliada” algum nome à altura da importância que a Cultura merece. Mas também não podemos cruxificar o cantor, o músico, o compositor que desde o início colocou as claras que não deixaria de lado a carreira artítistica, mesmo porque o salário de Ministro de Estado não estava à atura das suas necessidades. Mesmo assim, como ponto positivo trouxe a baila e elevou para um novo patamar a discussão sobre as questões da Cultura. Para encerrar pergunto qual deveria ser o papel dos Pontos de Cultura diante desta nova realidade, posto que se prega a autonomia dos mesmos? Será que teremos um novo orçamento para a pasta da Cultura? Afora a mudança da Lei Rouanet que é gritante.

  • marcos Moraes, 6 de agosto de 2008 @ 18:08 Reply

    Independente de um juízo mais fino sobre as ações, não há outro remédio a não ser o MinC continuar no caminho que vem e entregar o que prometeu: reforma (ou…??) da Lei Rouanet, finalização do Plano Nacional de Cultura e encaminhamento para a Casa da Mãe Joana (aquele prédio com duas abóbodas no final da esplanada) para discussão (desfiguração???) e votação; institucionalização, inclusive com mecanismos de avaliação (e punição nos casos de irregularidades) da rede dos Pontos de Cultura; retomada dos canais de diálogo intitucionalizados da articulação do setor cultural (abafada no segundo mandato); e, pelo amor de deus, melhora no funcionamento administrativo do MinC, com desburocratização ampla, geral e irrestrita. Sobre a Funarte, melhor nem falar…

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