O Festival Internacional de Cinema Infantil (Fici) completa sua primeira década de existência como a principal mostra do gênero no país. Sua nova edição ocupará salas do Rio de Janeiro e de Niterói, desta sexta-feira (24/8) até 2 de setembro.
Neste ano, será exibida uma centena de filmes produzidos por 24 países (cerca de 70% inéditos), entre curtas, médias e longas-metragens, em animação e live-action (com atores de carne e osso). Além das exibições, o Fici conta com oficinas, debates e mostras especiais, como a concorrida sessão Dublagem ao vivo, que oferece dublagens feitas em tempo real durante a projeção de produções holandesas.
Na mesa de abertura, as políticas públicas para o audiovisual infanto-juvenil entram em pauta, com a presença do presidente da Riofilme Sérgio Sá Leitão, o diretor da Ancine Glauber Piva e o subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro Rafael Parente.
Do começo modesto, com apenas 15 títulos, a mostra já soma hoje 450 filmes exibidos até o ano passado e um público total superior a 1,2 milhão de espectadores. “É muito gratificante acompanhar a evolução do festival e, mais ainda, o crescimento do mercado de cinema infantil, que já começa a aparecer forte. Vejo cineastas focados nesse tipo de produção”, conta Carla Esmeralda, diretora do Fici ao lado de outra Carla, a Camurati. “Um dos pontos que mais me orgulham do evento é o projeto ‘A Tela na sala de aula’, que leva filmes à rede pública de ensino. É magnânimo poder trabalhar com foco na educação, que é a grande transformadora da sociedade”.
Carla também explica quais são os critérios do comitê de seleção para montar o roteiro da mostra. “O nosso primeiro mote é buscar filmes no mercado internacional, contatando distribuidoras e institutos de cinema, para depois realizar uma seleção e escolher as produções que mais falam à alma das crianças. O segundo foco é voltado para o cinema brasileiro. Procuramos nos aproximar dos filmes nacionais e tentar colaborar nas suas veiculações”, detalha.
Entre os chamarizes da programação nacional estão os recém-lançados O diário de Tati e 31 minutos, que, através do painel Conversa no Cinema, ganham bate-papo entre o público e um membro da equipe do filme após da sessão. No panorama Prêmio Brasil de Cinema Infantil, que chega à sua quinta edição com 137 filmes inscritos – um recorde –, o festival premia os melhores curtas de ficção e de animação em competição.
Corda bamba, dirigido por Eduardo Goldenstein e ainda inédito em circuito, é a “prata da casa” da Pré-estreia Brasil deste ano. “Acredito que depois da fase dos filmes dos Trapalhões e da Xuxa, teve uma geração de crianças que cresceu sem encontrar uma identidade no nosso cinema. Estamos agora em um momento de renovação do cinema infantil, em que os realizadores estão se utilizando de textos de altíssimo nível da nossa literatura”, opina Goldenstein, que adaptou o livro de Lygia Bojunga, marcante na sua infância escolar, para sua estreia como longa-metragista.
*Com informações da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro