O prefeito Gilberto Kassab (PSD) sancionou na manhã desta sexta-feira (27/5) a lei de criação da Fundação Teatro Municipal de São Paulo. No evento, realizado na prefeitura, com a presença de diversos secretários municipais, como o da cultura, Carlos Augusto Calil, também foram anunciadas a programação para o ano e a data de reabertura do teatro, marcada para 10 e 11 de junho, para convidados, e dia 12 do mesmo mês, para o público.

Na cerimônia, também foi apresentado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano Miguel Bucalém o projeto de construção de um estacionamento que ficará nas esquinas das ruas 24 de Maio e Conselheiro Crispiniano. O edifício, com área total de 12 mil m² e nove andares, atenderá o público no entorno do teatro e também terá uma passagem subterrânea com acesso direto ao Municipal.

O teatro, que havia passado por reformas em 1956 e em 1988 (até 1991), completa cem anos no dia 12 de setembro e está fechado desde julho de 2008 para reformar a fachada e o interior, com destaque para o palco e a parte cenotécnica, considerada obsoleta e que impedia, por exemplo, que óperas e outras grandes produções pudessem ser apresentadas. “Como vocês sabem, o principal o atraso nas obras do palco é que trouxe a reabertura a esta data. Tivemos dificuldades na licitação da reforma do palco, mas agora poderemos ter um aumento da produção artística e receber espetáculos mais complexos. Trata-se de uma tecnologia que nós ainda não dominamos, mas nosso funcionários acompanharam todo o processo e estarão aptos a desempenhar suas funções”, disse o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil.

Foram quase três anos de obras e um investimento superior a R$ 26 milhões, com recursos financiados pelo Banco Intermediário de Desenvolvimento (BID). O projeto de lei para transformar o Municipal em uma fundação havia sido aprovado, em segunda votação, na Câmara de São Paulo, no último dia 5. No evento de ontem, no qual Kassab sancionou a lei, Calil lembrou da antiga “batalha” para que o teatro fosse administrado por uma fundação. “Esse esforço ocorre faz mais de 35 anos. E é importante deixar claro que o Municipal será uma Fundação de Direito Público, não privado. Quem disse que o teatro ia ser privatizado, falou bobagem. Além da restauração da fachada, da modernização do palco, o Municipal tem agora uma nova organização administrativa”, disse.

Sobre a morosidade na mudança para uma fundação, ele se justificou apontando a complexidade da estrutura. “Diferente de outros teatros, o Municipal tem diversos organismos, com duas orquestras, dois corais, um corpo de dança, um quarteto de cordas e as escolas. Havia desigualdades entre atividades semelhantes, com precariedades que se arrastavam fazia 20 anos. Isso precisa mudar”, completou Calil.

Ao comentar sobre a programação, com início marcado para o próximo dia 12, o diretor artístico Abel Rocha explicou a opção por Concerto para Quarteto de Cordas e Orquestra, de Radamés Gnatalli. “Escolhemos o Radamés por ele ter uma obra para quarteto e orquestra. Temos também a obra do Ralph Vaughan-Williams (Serenade to Music) que permite usar o coral. A dança não aparece, mas terá um mês dedicado à ela em julho. O objetivo é trabalhar com os corpos estáveis do teatro de maneira conjunta.”

Em relação à fundação, Rocha declarou: “Ainda tudo é muito novo. Existe o conselho artístico, trabalhamos juntos, mas futuro é futuro, não sei até quando permaneço, quero colaborar”.

*Com informações do Estadão.com


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