Ninguém em sã consciência discorda de que, antes de qualquer coisa, política cultural deve ser sustentável. Mas na prática, pouca coisa feita até hoje no âmbito estatal cumpre esse fundamento, com a provável exceção do promissor Cultura Viva. Afinal, é no mínimo um desafio à sanidade, pensar em sustentabilidade dentro do sistema político maior vigente, o capitalismo, cuja estrutura origina-se no desequilibro.
O consultor André Martinez trouxe essa desconfortável e consistente perspectiva ao Laboratório. Ao longo de dois encontros, Martinez problematizou o desafio e gentilmente nos apresentou sua abordagem para lidar com este cenário, fruto de anos de pesquisa e trabalho com o ambiente cultural.
No final, mais uma vez, uma pimentinha tomou o centro das atenções – vide a questão da formação de público. Trata-se da política de fomento à identidade e diversidade proposta por sua respectiva secretaria no Ministério da Cultura.
São questões merecedoras de debate público: Como lidar com a diversidade a partir da lógica da identidade, paradoxalmente excludente? Políticas afirmativas são capazes de transcender o aspecto simbólico e, de fato, gerar oportunidades de transformação às minorias?
1Comentário