“A nova música brasileira é nova não apenas na maneira de produzir, divulgar e distribuir, mas também na sonoridade. Pequenas alterações, roupagens diversas e arranjos inesperados compõem a dinâmica dessas novas expressões.”

O curador do projeto Cidade Sonora, Eugênio Lima, é o autor da afirmação. Ele cartografou essas expressões da nova música brasileira e as apresenta no livro que tem o mesmo nome do projeto. “Menos como categorias e mais como forças que ajudaram a desenhar as ruas que compõem a cidade [de São Paulo]”, diz ele.

No livro, além de fotos e releases, há textos curatoriais e entrevistas com os 28 artistas que integram a programação do projeto. Nas entrevistas, os artistas idealizam, cada um à sua maneira, uma Cidade Sonora.

O lançamento será nesta sexta-feira (14/9), às 18h30, na Funarte SP (Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos).

Confira as expressões identificadas por Lima:

Afrodiáspora – Fusão musical da tradição das influências afro-americanas, passando do samba ao hip-hop. O legado da música afro-brasileira como fonte de inspiração, bússola e prumo. O passado como fonte de uma história coletiva. Um passado que pede tributos. Novas estratégias para representar as relações socioculturais deste país de herança escravocrata. Um grito polifônico, que une as canções de trabalho, os lamentos iorubanos, os tambores do jongo, a poesia bruta e libertária dos depoimentos, o silêncio da construção plástica, o som das torcidas de futebol e os ritmos afrobeat, hip-hop, spoken word, soul, reggae e samba.

Canção ampliada – Manifestações que nascem da construção tradicional da canção e apresentam uma nova cara da MPB. Criação musical que traz novas sonoridades urbanas; um manifesto sonoro que expressa a multiplicidade e transversalidade do mundo contemporâneo. Uma voz que busca reverberação na herança musical brasileira.

Música lúdica urbana – Pesquisa sonora que estabelece trânsito com elementos lúdicos, como o teatro e a performance. Uma música que transforma o universo das cantigas e histórias para criar uma “mitologia” urbana.

Orquestras sem maestro – Orquestras e big bands sem maestro. Releituras complexas do repertório mundial da música. Coletivos musicais que funcionam de maneira horizontal.

Clique aqui para ver algumas páginas e aqui para ler o texto que abre o livro.


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