Somos assaltados diariamente por imagens de todos os tipos. Invariavelmente essas imagens carregam mensagens, visões de mundo, interpretações sobre o que somos e o que devemos ser e fazer.
Dominado por um oligopólio composto por seis grandes conglomerados, que juntos reúnem os mais importantes estúdios de cinema, cadeias de TV aberta e à cabo, jornais, rádios, portais de Internet, redes sociais, empresas de videogame e licenciamento de marcas para brinquedos, roupas e os mais variados produtos, o mercado do imaginário é um dos mais potentes do mundo.
O momento atual, de convergência e participação através das redes e telas, é particularmente interessante. Uma trincheira que nos permite alterar de maneira definitiva os sistemas de controle do imaginário, ou nos aprisionar ainda mais dentro deles.
A Internet, a telefonia celular e os meios de comunicação digital – as chamadas novas mídias, possibilitam a ampliação da capacidade de participação do cidadão em sua vida cultural, seja na constituição do seu próprio imaginário, seja na definição dos rumos das políticas culturais do seu bairro, cidade ou país.
Por outro lado, observamos a ampliação dos domínios desses conglomerados, que adquirem e manejam os fluxos de informação no espaço cibernético, incorporando empreendimentos e marcas antes relacionados à conquista de autonomia de artistas e produtores de conteúdo.
Atrelado a esse fenômeno, observamos as novas legislações relacionadas ao compartilhamento de informação e propriedade intelectual na web, que favorecem o domínio das grandes indústrias culturais e diminuem o espaço e a liberdade de troca e acesso ao conhecimento.
Diante disso, quais os espaços de resistência audiovisual e como ocupá-los? Que movimentos estratégicos artistas e ativistas audiovisuais podem adotar para reverter esse quadro e abrir espaços de participação? Como financiar e facilitar a produção e a troca de expressões audiovisuais nesse cenário?
* Publicado originalmente na RAIA.
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