Melhorar a utilização dos recursos públicos deve ser prioridade para os gestores. O alerta foi feito pelo secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, João Roberto Peixe, durante palestra no Seminário Carioca pela Democratização da Comunicação e da Cultura, realizado na última sexta-feira (23/9), no Palácio Capanema no Rio de Janeiro. O encontro foi promovido pela Câmara dos Vereadores.

Segundo Peixe, as políticas públicas precisam ser planejadas e estruturadas a longo prazo, evitando as iniciativas pontuais e utilizando melhor os recursos financeiros e a mão de obra disponíveis. “ É importante ampliar os recursos para o setor, com a emenda constitucional 150 e o Procultura, mas temos também que usar melhor os recursos através do trabalho articulado entre os três níveis de governo e a sociedade”, ressaltou.

O secretário destacou a importância da gestão compartilhada para a democratização da cultura. “A sociedade deve ter um papel fundamental e intransferível na construção e no acompanhamento das políticas públicas”, afirmou. Segundo ele, ainda existe muita resistência entre integrantes do Executivo e do Legislativo em relação à participação da comunidade na gestão cultural. “Eles têm medo de perder espaço[na formulação destas políticas]“, comentou.

Peixe acrescentou que a gestão cultural só se organizará de forma consistente e duradoura quando cada município e cada estado tiver implantado seu sistema de cultura e consolidado uma legislação específica para o setor.

O secretário afirmou ainda que hoje não só as expressões artísticas são consideradas como manifestações culturais. O conceito foi ampliado para incluir outras formas de expressão que caracterizam a diversidade cultural das sociedades. Segundo ele, é preciso levar em conta as dimensões simbólica, cidadã e econômica da cultura. Além disso, ela não pode mais ser pensada como algo isolado. Deve ser vista de maneira transversal, como uma política articulada com outras áreas do governo, como o turismo, o esporte, a educação, a saúde, o trabalho e os direitos humanos.

Peixe comentou que eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, são ótimas oportunidades para mostrar a diversidade cultural do país.

Quanto ao outro tema do encontro – democratização da comunicação – o secretário destacou a interligação entre comunicação e cultura e lembrou que hoje as novas tecnologias e os meios de comunicação permitem os contatos com novos interlocutores. Mas acrescentou que nada substitui o contato direito na comunicação.


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1Comentário

  • Alexandre Reis, 27 de setembro de 2011 @ 18:15 Reply

    Excelentes abordagens do secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, João Roberto Peixe. Gostei muito de seus pontos de vista. Realmente a transversalidade é uma exigência para todos nós que gestionamos projetos culturais com acuidade e respeito aos recursos públicos, parabéns !!

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