Ana de Hollanda assume o Ministério da Cultura tendo que administrar inúmeros problemas de gestão, que a impedem de tomar conhecimento da atual situação do Ministério (fala-se em um rombo de R$ 500 milhões). Convênios não pagos, editais lançados sem o devido respaldo orçamentário e, para completar, terá uma redução considerável no orçamento da pasta.

Matéria do jornal O Estado de São Paulo de hoje aponta uma ligeira queda expressa no valor do Orçamento 2011 enviado ao Congresso. O orçamento total do MinC em 2011 é de R$ 1,65 bilhão, e o Fundo Nacional de Cultura (FNC) em 2011 terá apenas R$ 326 milhões. Em 2010, esse valor foi de R$ 898 milhões para o FNC (em 2009, também foi superior, de R$ 523 milhões).

O orçamento como um todo também deve sofrer com a nova restrição às emendas parlamentares. O motivo é o recente  escândalo envolvendo o relator Gim Argello, que se afastou após a descoberta do envio de recursos a entidades culturais “fantasmas”. No ano passado, aquelas emendas garantiram um aumento de R$ 858 milhões no Orçamento de 2010, levando o MinC a um valor recorde de R$ 2,2 bilhões.

Em agosto, decreto do ex-presidente Lula “blindou” os recursos do FNC de quaisquer tipos de contingenciamento – a queda substancial no valor destinado ao FNC já seria preventiva, para garantir o não engessamento de recursos.


Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

3Comentários

  • @zondabez, 14 de janeiro de 2011 @ 10:31 Reply

    Se o orçamento está menor, significa que a nova ministra deve investir numa melhor gestão dos recursos e um controle mais estrito do uso do FNC, colocando pessoal qualificado nos cargos onde tais decisões são tomadas. Investir numa articulação interna mais potente, pode vir a sanar muitos erros cometidos anteriormente.

  • marcos pardim, 14 de janeiro de 2011 @ 16:13 Reply

    Gim Argello (pé de pato, mangalô, três vezes) não agiu sozinho. Quem mais participou do encadeamento das ações que permitiram o envio dos recursos a esssa entidades "fantasmas"? Seria democraricamente saudável que os nomes de todos os envolvidos viesse a público.

  • Flavio Del Carlo, 16 de janeiro de 2011 @ 7:19 Reply

    Ganhei o concurso do Edital Curta Criança – MINC/SAV – em maio de 2010, eu como muitos não recebemos até hoje ao menos a primeira parcela do compromisso assinado.
    A gestão de 2010 foi uma mentira discursada em rede nacional de TV!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *