Em seminário realizado nesta segunda-feira (1/10) no RioMarket, área de negócios do Festival do Rio, Manoel Rangel (diretor-presidente da Agência Nacional de Cinema), Ana Paula Santana (secretária de audiovisual do Ministério da Cultura), Marco Altberg (presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de TV) e Eduardo Senna (sócio da Senna & Mariano Advogados) estiveram em mesa mediada por Mauro Garcia, também da ABPI-TV, para debater os efeitos no mercado da Lei 12.485, a chamada Lei da TV Paga.

Da parte dos produtores independentes, representados por Marco Altberg, presidente da ABPI-TV, a Lei 12.485 aumentou a demanda por conteúdo de qualidade que os produtores têm boas condições de atender. Altberg e Manoel Rangel citam o exemplo da FCC (Federal Communications Commission), que, nos anos 40, criou mecanismos de proteção à indústria audiovisual norte-americana – o que fortaleceu o setor naquele país, abrindo caminho para uma produção autossustentável.

Mais recentemente, Europa e Canadá também criaram, com sucesso, seus sistemas de proteção ao espaço para o conteúdo produzido localmente para a televisão. Segundo Altberg, o mercado brasileiro tem muito a aprender com a experiência americana, a europeia e a canadense. Para Manoel Rangel, “as cotas são um estímulo para a reorientação do conjunto da programação de TV – seu impacto vai além do serviço de acesso condicionado, e afetará também outros agentes do mercado”.

Rangel lembrou que, mesmo antes da aprovação da Lei 12.485 pelo Congresso Nacional, já havia uma forte articulação entre programadoras e produtoras, para que pudessem atender às especificações da nova lei. “Estamos diante de uma explosão de demanda. Temos uma situação onde tudo aquilo que estava na prateleira – de obras prontas a projetos – está saindo das prateleiras para as mãos das programadoras”, disse.

Rangel apontou que já existem mecanismos de fomento à atividade audiovisual que envolvem o investimento privado, como o artigo 3ºA da Lei do Audiovisual, a desoneração tributária, o Fundo Setorial do Audiovisual e outros previstos na própria MP 2228/01, e que existe a necessidade de ampliar o investimento privado no setor, e também o de capital próprio das empresas, se o Brasil quiser ter uma produção em escala.

Senna disse que “as Instruções Normativas 100 e 101 são instrumentos que equilibram os termos de negociação entre produtores e compradores de conteúdo, criando um ecossistema que possibilita fomentar um ambiente de sustentabilidade para o setor, para que produtores consigam produzir e vender melhor seus projetos”. Para ele, agora é possível estabeler padrões de negociação mais equilibrados, aumentando a consciência de valor do produto da parte dos produtores, que agora pensam em geração de formatos, spin offs e produtos de licenciamento.

Ana Paula Santana disse que, para a SAv/MinC, a capacitação dos produtores em desenvolvimento de projetos e de planos de negócios é fundamental. “A indústria audiovisual brasileira não deve ser de ciclos. Deve ser uma indústria perene, pois é uma indústria estratégica para o país”.

*Com informações do site da Ancine


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